Dr. Alexandre Almeida – Um Dentista negro, exemplo espetacular para todos – História de um guerreiro vencedor .

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Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Dr. Alexandre Almeida é Cirurgião-Dentista em Passos, MG – Brasil – Possui graduação em odontologia pela UEMG-Lavras, 1998 – Atua como clínico geral. Faz parte do iDent, desde Novembro de 2013

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Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

A minha história não se difere muito da essência das histórias da maioria das pessoas negras , em um contexto de dificuldades que naquele momento, na minha primeira infância, mais que agora, me conduzia a um dado lugar no mundo normalmente destinado às vidas negras com condições extremamente limitadas que talvez se simbolizem da melhor forma nas condições de trabalho dadas às nossas famílias.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Sou Alexandre de Almeida, filho do senhor Antônio Benedito de Almeida, conhecido como Tonicão, e da Sueli Almeida. Neste primeiro momento, estes dois se tornam para mim os meus primeiros sinais e exemplos de para aonde eu tocaria minha caminhada depois.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Costumo frisar sempre como os meus genitores tiveram papel decisivo na minha formação intelectual, mesmo sem que eles tivessem tido ao longo de suas vidas a oportunidade de acesso integral à educação formal . Destaco isso por ter tido neles, na minha família, suporte e equilíbrio necessários para vislumbrar outras possibilidades para a vida, ou para mudar o destino tradicionalmente reservado a pessoas do nosso grupo social.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida   

 Minha mãe Sueli era cozinheira, trabalhava em uma creche que atendia, como é até hoje, crianças de famílias de baixa renda, de um mesmo recorte social que o nosso. Das muitas coisas transmitidas por ela, estava a firmeza para buscar justiça diante de controvérsias e coragem para encarar os desajustes que se apresentaria a cada momento, como parte do processo natural de todos.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Já meu pai, Tonicão, externava em tudo a inconformidade com os problemas que nos afligiam e ao mesmo tempo apresentava uma exemplar inteligência, maturidade para lidar com o que nos deparávamos em cada dia. Astuto e perspicaz para transformar a própria realidade ainda quando empoderamento não era pauta comum. Foi assim, por exemplo, quando ao perceber que meu avô estava sendo explorado por ser patrões, se articulou com os irmãos para então perceberem que o rompimento daquele círculo de servidão era critério fundamental para que ele, seus irmãos, assim como para mim e meus irmãos a posteriores, enxergássemos outras possibilidades para além do sub-emprego, daquela situação que era um filme de cenas repetidas de tristes capítulos da nossa história de perseguição, exploração e morte de negros e pobres.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida

Um fato real e comum para aquele momento era que os trabalhadores trocassem seu trabalho, o esforço de dias sob sol e chuva, por alimentos somente, sem a devida e justa remuneração, uma escravidão moderna, velada. Aos 22 anos, meu pai trabalhando como cortador de cana-de açúcar em uma usina que até hoje é a principal empresa de Passos, no sul de Minas, de onde sou natural, inquieto por buscar um novo momento, não titubeou em buscar formas para aumentar o ganho, melhorar a renda.

 Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre – Cidade de Passos, Minas Gerais 

Começou então a vender pães com manteiga no canavial onde já labutava todos os dias. Foi do corte de cana e da venda dos pães para seus companheiros “boias frias” da lavoura que foi possível ele adquirir uma casa própria , inclusive no único lugar do Bairro São Francisco onde havia asfalto na rua.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Atitudes como essa do meu pai não se deram de forma isolada e talvez por este comportamento, de buscar o novo, o melhor, o conhecimento estar tão presente, absorvi isso para ser uma condição também para minha vida e as escolhas que eu pudesse fazer. Na infância, tive dois momentos em que acompanhando meu pai fomos morar na colônia de casas que existia na usina de açúcar em que ele trabalhava. Era comum que trabalhadores da usina morassem naquela vila ao redor do engenho, ficava também às margens do Rio Grande. Meu pai se tornou mecânico industrial, aprendeu pela observação, pelo talento para aprender que lhe era peculiar. O primeiro momento como moradores da vila na usina se deu quando eu tinha cerca de 5 anos, depois aos 11 uma segunda mudança para lá.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Confesso que da segunda vez eu não me via muito satisfeito, já que na cidade eu já estava querendo buscar trabalho, meu dinheiro, um rumo próprio. Na colônia, na zona rural, eu me depararia novamente com situações como por enfrentar mais de uma hora e meia de ônibus para chegar à escola. Há uma percepção que sempre tive em relação ao meu pai, a de que ele estava constantemente preocupado com as possíveis e bem prováveis dificuldades que eu iria enfrentar ao longo da vida. O que era totalmente compreensível. Havia nele um receio sobre o nosso futuro, mas ao mesmo tempo nunca se ausentou ou nos transmitiu algo menos que coragem, cabeça erguida. Um pouco antes, por volta dos meus 8 anos, além da escola, fui para a rua, de porta em porta, ser engraxate.

Fonte foto – https://www.youtube.com/watch?v=KfJ9aSKmLzM – http://dersinhodersinho.blogspot.com/2011/09/o-engraxate.html

Comecei inclusive engraxando sapatos no bairro de classe média onde hoje eu resido. Não
apenas, fui também nessa época a ajudante de reformas de sofás, ajudante em uma fábrica de ladrilhos, vendi algodão doce. Uma lembrança muito presente é de quando meu pai se sentava à mesa conosco para nos ensinar cálculos e noções que nos ajudavam nas nossas pequenas finanças. Eu guardava aquilo que eu ganhava por alimentar o sonho de ter uma Mobilete. Mas tinha um porém, já era quase que natural de que parte do pouco que ganhava deveria ajudar também nas despesas da casa, da nossa família, isso na adolescência. Na época da morada na usina, na segunda vez, a gente vendia bananas, pegava um carrinho de mão e ia rodar. Nossa mãe preparava um pudim feito com amido de milho, gelatina e refresco em pó, a gente vendia também.

 Fonte foto – Mobilete – Wikipédia, a enciclopédia livre

Aos domingos íamos para o campo de futebol, lá vendíamos pão com carne que meu pai preparava, na verdade era pão com um cheiro de carne, pouca, era o possível. Nessa história toda de criatividade para fazer o nosso sustento algo importante era o senso de justiça de meus pais, especialmente para nos dar o que era fruto da nossa dedicação no trabalho. No ambiente em que vivíamos , na comunidade usina, este espirito era muito presente, bem como a partilha, a coletividade.  No retorno à cidade, fomos morar na nossa casa comprada lá atrás pelo meu pai, a mesma da venda de pães no canavial, mas na real na casa dos fundos, já que a casa principal, que ocupava a frente do terreno nós alugamos. Atrás, nossa morada se fazia por algumas características bem simbólicas, uma casa feita de blocos de cimento, as trancas das portas eram pedaços de madeira, banheiro não tinha, a privada era no quintal, telhas de amianto e banho de bacia.

Fonte foto – http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra14452/engenho-de-acucar –              Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Em um dado momento da caminhada, minha mãe foi acometida por um quadro de depressão, se internou para o tratamento da doença e por isso fomos morar com minha avó paterna, em Ribeirão Preto, SP. Mais um momento especial, a situação inicialmente dramática pela condição de minha mãe, se tornou um marco para a minha relação com minha avó. Descobrimos uma afetividade e parceria até então inéditos nas nossas vivências. Ela era analfabeta, coisa que descobri recentemente, mas como principal atitude ao me acolher em sua casa, arrumou um amigo que me auxiliara no aprendizado, na educação. Em um novo retorno para Passos, passamos por mais um tempo difícil agravado pela demissão do meu pai. Eu estava no ensino fundamental.

Fonte foto – Senhor Antônio Benedito de Almeida, pai –  Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Com cerca de 14 anos, comecei a compreender que eu estava prestes a viver uma nova guinada que novamente se colocava no meu caminho pelas vias do conhecimento. Não poderia ser diferente, em uma visita à biblioteca ao ver uma senhora lendo “Navio Negreiro” de Castro Alves tomei gosto pela obra que me proporcionou outras dimensões sobre quem eu era de fato. Posso dizer que este foi o meu despertar mais significativo para a realidade, para compreender meu papel e espaço na sociedade. Não só isso, e tão importante quanto, tomei gosto pela leitura, antes minha familiaridade com os livros se limitava à “Coleção Vaga Lume”. Este despertar para o meu papel enquanto jovem negro me direcionou para outros espaços até então estranhos para a minha realidade.

 Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre

Neste momento, também tive o privilégio de conhecer e me tornar amigo de Dércio Andrade, uma grande liderança negra da história do município, reconhecido por suas lutas populares e pela liderança na organização do povo trabalhador. Era 1987. Por convicção escolhi inclusive me abdicar da juventude que a maioria de outros da minha idade estavam vivendo. Me descobrir e me aceitar enquanto negro me fez estabelecer a defesa dos direitos sociais como prioridade, passei a compreender que não haveria outro possível para
a liberdade de fato, bem como para os meus iguais. Muita coisa mudou, desde minhas compreensões até mesmo as pessoas que normalmente conviviam comigo.

Fonte foto – Dércio Andrade – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Passei a ter amigos mais velhos que eu e ampliar a minha voz que naquela hora já contava com um certo acúmulo de vivências a partir da ótica da negritude consciente e de tudo que minha família viveu e testemunhou da história. Neste período, passei a também a trabalhar em uma marcenaria, serviço pesado, doenças respiratórias agravadas pelo pó de madeira, nada estranho para o correr da vida. Também uma nova escola, desta vez no meu bairro de origem. Nós , aqueles e aquelas que acreditavam na possibilidade de transformação social, intensificamos nossas intervenções e passamos a ocupar espaços públicos para transmitir o que tínhamos como mensagem. mais do que nunca isso se concretizava como uma tarefa e missão.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida

No meu trabalho seguinte, em uma gráfica, assim como na ocupação anterior, tive a parceria e ajuda de muitas pessoas que contribuíram, por exemplo no caso da gráfica, para que eu aprofundasse meus conhecimentos, fosse me incentivando o hábito de ler ou até mesmo para ter noções básicas de educação e civilidade que ainda não haviam me alcançado. Sorte só acontece com trabalho, mas acredito que eu nasci predestinado a esse caminho e as muitas pessoas que fizeram parte disso não estiveram comigo por acaso. Repito por ser importante, talvez meu destino poderia ser a margem da sociedade, assim diziam aos nossos.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida

Especialmente durante meu trabalho na gráfica fui intensamente motivado por meus companheiros. Além do apreço pela leitura que já vinha sendo construído, tomei gosto por escrever poemas, me informar e por música, esta última outra ferramenta poderosa de transformação e formação cultural. Neste mesmo espaço de trabalho, fui convidado por um professor para participar de um processo seletivo e concorrer a uma vaga em um colégio de disciplina militar, isso por volta dos 15 anos. Não sei de onde, mas me veio o desejo de estudar processamento de dados, para isso deixei o super concorrido colégio militar para diariamente fazer um trajeto de bicicleta e ônibus para chegar a Itaú de Minas, cidade vizinha a minha, onde havia uma escola que oferecia o curso.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Vários perrengues, um deles um tanto inusitado, um dia em que cheguei atrasado para a aula pulei o muro para entrar no prédio e fui surpreendido pela vice diretora que foi até a sala para que eu me retirasse, por ter infringido as regras. De imediato, a vice diretora foi contestada pelo professor que ministrava a aula, o docente argumentou que eu deveria permanecer lá, já que eu era, segundo ele, quem mais evoluía bem em sua disciplina. Me arrependi das últimas mudanças, retornei a Passos para então estudar no colégio estadual
mais antídoto da cidade. Ao chegar na instituição, uma das primeiras coisas que me intrigaram foi a ausência do tema vestibular entre os alunos e professores, lá foi este o meu primeiro questionamento sobre o por que de este sonho, da universidade, não estar sendo alimentado entre os estudantes pobres da rede pública como era comum em colégios particulares e no militar por onde passei. Nesta mesma faixa etária, comecei a dar aulas particulares de física, química e matemática.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Trabalhava e no intervalo estudava. Já fazia tempo que estava bem nítido no meu horizonte os possíveis resultados para aquela trajetória. Chegou a idade do serviço militar, fui prestar e a experiência foi mais uma para marcar positivamente o período, eternizado em letras de um poema escrito por mim e até hoje muito presente na memória, um trecho diz assim: “feliz o bom filho que podes contente ao beijo  inocente a pobre mãe abraçar”, eu falava então sobre a importância das coisas da vida, das lutas e do afeto necessário para estar de pé, sempre. Esse foi um período intenso, me saltaram aos olhos muitos sonhos e o desejo de lutar, mais uma vez parecia ter chegado a hora de fazer escolhas, de buscar novos resultados. Após algumas poucas aventuras, pela primeira vez eu estava namorando sério, com a Lucelena, hoje minha esposa. Na cabeça várias dúvidas, sem muito saber concretamente o que viria. Neste mesmo tempo comecei a estudar matemática na Fundação de Ensino Superior de Passos, isso me remete também a um episódio que foi um impulso para uma nova fase fundamental.

Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre

Em uma noite de muita chuva, cheguei todo molhado na faculdade e era o único por ali. Ao me encontrar com um professor do curso, que eu já havia tido o prazer de conhece-lo no colégio, me questionou sobre o que eu fazia ali naquela situação, junto à pergunta ele me fez uma verdadeira exortação sobre minhas buscas e possibilidade, me disse sobre como eu podia mais, muito mais. Nesse momento, além da faculdade, eu era funcionário de um frigorífico de frangos. Outra vez mudei tudo e parti rumo a Ribeirão Preto, SP. Fiz um concurso de vagas em um renomado cursinho pré-vestibular e consegui entrar. Quando tudo parecia caminhar para calmaria, eu com 18 anos, recém mudado para outra cidade, recebo a notícia de que minha namorada, com 19, estava grávida do meu primeiro filho, Alexandre Junior. Ela e eu conversamos e combinamos de que eu assumiria os cuidados do bebê, mas não casaríamos.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida  

Aí meu pai me chamou para uma conversa e fazendo jus ao seu carácter de sempre me falou sobre minhas responsabilidades reais, que não era apenas cuidar do meu filho, mas que ali estava nascendo uma família. Voltei para Passos e já na busca por trabalho, ao ir fazer uma doação de sangue na Santa Casa de Misericórdia, vi anunciada uma vaga para técnico de nutrição, me candidatei ao posto. O detalhe disso é que eu não era técnico de nutrição, meu conhecimento do tema era limitado ao que aprendi em uns livros que um primo havia ganhado e compartilha o uso comigo. Sabia o básico mesmo, fui chamado e aproveitei da experiência adquirida no frigorífico, como almoxarife, para organizar o setor em que eu atuava no hospital. Comecei a transitar em várias alas de serviço por lá, portaria, cozinha e maqueiro, por exemplo. Na sequência, trabalhei como garçom em um dos setores do hospital e neste momento comecei a observar que algumas reivindicações eram muito presentes e comuns entre os trabalhadores. Havia a necessidade de um refeitório, plano de saúde, entre outras pautas. Isso me chamou a atenção para a contribuição que eu poderia dar visto que eu chagava àquele momento com um histórico de participação em causas coletivas e sociais.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Em um dia específico, em meio ao dia a dia do hospital, fui questionado por oferecer comida a uma família que pedia o que comer. Na ocasião, eu estava como porteiro , fui até a cozinha e peguei marmitas que lá estavam, limpas, bem armazenadas, mas que seriam descartadas já que a reutilização era proibida no ambiente. Talvez naquele momento o corpo hospitalar tenha me percebido de outra maneira, até mesmo como uma liderança para iniciativas naquele espaço, bem como no que dizia respeito à organização dos trabalhadores e no questionamento sobre como uma instituição de “misericórdia” se baseava apenas no serviço pago pelos planos ou pelo estado sem humanidade nas relações entre a instituição e as pessoas que buscam socorro. A partir de fatos como este, da nossa organização, estabelecemos importantes parcerias com sindicatos, confederações, e avançamos nas conquistas, como o horário de amamentação para as mulheres com filhos recém-nascidos. Além do trabalho, da rotina de militância, eu saia do hospital após o expediente e ia para a biblioteca municipal, estudar, estudar.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Foi por aqui, nesse tempo, que eu me casei, no civil, igreja, com festa. Fomos morar na casa dos fundos dos meus pais. Foi aqui também que prestei vestibular para a UNIFENAS, em Alfenas, MG. Fiquei três meses por lá, minha morada consegui um dia pegando carona, moraria então na casa da mãe do meu parceiro de carona , onde nos conhecemos no trevo da cidade de Alterosa/ MG juntos pedindo carona com destino a Passos.

Depois disso, ou durante esse período, consegui ajuda de um grupo de amigos do dentista que cuidava dos dentes do meu pai, eram R$50 de cada um dos quatro, já fazia toda a diferença. Contra a vontade da maioria das pessoas próximas, decide buscar novamente, fui para Belo Horizonte tentar vaga em mais um cursinho. Consegui passar e uma bolsa de 85% que viu 100% depois da minha insistência. O almoço de todos os dias na capital era no restaurante popular, naquela época custava R$1, e ainda com a triste escolha de comer ou no almoço ou no jantar.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Em troca da estadia na casa de uma tia em Campinas, ganhei de amigos uma contribuição para que eu pudesse prestar vestibular para odontologia em Lavras, MG. Nos três dias de provas, dormi escondido na hospedagem de amigos, eles entraram com minha mala como se fosse deles e depois eu entrava como visita e dormia por lá. Para a volta para minha cidade consegui carona. Sem muita esperança de passar no vestibular, fui para Sertãozinho, SP, onde meu pai se encontrava, para procurar emprego. Passei em um processo seletivo das Lojas Americanas, mas juntamente com esta notícia eu soube que eu havia sim passado no vestibular de odontologia na UEMG, em Lavras. Passei mas ainda faltava ânimo, a situação era de aperto. Incentivado pela minha avó, fui. Ao voltar da inscrição na universidade, tive a surpresa de saber que minha esposa estava grávida do nosso segundo filho, o Túlio. Nessa hora entendi porque ela não queria que eu fizesse a matrícula. Apesar de tudo, a coragem que nunca me faltou.

Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre.

A preocupação dos meus pais quando eu era criança era de que eu tivesse o sustento, o trabalho, a carteira assina, isso já estava bom. Mas eu poderia mais. Por que não um dentista negro? Por que não negros médicos, engenheiros, cientistas? Inicialmente, no começo da universidade, passei 15 dias “morando” na rodoviária e onde eu fosse, inclusive para a sala de aula, minha mala me acompanhava, ali estava tudo o que eu tinha comigo, não conhecia ninguém. A mala chamava a atenção das pessoas, o que fez com que um dia os proprietários de uma pensão me perguntassem porque eu a carregava sempre. Ouviram minha história e a partir daí comecei a prestar serviços de limpeza e organização na pensão em troca de pouso. Ainda não dava, fui então trabalhar em um bar nas noites e madrugas, cenário desgastante para quem precisa depois se manter firme para estudar durante o dia. Fui convidado por amigos para morar em um porão que estava desocupado e me abrigaria, por lá fiquei um tempo.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Em um grupo de mais de 400 alunos, eu era um dos únicos dois negros. Novamente a história me levava a compreender o meu lugar e o meu propósito enquanto homem negro com capacidade e preparo para intervir nos mais diversos espaços. Desde o primeiro ano, uma das minhas principais tarefas, além de conhecimento, era também adquirir equipamentos, essenciais para a profissão. Consegui o que era possível ser reutilizado, doação de colegas. Procurei a reitoria, falei sobre minhas condições e não me dei por satisfeito até que me providenciaram ajuda, um estojo de instrumentos. Antes não seria possível pra mim continuar, eles disseram.

Fonte foto – https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1067633591-kit-5-pecas-instrumental-odontologico-com-estojo-dentista-_JM

Comecei também a vender sanduicheiras, meias, camisetas personalizadas com os nomes de cursos da universidades, moletons, o que ajudava a melhorar meus rendimentos. As pessoas costumavam me questionar de onde vinha a força, a resistência, o carácter, e a única coisa que me vinha á cabeça eram minhas raízes. Meu histórico de militância, essa bagagem, me levaram a ser presidente do Diretório Central dos Estudantes da UEMG Lavras. Além de melhorias na estrutura para os estudantes, realizamos os primeiros jogos universitários. Quando já se aproximava do fim do curso, eu já tinha conseguido juntar equipamentos necessários para um consultório mínimo, tudo a partir das doações, dos objetos de segunda mão. Com o dinheiro dos bicos pude também comprar a metade de um terreno em Passos.

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Sentia já um sinal de mudanças na situação. Apesar de um início de estabilidade, o péssimo fato do falecimento do meu pai poucos meses antes da formatura. Mais tarde, no fim do ano, comprei alguns convites para a formatura, mas no dia da festa, o número de pessoas da minha família que foram para a celebração era maior do que eu tinha de convites. Eu não sabia o que fazer, meus amigos liberam o apartamento para que eu ficasse a vontade com minha família, mas o principal não tinha. Quando eu menos esperava, fui surpreendido por um amigo, proprietário de hotel, que comprou vários convites para a sua família, já que sua filha também se formava, mas ninguém compareceria ao evento.. Ganhei, 20 convites, a salvação da nossa noite, de um momento mais que especial para nós.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Mas concluir o curso não bastava, até porque assim como nós negros já saímos atrás na corrida, a chegada também não igual para todos. A primeira oportunidade surge em Brasília, fui com a cara e a disposição. Fui chamado para ir até a clínica com a oportunidade anunciada, mas ao chegar, e quando o responsável me viu negro, disse que já tinha preenchido a vaga. Racismo. Agradeci, repudiei aquele comportamento e segui. Voltei para Passos, encontro um dentista que estava se desafazendo de seu consultório e me fez a proposta de assumir o espaço.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Fui a Lavras buscar o que eu havia conseguido de equipamentos, consegui um sofá usado e comecei. O consultório começou a render, as coisas começaram a andar e comprei minha primeira casa, de Cohab, mas ainda com receio de nos mudarmos pra lá devido às várias responsabilidades que também viriam. Minha esposa já não aguentava mais morar nos fundos da mãe e um dia antes mesmo de eu chegar do trabalho ela já havia juntado as coisas e se mudado para a casa, mesmo sem a estrutura que a gente precisava. Comprei o primeiro carro, um Del Rey, montamos uma mini padaria, mercearia, rendeu.

Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre

O momento que eu achei que nunca chegaria acabou chegando, eu já entendia que a partir
daquele momento eu conseguiria ampliar as conquistar e finalmente começar a viver uma nova vida em que eu pudesse ter e oferecer para minha família as coisas que nos foram negadas ou suprimidas durante a vida inteira. A casa que moramos hoje em dia, no bairro onde eu frequentava como engraxate, é um desses frutos. Mas é claro, nossa ascensão , nossas aquisições também custaram e custam a rejeição de uma sociedade que não suporta negros em todos os espaços, consumindo alimentação com qualidade, se vestindo bem e assim por diante, rejeição inclusive por parte de pessoas também negras.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Em Passos, me tornei presidente de uma creche que virou referência por passar de apenas um espaço onde crianças e rejeitos materiais eram deixados, para então se tornar um espaço humanizado e que oferecia dignidade para crianças expostas a situação de risco e vulnerabilidade social. Também após esse retorno, me consolidei como uma liderança. Junto com algumas outras pessoas, fundamos um curso pré-vestibular comunitário, um núcleo de estudos e um grupo de apoio mútuo, para a formação de jovens tendo a cidadania como principio. Meu principal desejo era que aqueles jovens, negros, pobres, periféricos, começassem a se formar em conteúdo e gradativamente ocupassem espaços de trabalho e crescimento.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

A caminhada, as vivências acumularam reconhecimento que me fizeram posteriormente, nas eleições municipais de 2004, o vereador mais votado do município de pessoas que em sua maioria tem histórias que se encontram com a minha pela identidade .

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida Almeida 

No meu caso, me tornei uma exceção vitoriosa, nada por acaso. Fosse nos meus sonhos de criança, fosse na minha identificação enquanto negro, fosse nos exemplos tidos dentro de casa, talvez eu nunca imaginaria ser merecedor de um caminho assim, difícil, mas iluminado.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

homenagens  as personalidades que trabalham ou militam na inclusão social, evento realizado pelo NEAB (núcleo de estudos afro-brasileiro) * Na fotografia se encontra o primeiro Marcio (integrante do projeto grupo SETA-selecionando talentos afro’. oficial de justiça de Minas gerais) * Segundo – Alexandre de Almeida *  Terceira – Raimunda representando sr. Dito Caetano da escola de Samba Malandro é o gato * Quarta  – Dirce Andrade professora e enfermeira  * Quinta –  Lazara secretária executiva da usina açucareira do Grupo Itaiquara * Sexto – Télo ex jogador de futebol do clube Esportivo.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

21 de Junho de 2013 – Confraternização – 20 anos – TG04014 – 1ª Turma de 1992 — com Flavio Costa Sarmo, Cleber Faria, Harrison Alex Alves, Éderson Fagundes da Silva, Alexandre De Almeida Almeida, Patrick Obar, Elieser Macedo Zoinho, Sergio Barreto, Flavio Carvalho e Daniel Nunes em Passo. 

Muito mais do que merecimento, essa história trata de resultados que só foram possíveis por em momento algum eu tirar os pés do chão e me desconectar do que sou, das raízes, e do motivo de ser. A gente é para o que nasce, não tenho dúvidas que, além de ser direito, protagonizar a história se tornou um compromisso irrecusável, pela minha vida, da minha família, dos meus, e dos que virão vendo na minha caminhada um exemplo de resistência em um mundo que deveria ser de todos.

Fonte foto – Arquivo pessoal do Dr. Alexandre Almeida 

Por Adinaldo Souza

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BIOGRAFIA ****** Sérgio Lima, ex-jogador profissional de futebol, natural de Campos dos Goytacazes, começou sua carreira no Americano onde jogou em todas as categorias e foi campeão Estadual no ano de 1969. Em 1970, transferiu-se para o juvenil do América do Rio, tornando-se artilheiro da Taça Guanabara de 1973 e vice-artilheiro brasileiro Carioca de 1973. Em 1974, sua história foi ilustrada luxuosamente com o Internacional de Porto Alegre, Hexa Campeão Gaúcho invicto. Em 1975, formou um excelente time do Guarani de Campinas, com grandes jogadores, Ziza, Amaral,Renato, Miranda, Davi, Alexandre Bueno, Edinaldo, Erb Rocha, Sergio Gomes, Hamilton, Rocha. que foi base do Campeão em 1978. Em 1976, transferiu-se para o futebol mexicano onde ficou por 8 anos: Club Jalísco, e Atlas Fútbol Club ambos da cidade de Guadalajara, Morélia da cidade de Morélia, Michoacan e Union de Curtidores da cidade de Leon, Guanajuato. Em 1984, retornou ao Brasil para o Botafogo do Rio. ****** Em 1985 foi contratado pelo Cabofriense, da cidade de Cabo Frio,estado do Rio, onde encerrou sua carreira. Presente em Guadalajara na Copa do Mundo 1986 no México, trabalhou como comentarista esportivo na rádio local chamada "Canal 58" de Guadalajara. Após a copa do Mundo de 1986, começou sua trajetória de 30 anos, nos Estados Unidos da América,, onde foi convidado pela Universidade de Houston Texas, através do seu responsável o excelentíssimo Professor Franco para participar como instrutor do “Cugar Soccer Summer Camp” durante duas semanas. Na sequência, depois de várias participações, em diferentes Soccer Camps no Texas, fundou, oficializou e legalizou a Brazilian Soccer Academy com o apoio espetacular do grande amigo Skip Belt. Com experiência de muitos anos dentro do campo, passou conhecimento e os fundamentos básicos do futebol do Brasil para um número incontável de jovens americanos. ****** Convidado pelo consulado Mexicano, idealizou e apresentou o projeto Houston Soccer After School Program para City of Houston Park and Recreation em 1994, para benefício de crianças e jovens entre 6 a 17 anos. Isso ocorreu na área metropolitana da cidade, onde concentrava a grande maioria de crianças e jovens negros e mexicanos, na época estavam com extremo e grande problema social que os envolvia com drogas e as abomináveis gangues. Desafio aceito, e o programa foi desenhado, aproveitando a infraestrutura dos Parks da cidade. O passo a passo foi dividido em três fases básicas: 1 - Criou-se liga em cada Park, onde havia jogos entre eles. 2 – Todos os meses havia Torneios entre todos os Parks. 3 - Criou-se seleções para jogarem contra jovens das outros áreas, e diferentes estados, sempre cuidando com os mínimos detalhes dos dispositivos e ensinamentos básicos do respeitado futebol do Brasil, para atrair e motivar a todos. O requisito principal era estar e manter boas notas e presença na escola, para desfrutar dos benefícios, recebendo gratuitamente todos os materiais de primeira linha doados por um conhecido patrocinador. Finalmente, aos 17 anos tinham a oportunidade de receber uma bolsa de estudos para ingressar em uma universidade americana. Foi apresentado e aprovado e Sérgio se transformou em funcionário público da cidade de Houston por 17 anos, até a sua aposentadoria. Muitíssimos jovens foram beneficiados pelo programa mudando radicalmente suas vidas, as drogas e gangues desapareceram. Sérgio fez o curso de treinador da Federação Americana de Futebol, recebendo a "Licença National B' e assumiu como Coach principal da South Texas Soccer Select Team Open Age From 1994 to 1996, tornando-se o primeiro treinador brasileiro e negro "Afrodescendente" a dirigir a Seleção do Sul do Estado do Texas. ****** No ano de 1992, Fundou o Jornal Vida Brasil Texas, tornou-se editor, onde ficou por 28 anos, sendo 24 anos impressos e os últimos 4 anos digital em português. Fundou em 2004, a Revista Brazilian Texas Magazine, é seu Editor . A revista até 2015 foi impressa, em 2016, passou a publicação digital em inglês. ****** 1 - Compositor, teve participação do CD Brasil Forever 1997 da Banda brasileira no criada no Texas em 1993 com finalidade de promover a cultura do Brasil. Banda “Atravessados de Houston” – Texas, com tiragem de 10 mil CDs. Sérgio Lima teve a participação com 10 músicas 8 autorais e mais duas com parcerias. 2 - Compositor da música “I Love Rio”, escrita e inglês em homenagem ao Rio de Janeiro, com a luxuosa interpretação da excelente Elicia Oliveira em ingrês (Está disponível no YouTube). https://www.youtube.com/watch?v=l39hfwOkyYU&t=18s ****** Representou a comunidade brasileira do Texas na I Conferência “Brasileiros no Mundo”, realizada em maio de 2008, com uma extrema característica acadêmica. ****** A II Conferência “Brasileiros no Mundo”, realizada em outubro 2009, se desenvolveu com uma acentuada conotação política, tornando, em certos momentos, o diálogo tenso, desconfortável e, até certo ponto, cansativo, devido à falta de elasticidade de algumas lideranças, acostumadas, creio, a pontuar e determinar o rumo das conversas e decisões, em suas áreas ou comunidades no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, de iniciativa da Fundação Alexandre de Gusmão – FUNAG, órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores – MRE. ****** Sérgio criou o espaço Brasil especial na Biblioteca central da cidade de Houston e conseguiu doações de livros de algumas instituições das comunidades brasileiras de outros estados americanos para compor o espaço. Recebeu o Prêmio Brazilian International Press Ward, por 3 vezes, em reconhecimento pelos trabalhos como editor do Jornal Vida Brasil Texas em português, e revista Brazilian Texas Magazine em inglês – 2011. ****** ORIGINAL ARTICLE “AFRO DECENDENTES NA MÍDIA BRASILEIRA”. You are a winner for the 15th Annual Brazilian International PRESS AWARDS. Your outstanding performance and contribution for the Brazilian Culture was recognized by the Media and Cultural Leaders of the Brazilian Community in the United States. Join us for the 15th celebration of the Brazilian Cultural presence in the U.S. The Award Ceremony will be held at the Cinema Paradiso • Fort Lauderdale May 3rd 2012.

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  1. O verso abaixo foi inspirado quando da tese de doutorado de direito constitucional do amigo e militante Osmar Gaspar, todavia ele igualmente reflete a obstinação, a coragem, a humanidade e a ternura do também amigo e militante Dr. Alexandre de Almeida;

    Um lugar incomum, impensável de um sonho.
    Quando o sonhar é impossível, não sou o meu dono.
    Em não sendo meu dono, à deriva sempre estarei.
    Ledo engano querer destinar o que serei
    Pois em todo canto sempre direi:
    Cá estou e daqui por mais que queiram, jamais sairei.

    Parabéns Alexandre por grandiosa e paradigmática história.

  2. Trajetória de muita luta e resistência.
    Com tantas adversidades conseguiu sobreviver e hoje inspira outras pessoas.
    Ainda temos um caminho árduo pela frente, o racismo velado no seio da sociedade é real, pretos são mortos nas periferias, falta representatividade em muitas áreas entre outros.
    As histórias como a sua me deixa forte, sigamos firmes na luta!

  3. Parabéns pela história de vida e por nunca desistir dos seus sonhos sua família suas raízes .
    Fiquei encantada com cada palavra e pelo ser humano grandioso que você é que me apresentou ao ler que somos e podemos ser muito além do que nos apresenta a realidade.
    Que muito mais que a cor de pele temos a cor e a coragem de vencer de crescer de prosperar não apenas em bens mas no bem.
    E que lutar contra a realidade não é comum mas é encantador e estimulante.
    Deus abençoe sua vida sua família e todos que fazem parte da sua história de vida.

  4. Tenho o prazer de conhecer e poder chamar de amigo esse exemplo de profissional e ser humano. Sou estudante de odontologia e passo por situações diárias semelhantes as que o Dr Alexandre enfrentou, uma vez que sou afrodescendente e possuo baixas condições econômicas. Dessa forma, reforço como a sua história é exemplo de superação, não só para mim, mas para muitos que lutam diariamente por um futuro com melhoras sociais e econômicas.

  5. Lembro sim da luta do Alexandre,mais muita coisa desconhecia,porque ele não contava,pois sempre passava força e incentivava todos a correr atrás dos seus sonhos. Hoje graças a Deus venceu e já formou seus filhos e ajuda outros a conseguir trilhar o caminho também principalmente os afrodescendentes que demonstram interesse e luta.Sempre emociono com essa história de superação e agradeço a Deus pela discernimento e força e foco que ele teve e tem,porque teve tudo para trilhar caminho errado e jogar tudo para o alto,mais Deus na sua infinita misericórdia não permitiu.

    • Uma história de se emocionar, não tem como não pensar no sofrimento que nossos pais passaram para poder dar o melhor, do jeitinho deles.
      Poucos teriam sua coragem e sua garra em tudo que fez, e faz, por tudo que já passou realmente, um exemplo de superação e representatividade para nós negros, chegou onde chegou por mérito como você mesmo citou acima, mérito seu e de sua família seu alicerce, graças a Deus que teve uma esposa que de certa forma segurou as pontas do lado de lá, sem ela também não seria possível, chegar onde vocês chegaram e colhendo bons frutos como vocês vêm colhendo.
      Orgulho de ser sua prima irmã
      Deus abençoe grandemente.

  6. Alexandre Almeida,grande precursor nas causas sociais,você me fez lembrar das lutas a favor daqueles que precisavam de um horizonte,horizonte este que mudou a vida de vários jovens de Passos e região, agradeço a oportunidade de me fazer enxergar que existe sonhos,grandes projetos como:Seta(Selecionando talentos) NAB (Núcleo de Estudos Afro Brasileiro) Projetos como estes formaram muitos jovens para o mercado de trabalho,proporcionou para estes jovens oportunidades de trabalhar nas melhores empresas de todo o Brasil.Hoje, muitos destes jovens que garraram as oportunidades que tiveram,hoje estão desfrutando das oportunidades.Projetos ousados e com excelência,fez com que este humilde homem se tornasse um ícone na historia de nossa cidade e região. Excelente documentário. Parabéns

  7. Parabéns Alexandre de Almeida por tudo que você fez e está fazendo pelas pessoas não tenho palavras para expressar o quanto gosto de você cara meu padrinho querido um guerreiro, batalhador que nunca desistiu dos seus sonhos hoje um profissional reconhecido em todas às áreas que trabalha não tenho o que reclamar de você está sempre disposto a ajudar as pessoas, se fosse outra pessoa em seu lugar teria desistido na primeira luta que tivesse mais não o senhor levantou a cabeça sacudiu as poeira e bola pra frente mostrou a muitos que um negro pode sim ser um doutor pode sonhar e pode realizar seus sonhos sem depender de derrubar ninguém chegou aonde está por merecimento proprio sem pisar ninguém parabéns por tudo peço a Deus que te abençoe e te ilumine e que o senhor continue sendo essa pessoa maravilhosa que és de um coração enorme tamo junto padrinho 🤜🏿🤛🏿👏👏👏🙏🏽

  8. Quem conhece a história de vida do Alexandre sabe dos altos e baixos que ele enfrentou. A resilência que ele tem serve de exemplo para muitos. A sua humildade e empatia com pessoas demonstra que o amor pelas pessoas são os maiores presentes. Que Deus abençoe e continue escrevendo sua história.

  9. Parabéns meu irmão quanto me orgulho de vc por ser esse ser humano magnífico e solidário.só tenho a agradecer a Deus por ter vc como irmão.
    E vc esse ser ímpar, guerreiro,honesto..
    Vou levar pra sempre suas palavras sábias…Meu Rei
    Deixando legado…. GRATIDÃO ♥️

  10. Uma vida bem vivida é uma vida dinâmica, uma vida de movimento! E como se movimentou o jovem Dr.Alexandre! Em momento algum deixou de caminhar, em que pese todas as pedras de tropeço que se colocaram em seu caminho! Uma grande inspiração para uma geração fragilizada, que por quase nada, se paralisa, e não encontra razão para continuar caminhando! Um exemplo de como enfrentar os dissabores da vida e ainda sim manter uma alegria contagiante! Alegria e força que tem raiz na família, instituto maior escolhido por Deus para se revelar! Parabéns.

  11. Dr Alessandro Dentista é um grande exemplo, mesmo com todos os obstáculos não desistiu e foi vitorioso… um verdadeiro guerreiro!
    Merece todo nosso respeito e admiração!

  12. “É necessário sempre acreditar que o sonho é possível. Que o céu é o
    limite e você, truta, é imbatível. Que o tempo ruim vai passar, é só uma
    fase. E o sofrimento alimenta mais a sua coragem” [Racionais Mc].
    Com esse trecho de uma canção dos Racionais, quero deixar meu relato sobre o meu querido amigo Alexandre, cuja vida é fonte de inspiração para muitas pessoas, afinal representatividade é muito importante e Alexandre tem combatido o bom combate, levando o empoderamento a muitas crianças, adolescentes e jovens. Aruê… É luta e vida que segue.

  13. Alexandre. Uma pessoa iluminada e
    é um grande exemplo de perseverança, força de vontade e mesmo quando tudo parecia difícil , ele tinha uma energia que o conduzia e estava sempre junto com ele. Te admiro e tenho orgulho de você. Parabéns sempre.

  14. Para mim,o doutor Alexandre não é somente um exemplo para os negros mas também para todas as pessoas,me acolheu e me ajudou em um momento de crise,quanto a isso sou eternamente grato e por ele colocaria a minha mão na brasa !!! Espero um dia ser um exemplo para a minha etnia assim como ele é.

  15. A história de superação do Dr. Alexandre Almeida se parece, em parte, com a história de outros tantos negros que conseguiram igualmente superar as inúmeras barreiras do racismo brasileiro. As narrativas trazidas por Sergio Lima do Jornal Vida Brasil Texas sobre a vida de Alexandre são inspiradoras para os jovens negros e todos aqueles que desejarem progredir em suas vidas. Alexandre é sinônimo de força, de superação. de resiliência, tudo o que precisamos para seguirmos em frente. Acho que a poesia de Adinaldo José de Souza explica perfeitamente o sentimento de superação na figura do Dr. Alexandre. “Quando o sonhar é impossível, não sou o meu dono.
    Em não sendo meu dono, à deriva sempre estarei.
    Ledo engano querer destinar o que serei”
    Pois é meu caro, jamais temos absoluta certeza sobre o nosso destino e muito especialmente sobre o que a vida nos reserva. A você ela reservou merecidamente o reconhecimento e admiração de seus pares, amigos e familiares, aos quais eu peço-lhe a devida vênia para me juntar a eles e lhe desejar todo o sucesso. PARABENS! UM EXEMPLO A SER SEGUIDO!
    Abraços do
    Osmar Teixeira Gaspar

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