Por Sergio Lima.
Manoel Freitas da Silva, “Suquinha”, ex-atleta profissional de futebol, relíquia da ilustríssima base do América Futebol Clube, do Rio de Janeiro, tinha o perfil da nobreza do futebol, elegante, jogava fácil, clássico, jogador de meio de campo, que antes simbolizava a posição de “volante”
Era fino no desarme e construía as jogadas rapidamente, dando sequência para chegar surpreendentemente no gol adversário, sem deixar de citar e reconhecer suas perfeitas finalizações com chutes potentes e certeiros. Suquinha era outro mega representante da pequena cidade de Pau Grande, no estado do Rio, que se tornou conhecida no mundo todo por ser também a terra natal do inesquecível e inigualável Garrincha.
Suquinha deu início à sua carreira no nosso América, no ano de 1964. E daí, na continuidade, foi perfeito nas suas intervenções, nas vezes que jogou como titular. Mas como sabemos, naquela época, o América produzia e revelava grandes jogadores em sua base, não só para seu time profissional, quanto para o mundo. E produzia atletas de alto nível, e em grande escala. E o plantel de seu time titular era recheado de excelentes craques, que atuavam na mesma posição do nosso homenageado aqui, tornando a competição extremamente difícil. E por isso, as oportunidades como titular absoluto do nosso América foram minguando. Assim, nosso craque foi requisitado pelo Vitória, da Bahia. Convite aceito, migrou para aquele time, deixando o nosso clube tijucano na saudade.
Fonte foto – Retirada do Site no Facebook do Grupo Ex Atletas do América do Rio.
.Mas antes de nos deixar, no dia 26 de novembro de 1969, houve um grande jogo entre o América, do Rio de Janeiro, e o São Paulo. O América goleou, meteu 4 a 0. Edu foi o protagonista, deu um show, marcando 3 gols. Nosso craque Suquinha estava presente e foi simplesmente genial, e com excelentes passes deu uma grande contribuição para a elasticidade do placar. E para fechar com chave de ouro, deixou a sua marca, fazendo um belíssimo gol. O jogo foi realizado no antigo estádio do Botafogo, do Rio de Janeiro, General Severiano. O árbitro foi Sebastião Rufino. As escalações dos times foram: América: Jonas, Serjão, Alex, Maréco e Zé Carlos; Suquinha e Badeco (Jeremias); Tadeu Ricci, Antunes, Edu, e Sarão. Técnico: Flávio Costa; São Paulo: Picasso, Cláudio, Dias, Nenê, Tenente, Édson, Gerson, Nicanor, (Téia) Babá, Zé Roberto, e Toninho. Técnico: Diede Lameiro.
Hoje, Suquinha, aposentado, reside na sua aconchegante e simples cidade de Pau Grande, no interior do Rio. Nosso craque ainda joga as suas peladas, guardando as devidas condições, e com frequência se reúne para uma resenha com outros ex-atletas do América, que fizeram parte da sua vida no mundo do futebol. O Suquinha estava sempre calado, era extremamente reservado, respeitoso, gentil e uma grande pessoa. Jamais o vi alterado ou aumentando o tom de voz, fosse em qualquer situação. Dentro ou fora de campo era um gentleman. Obrigado, craque Suquinha, por fazer parte da minha vida futebolística, no América, do Rio de Janeiro.
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Por Sergio Lima.
Apoio Luiza Rosalen.