Galerias Pacífico, Buenos Aires
Por Osvaldo Tetaze-Maia
Tentar narrar a trajetória de mais de sete décadas de profissão de Éldio Macedo, nas mídias jornalística, radialista e televisiva, seria o mesmo que tentar reescrever um novo tratado sobre a Bíblia, e para fazer uma “série de televisão”, seriam necessárias várias temporadas e dezenas de capítulos, tamanha a sua participação em todos os veículos de comunicação.
Somente no campo esportivo, Éldio cobriu dez Copas do Mundo e quatro Olimpíadas, e incontáveis jogos de futebol pelo mundo, dentre outros eventos esportivos!
No seguimento jornalístico, foram incontáveis matérias, eventos, coberturas políticas, enfim, e foi também um dos fundadores da rede de televisão RBS (TV Globo) no sul do Brasil, mas o que alavancou a carreira de Éldio Macedo na década de 1960, em Porto Alegre, RS, foi o programa de TV de luta livre chamado RINGUE DOZE, que comandou por anos no Rio Grande do Sul, na RBS.
Éldio Macedo em sua Sala de Comando em 2000
Em um misto de esporte, política e samba se fez a carreira de Éldio Macedo, era a voz do RINGUE DOZE, programa de TV de Luta Livre que marcou a comunidade gaúcha nos anos 1960, tornando-se um dos maiores fenômenos de audiência da televisão brasileira até os dias de hoje.
Entre golpes e voadoras de personagens como Fantomas, Ted Boy Marino e Barba Roja, um homem negro vestindo smoking alinhado e sapato verniz, não hesitava em invadir o ringue para entrevistar os lutadores. Era o jornalista Éldio Macedo, que comandou a atração transmitida entre 1964 e 1969.
Éldio Macedo é considerado um fenômeno de audiência, pois o Ringue Doze tem ainda hoje um recorde imbatível: foi capaz de fazer com que 93% dos televisores ligados em território gaúcho sintonizassem no Canal 12, ao mesmo tempo. O programa ajudou a fazer de Éldio uma das personalidades mais conhecidas no Estado, mas foi apenas um dos marcos de uma carreira repleta de feitos que o colocaram em lugares privilegiados na história da comunicação e do País.
1 – Éldio junto aos Jurados do programa Ringue Doze 2 – Ted Boy Marino, 3 – Fantomas, os Astros do Ringue Doze de Éldio Macedo
O desempenho ao microfone rendeu a Éldio Macedo o convite para trabalhar na TV Rio, onde assumiu a direção de esportes, e naquela emissora, teve a oportunidade de acrescentar ao currículo mais um feito. Era 19 de fevereiro de 1972 quando a Difusora, juntamente com a TV Rio, transmitiu a cores a Festa da Uva de Caxias do Sul no Rio Grande do Sul, uma das maiores festas regionais de todo o país, e coube a Éldio conduzir a primeira entrevista na nova fase da televisão na América Latina e a personalidade escolhida foi Scila Médici, esposa do ex-presidente General Emílio Garrastazu Médici de 1969 a 1974.
Contava Éldio, que queriam que ele entrevistasse o Presidente da República, mas decidiu entrevistar a Primeira-Dama para fazer uma homenagem à mulher brasileira, em plena ditadura no Brasil, comunicando somente ao “cameraman” sua intenção, e no palanque de inauguração da festa, passando pelo Presidente, foi em direção à esposa do General empunhando o microfone, começando a entrevistá-la, sob o olhar perplexo de todos no evento!
Após alguns minutos de entrevista com a primeira Dama, virou-se para o Presidente da República, que até então assistia sua esposa sendo entrevistada, e perguntou: “Presidente Médici”, quem o senhor acha que ganha o Gre-Nal amanhã?
O riso foi geral, talvez um pouco acanhado dos políticos presentes e Diretores da RBS, e assim deu-se por inaugurada a primeira transmissão à cores da Festa da Uva em Caxias do Sul, e um dos primeiros eventos transmitidos à todo o Brasil com imagens à cores!
Assim era Éldio Macedo, livre, direto, espontâneo e com muita astúcia!
Éldio Macedo no Rio de Janeiro foi diretor da Rádio Nacional e da Manchete Esportiva, e atuou na TV Tupi. Participou ainda da cobertura de 10 Copas do Mundo, esteve em quatro Olimpíadas e visitou mais de 50 países, conhecendo e entrevistando personalidades e atletas. Um fenômeno do jornalismo brasileiro.
MINHAS PASSAGENS COM ÉLDIO
Várias foram as viagens e “coberturas” esportivas que participei com Éldio, fruto de uma amizade que iniciou em 1982 na Copa da Espanha, já contada algumas dessas passagens aqui no Vida Brasil Texas.
Nessa minha singela homenagem póstuma, vou registrar dois eventos em que Éldio, com o seu aguçado ‘faro’ para furos jornalísticos, realizou façanhas que até hoje não houve cobertura esportiva igual, criadas quase que espontaneamente por ele, mas que teve uma das maiores audiências durante a cobertura do evento principal da Seleção Brasileira de futebol.
Um ‘furo’ foi dado logo após o tetra campeonato da Seleção Brasileira de futebol, na Copa do mundo nos Estados Unidos em 1994, e outro durante a Copa América de 1999 no Paraguay, onde a Seleção Brasileira, jogou a primeira fase em ‘Ciudad del Este”, e ficou hospedada no Hotel Bourbon em Foz do Iguaçu.
1. Futsal entre Argentina x Brasil, dois meses após o Mundial dos estados Unidos em 1994, nem a Globo transmitiu!
Fonte foto – YouTube
Jogo no Programa ‘Ritmo de la Noche’, do apresentador Marcelo Tinelli, Buenos Aires, 1994
Esse evento, hoje disponível na Internet, com vídeos do jogo no Youtube, enfim, pode ser apreciado pelo público, mas em 1994, a transmissão foi intensa a vários países da América do Sul, menos para o Brasil, pois somos uma “ilha” de língua portuguesa dentro de um continente totalmente de língua espanhola.
Essa pequena ‘fábula’ futebolística já narrei aqui na revista com o título: “A VERDADEIRA HISTÓRIA DA ‘ÁGUA BATIZADA’ QUE O BRANCO TOMOU NA COPA DA ITÁLIA… CONTADA
POR SEUS PERSONAGENS EM 1994”, e repito aqui os fatos principais que convivi com o Éldio naquele evento em Buenos Aires.
Em 1994, logo após o mundial dos Estados Unidos, um dos grandes jornalistas e radialistas brasileiro, meu grande amigo Éldio Macedo, da RBS de Porto Alegre, promoveu em conjunto com um dos maiores apresentadores da TV Argentina, Marcelo Tineli, um jogo ‘inimaginável’ menos de dois meses após o Brasil ter sido Tetra Campeão Mundial, que foi Brasil x Argentina em um jogo de ‘Futsal’ ou ‘Society’ (como queiram), com grama sintética, com quatro jogadores de cada lado, ‘dentro de um estúdio de televisão’, com transmissão AO VIVO para quase toda a América Latina, menos para o Brasil, talvez como ‘punição’ por não termos sido colonizados pelos Espanhóis também!
Fato é que o Programa do ‘Tineli’ é até hoje uma das maiores audiências na Argentina, e o Éldio teve a brilhante e “impagável” ideia de promover este jogo contra a Argentina, menos de dois meses após o Brasil ter sido Tetra Campeão, e a Argentina ainda ‘fervendo’ com a exclusão de Maradona dos gramados devido ao uso de ‘doping’ naquele mundial, com a famosa cena dele saindo de campo sendo conduzido por uma assistente.
Para medir a grandiosidade do espetáculo, o Brasil jogou com: TAFAREL, DUNGA, BRANCO E BEBETO e a Argentina com GOYCOCHEA, RUGGERI, BURRUCHAGA E MARADONA, ou seja, a base das duas seleções no mundial daquele ano!
Essa ideia genial, um evento marcante para o futebol mundial da época, foi organizado pelo incansável jornalista, apresentador de TV, ‘periodista’ na Argentina, Comunicador, Éldio Macedo, após um simples encontro com Tinelli em Buenos Aires, onde Éldio em um Café com o famoso apresentador Argentino lançou a ideia, e daquele papo entre ‘cafés cortados e media lunas’, saiu um evento esportivo que teve uma das maiores audiências da televisão Argentina e Sul Americana até hoje, uma ideia un pouco “pelotuda” como dizem os Argentinos, mas que provou ser de um tino jornalístico imensurável!
‘Los hermanos’ de espanhola língua da América do Sul, e principalmente da Argentina, pararam na frente de suas televisões para assistir o que queriam que fosse o jogo da Copa nos Estados Unidos, só que o jogo aconteceu após aquele Mundial, em um estúdio de televisão, com quatro jogadores cada equipe, com Brasil vencendo por 7 x 4 a Argentina, e com uma impagável e fabulosa narração de Tinelli, o famoso apresentador, e hoje podemos nos deliciar desses 20 minutos de puro espetáculo futebolístico em um estúdio de TV, onde nenhuma das duas equipes queria perder, pois foi um verdadeiro Brasil X Argentina!
Eu estava no estúdio de TV na plateia juntamente com o Éldio Macedo, e o Jorge Machado, Empresário de futebol do Branco na época, e até hoje um dos grandes Empresários do futebol mundial, e podemos assistir maravilhados a superioridade do quarteto brasileiro, e o ‘banho de bola’ que Bebeto deu naquele minúsculo espaço dentro do estúdio de TV, deixando a plateia argentina espantada com tamanha técnica e agilidade para dribles em um pequeno espaço da ‘mini-quadra’.
Pode-se afirmar que foi a única vez na história que a ‘SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL JOGOU SEM TORCIDA ALGUMA EM UM JOGO VÁLIDO’, pois imaginem que só havia nós TRÊS de brasileiros no estúdio, sim, e acreditem, Argentina x Brasil vai ser sempre um JOGO ‘VÁLIDO’ e uma guerra, nem que seja em disputa de ‘palitinho’, ainda mais com o Brasil vencendo lá por 7×4!
Fonte foto – YouTube
Fonte foto – YouTube
Esse era o formato de eventos de Éldio Macedo, impactando os espectadores, ouvintes, leitores, em todos os seus eventos, entrevistas, programas de auditório, enfim, nada do convencional, e sempre à frente de seu tempo!
Na crônica da ‘Agua batizada do Branco’, narrei toda a noitada pós jogo, onde Maradona ofereceu um jantar en ‘La Bombonera’ no restaurante dos jogadores do Boca Juniors dentro do Estádio, a portas fechadas, só para a comitiva do jogo, e as resenhas com Maradona e Branco, Éldio e Dunga naquela mesa até altas horas, fazem parte do meu “imaginário real”, enfim tudo o que passou naquele jantar amistoso, está eternizado em minha memória e compartilhado aqui na revista também, e o destaque daquele encontro, uma revelação ‘bombástica’ ocorrida naquela noite, repito aqui.
Com Dunga e Éldio Macedo após o Jogo de Buenos Aires, em 1994
Com Dunga e Éldio Macedo após o Jogo de Buenos Aires, em 1994
O jantar ‘corria solto’ quando em determinado momento, após algumas garrafas de vinho, Maradona chama o Miguelito para sentar ao seu lado e grita para o Branco que estava sentado à frente:
– Branco, “…venís acá que te voy presentar Miguelito, el que te sirvió el agua en el juego de Turín en 90”, y el te va contar lo que tenía adentro y como hace siempre eso con los boludos…”!
Após uma gargalhada geral, pois até então esse assunto era um ‘tabu’ entre os jogadores e a imprensa mundial, Miguelito começou a contar como fazia essa ‘picardia’ como eles dizem, e ao contrário das ‘teorias da conspiração’ que existem até hoje, não continha ‘sonífero’ nem droga alguma, era simplesmente adicionada com algumas ervas que causavam um leve desarranjo intestinal, azia, ânsia de vômito, e que afetava alguns jogadores mais que os outros, e no caso do Branco que era um ‘cavalo’ de forte como dizem lá no Sul, ele conseguiu jogar até o final da partida, que infelizmente perdemos e saímos da Copa, mas não por motivo da água ‘batizada’, mas sim por inúmeros fatores que todos nós sabemos muito bem!
E foi ali na ‘Bombonera’, quatro anos após o mundial da Itália, que o Branco ficou sabendo o que havia tomado naquele jogo na Copa quando pediu ao Miguelito naquele jogo ‘um poquito’ de água, e o Massagista, tal qual como sempre fazia, levava duas garrafas de água na sua bolsa, uma boa para seus ‘pupilos’ e a outra ‘batizada’, para o caso de algum jogador ‘boludo’ adversário pedisse água também!
Com Maradona e Bebeto no jantar da Bombonera após o jogo no programa do Tinelli
2. ARGENTINA 6 x 0 PERÚ – MUNDIAL 1978 – O jogo que ainda não terminou!
Essa crónica, também já contada aqui na Revista, foi mais uma das grandes “tiradas” do Éldio Macedo, em plena Copa América de 1999, com um inesperado furo de reportagem, quando me chamou para promover um programa ao vivo pela Rádio Gaúcha, direto de seu apartamento no Hotel Bourbon em Foz do Iguaçu, onde estávamos hospedado junto com a Seleção brasileira, e os fatos acontecidos naquela época, seriam impensáveis atualmente, mas é ainda hoje uma das maiores audiências de uma mesa redonda em programa de rádio ao vivo.
Com Éldio, no Hotel Bourbon em Foz, horas antes do programa entrar ao vivo na Rádio Gaúcha
Apesar de serem infinitas as ‘estórias e lendas’ do futebol brasileiro, muitas inimagináveis, sempre haverá algum fato inédito, e uma vez mais vou revelar um desses fatos que participei em mais uma de minhas andanças junto com Éldio e a Seleção Brasileira.
Até hoje ainda perturba a mente daqueles que participaram ou assistiram aquela partida de futebol da Copa de 1978 na Argentina, onde a Argentina teria que ganhar com 4 gols de diferença do Peru, pelo menos, para que pudesse ir para as semifinais, e ao mesmo tempo desclassificar o Brasil, e cravou um sonoro 6×0 no Peru, para espanto e indignação mundial, pois era uma seleção cotada para as finais!
Kempes, comemorando mais um gol argentino contra o Peru na Copa de 1978
Bem, lá naquela Copa América de 1999, eu estava acompanhando como representante no Brasil e América do Sul, de Don Elias Figueroa e Teófilo Cubillas, o astro peruano da Copa de 78 na Argentina, além dos dois americanos criadores de um projeto chamado de ‘Futebol Masters’, que estava décadas a frente do que era a televisão e as mídias eletrônicas de hoje em dia, e é claro que carreguei Éldio comigo para esse projeto, e fiz que os americanos o contratassem também como nosso assessor de imprensa para divulgação do projeto, e nos encontramos em Foz antes do início da Copa América.
Dentre as inúmeras oportunidades de convivência que tive com o futebol, uma delas foi a amizade e relacionamento esportivo e profissional com o Cubillas e com Don Elias Figueroa, que iniciou no princípio de 1999 quando participei da ‘II Feira de Futebol em Cannes na França’, no ‘stand’ da CBF.
Stand’ da CBF na II Feira Mundial do Futebol em Cannes, França, 1999, na foto, Dr. Paulo Amoreti, ex Presidente do Internacional, falecido no acidente do avião da TAM em 2007 em SP, Don Elias Figueroa, Bernard Joseph Vincent, Fundador do ‘Gran Master of Football’, Teófilo Cubillas e este ‘Escriba’
Com Elias Figueroa em Viña Del Mar – Chile
Para que se entenda um pouco desse ‘episódio radialístico inédito’ transmitido desde Foz do Iguaçu, é que na época estava com o projeto ‘Gran Master of Football’, o qual tinha como integrantes ex-craques do futebol mundial, e faziam parte dessa ‘Seleção de Masters’, o Português Euzébio, o Alemão Franz Beckenbauer, O Inglês Kevin Keegan, o Alemão Gerd Muller, o Holandês Johann Cruiff, ‘Don Elias Figueroa, Teófilo Cubillas e Roberto Rivelino!
Steve, ‘Diretor do Grand Masters of Football, eu, Goicocheya e Éldio Macedo no Hotel Bourbon, Copa América, 199, Foz do Iguaçu
Com Rivelino, Hotel Bourbon, Copa América, 1999
Com minha esposa Rose, Éldio Macedo e Don Elias – No Hotel Bourbon em Foz do Iguaçú, Copa América, 1999.
O projeto foi idealizado por uma Empresa Americana de ‘Boca Raton’, na Flórida, e fui durante dois anos o Consultor Jurídico deles e de Cubillas e Figueroa na América do Sul, porém o projeto não vingou como previam os americanos, e após o Mundial do Japão em 2002 foi abandonado, o que considero uma grande perda para o futebol. Hoje em dia, com toda a tecnologia de comunicação, esse projeto seria um grande sucesso.
Assim, uma vez mais estava envolvido em uma questão histórica do futebol mundial. Em 1999, vinte e um anos após aquele fatídico jogo na cidade de Rosário na Argentina, a curiosidade e indignação ainda eram muito fortes por parte da imprensa brasileira (e mundial) quanto aquele resultado, e creio que até hoje há certa indignação.
Saber se o Peru ‘vendeu’ ou não para a Argentina aquele fatídico jogo em 1978, onde a Argentina aplicou uma ‘sonora’ goleada de 6 x 0 em uma das boas seleções daquele mundial de futebol, parecia ainda alimentar as ‘veias’ jornalísticas em geral, e jornalista era o que não faltava naquela Copa América.
Foi aí que entrou o faro jornalístico do Éldio Macedo, que sugeriu à Rádio Gaúcha que faria uma ‘Mesa Redonda’ ao vivo direto de Foz, e levaria o Figueroa e o Cubillas, pois fatalmente em algum momento a ‘terrível’ pergunta seria formulada, pelo menos era o que eu imaginava: E então Cubillas, o Peru ‘se vendeu’ mesmo para a Argentina em 78?
Cubillas na Seleção do Perú – 1978
E com aquele ímpeto jornalístico, o Éldio Macedo me ‘convenceu’ a ‘convencer’ o Cubillas e o Figueroa para participar daquela Mesa Redonda, pois após alguns dias no hotel, do café da manhã ao jantar, a equipe do ‘Grand Master of Football’ era uma ‘atração à parte’ para a imensidão de jornalistas do Brasil e do resto do mundo, sedentos por notícias.
Assim, após combinarmos o horário de entrada ao vivo na Rádio Gaúcha, fui falar com Cubillas e Don Elias, que prontamente aceitaram o convite, e assim foi armada a ‘mesa redonda’ da Rádio Gaúcha diretamente do quarto do Éldio Macedo, no Hotel Bourbon.
‘Macedão’ da Rádio gaúcha
Sérginho Boaz da Rádio Gaúcha
E essa Mesa Redonda contou com a presença de Teófilo Cubillas, Figueroa, Rivelino, Wanderley Luxemburgo, Técnico da Seleção Brasileira à época, e Falcão, o Rei de Roma. Na mesa ainda estava este ‘escriba’ e ‘ouvinte’ somente, ao lado do grande Éldio Macedo, o ‘armador’ de todo esse, digamos, ‘furo de reportagem’.
Falcão
Minha esposa Rose com Luxemburgo, Hotel Bourbon
A Mesa Redonda, que segundo a Rádio Gaúcha, teria uma duração em torno de dez minutos com a equipe de Foz, antes do programa de rádio mais ouvido no RS, permaneceu no ar por mais de uma hora, ao vivo, com a equipe de Porto Alegre alterando a programação local da rádio devido à grande audiência em todo o Estado e grande parte do Brasil, segundo informavam a cada instante ao Macedão e ao Sérginho Boaz.
O clima de descontração que se instaurou naquele quarto de hotel, em meio a uma Copa América de futebol, com tantas estrelas do futebol e ainda com a presença do Técnico de própria seleção Brasileira, é considerado até hoje pelos próprios radialistas e seus colegas de profissão, como um dos grandes feitos jornalísticos esportivos, pois é muito raro reunir estrelas do futebol mundial de vários países e de épocas diferentes, por quase duas horas, em um programa de rádio ao vivo.
E uma vez mais o Éldio comandou aquele grupo de estrelas mundiais do futebol, como se estivéssemos na mesa do restaurante do Hotel, pois os radialistas reconheciam o potencial do Mestre Éldio.
E quanto a celebre e tão esperada pergunta à Cubillas , é óbvio que foi feita ao vivo, porém de forma ‘categórica e catedrática’ pelo Éldio Macedo, e ouviu-se do Cubillas, um ‘gentleman’, uma bem embasada resposta histórica, alimentando ainda mais a curiosidade e imaginação de todos os presentes naquela Mesa Redonda e dos ouvintes daquele dia.
Com Éldio Macedo, Roberto Carlos e Osvaldo Pasquale da Bandeirantes no Hotel Bourbon, Copa América 1999.
Café da manhã no Hotel Bourbon em Foz, Copa América 1999. Eu, Rose minha esposa, Cubillas e a sua frente Steve, Figueroa e a sua frente Bernard Shaw, e ao fundo Éldio Macedo
Jogo treino da Seleção em Foz do Iguaçú, Figueroa, Rose, Eu, Éldio Macedo.
Treino da Seleção Brasileira no Maracanã, 1993.
Treino da Seleção Brasileira no Maracanã, 1993
À direita meu irmão Julio Cesar, Zagalo, Éldio e Valdo – Treino da Seleção brasileira no Maracanã – 1993
Éldio viveu os últimos quinze anos em Buenos Aires com sua segunda esposa, Beatriz, uma Argentina, e lá me encontrei com eles algumas vezes. Eventualmente vinha ao Brasil onde sempre manteve contatos com o meio jornalístico e sua família brasileira.
Na Argentina, deixou sua companheira e amada Beatriz Rolon, com quem conviveu as últimas duas décadas, e do seu Facebook colhi essa ‘pérola literária’ de despedida do Éldio, a qual deixo de traduzir em homenagem a ambos.
Se fue Eldin, Eldinho, ELDIO MACEDO, Preto Poeta, “meu anjo preto” o lucifer pecador.. se fue en este plano.
El decía que sabía su día y hora de muerte…. por eso unos días antes se relajo, se entregó, se fue en paz. Quien pudiera irse así…. con 89 años… una vida donde vivió 10 vidas en la misma…. llena de mundiales y carnavales. Y se fue, porque todos nos vamos a ir… como él quiso.
Se fue el padre, El amigo, El consejero, El couching, El guía espiritual, El profesional, El alegre, El pecador, El escritor, El orador, Se fue…
TE FUISTE!!
Pero solo mueren los que se olvidan y siempre vas a vivir en el recuerdo de todos.
Eldio…………beijote en el alma… en portugués, como siempre decías y te despedías!
Te beso el alma… porque no hay beso y caricia más profunda que besar el alma…
Esa alma que dejo su cuerpo para estar en el corazón de todos nosotros.
Se que nos vamos a volver a encontrar… en algún fuego artificial de año nuevo… en las aguas de Iemanja… en algún samba, o cuando mire el cristo redentor. Nos vamos a encontrar!!!! porque nada es POR ACASO…
En algún poema y en cada carnaval!!!
También te voy a encontrar en tus personajes…. en ese seductor que conquistaba a la mujer de su vida en “ROXANA”. En el libro, “mulher“, que tengo guardado sin editar que escribiste mas o menos por el 2000 y siendo un pionero hablando desde el lado de una mujer y de cada mujer!!
Nos vamos a encontrar siempre!, Preto Poeta!!
ELDIO….
Una y mil veces más… beijo te en el alma…. que descanses en paz y que nos volvamos a ver!!
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Por Osvaldo Tetaze-Maia
