Feliz Aniversário meu Maracanã
Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre
Minha primeira vez foi como todas as primeiras vezes… Me preparei a semana toda, quase não dormi, escondi do médico um mal estar antes do jogo, eu suava frio e no vestiário contava os segundos para chegar o momento mais esperado da minha vida. Meus companheiros passavam alheio a minha aflição.
Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre
0 ritual habitual, massagem, o uniforme, as últimas instruções… amarrar as chuteiras, a última ida ao banheiro para tirar o nervoso. Pronto, chegou a hora! Um “Pai Nosso”, e subimos a escada do túnel do maior do mundo. De repente, um barulho ensurdecedor, era o FLAMENGO entrando também, suei frio.
Fonte foto – http://futebolsaudades.blogspot.com/2012/02/um-certo-carlos-alberto-zanata-parte-i.html
Pisei no gramado, olhei para o céu, para arquibancadas e vi a corrida louca lá em cima, como fazia sempre com a bandeira do América, do meu ídolo, o ilustre e maravilhoso torcedor do América, que era chamado carinhosamente de “Tizil”, olhei para as cadeiras, no Setor 4, procurei papai, mamãe, Zé, Tadeu, todos meus irmãos, o amigão Flavio Miranda. Olhei, para Geral, toquei a grama com as mãos, eu não acreditava que era real, lembrei dos meus sonhos, finalmente eu estava ali no meu Maracanã, o maior dos maiores, palco dos melhores espetáculos escolhidos por Deus para o milésimo GOL do Pelé.
Fonte foto – Acervo do Paulo Cezar Carreira
Começou o jogo e a torcida do Flamengo não parava, o América rolava a bola, o Flamengo empurrava com tudo, de repente Zanata atrasou para o zagueiro, o Paraguaio Reys, ele vacilou, deu bobeira, aí eu antecipei, roubei dele fiquei cara a cara, eu e o goleiro Ubirajara, ele saiu desesperado e tentou chutar a bola, toquei entre as pernas dele, ele ainda tentou chocar comigo, desviei e peguei na frente, era o gol do lado da Quinta da Boa Vista, toquei para o gol aberto e corri em direção ao céu da Geral, rindo, chorando e gritando como louco, era meu gol, gol, gol, meu primeiro no Maracanã, gol, gol gente, gol meu. Caramba!
De repente, fui sufocado pelos companheiros em um só abraço, nesse momento levantei os braços e fiz esse sinal que marcou o meu primeiro GOL no Maracanã e representava o “V” da Vitória e o poder negro, pela luta incansável pelo seu espaço. O jogo foi em 1971 e empatamos 1 X 1, eu nunca mais vou esquecer esse momento. Agradeço a Deus por ter me dado essa alegria maravilhosa, esta oportunidade inesquecível para toda a minha vida.
Fonte das 3 fotos acima – Arquivo pessoal do Sergio Lima
Depois disso vieram outras vezes, mas este momento em 1971, ficou e ficará marcado na minha memória para sempre.
Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre
0 Maracanã, ficou sendo “meu”, só meu, também na temporada de 1973 até quase o final, quando faleceu meu pai Elpídio Lima. Daí para frente eu desabei e fui embora do meu Maracanã. Não posso deixar de citar mais um momento super interessante, no maior do mundo, foi no jogo América contra o Fluminense em 1973, mesmo na minha ausência, foi feito um minuto de silêncio pela morte do meu querido pai, ao saber, fiquei extremamente sensibilizado e agradecido pelo carinho e respeito para comigo e toda minha família.
Na foto – Meu pai Elpídio Lima, meu irmão Tadeu Lima e Sergio Lima em 1965, foi um jogo do juvenil do Americano FC. contra o Campos Atlético Associação, no campo do Campos no Parque Lepoldina em Campos dos Goytacazes, nossa terra.
Gente, eu sabia cada espaço do campo, eu sabia a altura de sua grama, suas sombras, temperatura, eu fui amigo íntimo de seus gols, seja o da Quinta da Boa Vista, ou o da Praça Saenz Peña ou Morro do Borel. Eu conhecia como poucos as imediações de suas áreas, os atalhos para chegar mais rápido ao gol, pois só quem jogou lá, pode sentir o que eu senti. Parabéns! Maracanã antigo, por ser o palco da alegria de milhões de pessoas, por fazer da sua Geral um quintal das casas de todos, que nos fazia ficar mais perto do nosso povo na hora do gol, o torcedor de verdade.
Fonte foto – Arquivo pessoal do Sergio Lima
A Geral, misturava, era uma passarela de folclóricas criações, personagens que desfilavam e tornavam o espetáculo antes e durante o jogo uma festa a parte, muito mais bonita e agradável, quase no mesmo espaço da partida de futebol. Moro quase dentro do Maracanã, na Tijuca, rua Dulce, nunca mais fui lá, faz muitos anos.
Fonte foto – https://www.google.com/search?q=Praca+na+Rua+Dulce&tbm=isch&ved=2ahUKEwjtx661-cj_AhUejpUCHR3YCE4Q2-cCegQIABAA&oq=Praca+na+Rua+Dulce&gs_lcp=CgNpbWcQDFAAWK2vAWC7vQFoAHAAeACAAfsBiAGXEZIBBTAuOC40mAEAoAEBqgELZ3dzLXdpei1pbWfAAQE&sclient=img&ei=4_CMZK3KH56c1sQPnbCj8AQ&bih=625&biw=1366&rlz=1C1GCEA_enBR756BR756#imgrc=JfK35prthC-N1M
VALEU! Viu Dona Georgina, Elpídio Lima, José Armando Lima e Tadeu Lima, (falecidos). Claudia, Bidinho (Paulo C. Lima), Dodi (Jorge Lima) Pida (Liminha), esposa Maria Luiza Rosalen, filhos: Serginho, Leandro, Jobell, e Pedro. I Love you guys! Netas: Gabriela, Gígi e neto Leandrinho. Um I Love You, para todos da nossa família Da Silva Lima, Da Silva Guedes e os Kezens e meus queridos amigos e parceiros da vida, todos, absolutamente todos. Digo! Estamos juntos! Que felicidade, o Maracanã foi só meu neste dia 11 de abril de 1971 .
Hoje, 16 de Junho de 2023
Feliz Aniversário Maracanã.
Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre
Local: Maracanã – Juiz; Carlos Costa.
Renda: Cr$ 164 095,50. – Público: 33 973 pessoas.
Gols: Sérgio Lima 24′ do 1.° Tempo; – Zanata 6′ do 2.° Tempo
Flamengo – Ubirajara; Murilo, Onça, Reyes e Marcos; Zanata e Liminha; Buião, Dionísio (Milton), Tales (Nei) e Caldeira.
América – Jonas; Paulo César, Alex, Mareco e Zé Carlos; Badeco e Renato; Tarcísio, Sérgio Lima (Jorge Cuíca), Edu e Sarão.
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Por Sergio Lima.
Sérgio Lima, vc foi um dos meus ídolos no meu querido América. Lembro bem um jogo contra o Fluminense , uma quarta-feira à noite . O Flu ganhava de 2 x1 com dois jogadores a mais e você empatou com gol de cabeça, subindo muito mais que a zaga deles. Muito linda a sua trajetória de vida. Parabéns , saúde e muitas felicidades.
Obrigado estimado Jorge Roque,fico muito feliz com o seu comentário e me fez lembrar do nosso maravilhoso e querido Clube América. Receba um forte abraço.
Sérgio Lima, inesquecível atacante de nosso transcendental América FC. Saudades “daquele” Maracanã, daquelas tardes e noites espetaculares. Muito feliz em saber de ti, em ler sua crônica — também um pouco minha, se me permitir a ousadia da partilha. Tiziu, a quem eu e muitos torcedores chamávamos (penso fosse o nome dele) Walter. Afetuoso abraço, Sérgio!
Obrigado Jorge Moraes, pelo seu belo comentário, tenho muitas saudades deste tempo do nosso América FC. eu nunca soube o nome correto do nosso ilustre e querido torcedor Walter. Grande abraço.