Por Guilherme Baffi
Quarto-zagueiro canhoto, com técnica refinada, que comete poucas faltas e dificilmente dá um chutão. No truculento futebol “moderno” é praticamente impossível encontrar um jogador com todas essas qualidades juntas. E o América já teve o privilégio de contar com “Xerifões” talentosos. Um dos mais famosos foi Jorge Lima, uma preciosidade que se estivesse em ação hoje, jogaria em qualquer clube europeu. Na época dele, o mercado era muito restrito e poucos craques brasileiros foram exportados para o “Velho Continente”. Com alguns problemas pessoais chegaram a atrapar a carreira de Jorge Lima, mas depois tudo foi resolvido e a vida e carreira bombaram. Fluminense de Campos dos Goytacaz, ele deu os primeiros chutes como ponta-esquerda das equipes de base do Americano, tradicional clube de sua terra natal. Como era fã do lateral-esquerdo Marco Antônio, tricampeão mundial com a Seleção Brasileira na Copa do México, passou a atuar na ala.
Video onde Jorge Lima, participa ativamente dando início a jogada da melhor defesa de todos tempos do Goleirão do Santos Rodolfo Rodrigues.
Em 1975, foi levado ao América do Rio pelo seu irmão, o centroavante Sérgio Lima, um dos goleadores da Taça Guanabara. O técnico Djalma e o diretor Moacir Aguiar decidiram colocá-lo na quarta-zaga e acertaram em cheio. “Eu não gostava de treinar. Na defesa eu me posicionava melhor e corria menos”, comenta. Jorge Lima foi vice-campeão estadual sub-20 pelo Ameriquinha, ao perder a final para o Fluminense. Promovido ao time principal pelo técnico Danilo Alvim, firmou-se na retaguarda americana durante o Campeonato Nacional de 1976. O América de Rio Preto estava precisando de um zagueiro e o presidente Benedito Teixeira, o Birigüi, ficou impressionado com o desempenho de Jorge Lima num amistoso pelo “xará” carioca em Leopoldina (MG). Birigüi e Valdir Custódio Leite acertaram todos os detalhes e trouxeram o becão.
Chegou a Rio Preto no dia 29 de maio de 1979 e tornou-se um dos maiores ídolos do América. Estreou no empate com o Grêmio São-carlense por 1 a 1, em amistoso preparatório para o Paulistão. A primeira vez que defendeu o Rubro contra um grande foi na vitória de 2 a 0 sobre o Santos, dia 8 de julho de 1979, no estádio Mário Alves Mendonça. Disputou a Taça de Prata e a Taça de Ouro (equivalente ao Brasileirão) de 1980, quando o América fez uma campanha desastrosa. Inclusive, na goleada de 5 a 0 sofrida para o Colorado (atual Paraná Clube), em Curitiba, ele não esquece o cai-cai para evitar um massacre maior. Luís Fernando Calori, Gerson Andreotti e Serginho Índio tinham sido expulsos. Jorge Lima e Marinho simularam contusões e a partida acabou aos 26 minutos do segundo tempo.
Foram mais de 150 jogos durante os seis anos dedicados ao América, sempre com atuações destacadas. Tanto que em abril de 1983, o empresário Francisco Monteiro, o Todé, quis levá-lo para o Atlético-PR, mas a negociação emperrou. O Botafogo-RJ e o Sport Recife também tentaram contratá-lo, mas a diretoria americana não o liberou. Formou dupla de zaga com Mauro, Ailton Silva, Miro, Lac-erda, Camilo, Marcos Vinicius, Vantuir e Orlando Fumaça. “A maioria lembra de mim e do Fumaça jogando juntos, mas eu tinha mais identificação com o Mauro”, diz. Quando o Paulistão terminava, o “xerifão” era emprestado para disputar o Brasileirão por outros clubes. Foram duas passagens pelo Grêmio Maringá (82 e 84) e integrou o elenco do Bangu, vice-campeão brasileiro de 1985.
Depois de recusar uma proposta de Cr$ 300 mil do Novorizontino, Birigüi decidiu vendê-lo ao Barretos, por Cr$ 150 mil. “Ele (Birigüi) alegou que não iria reforçar um concorrente”, recorda Jorge Lima. Na época, o time de Novo Horizonte era um dos adversários do América no Paulistão e o Barretos disputava a Intermediária. Permaneceu na equipe barretense durante cinco temporadas. Depois, peregrinou por diversos clubes e levou calote de alguns. Jogou no Comercial de Ribeirão Preto, Ferroviária, Mirassol, Caldense, Radium de Mococa, Primavera de Indaiatuba, Batatais, Comercial de Cornélio Procópio (PR), Chapadão do Sul (MS), Anapolina, River (PI), José Bonifácio e Uberaba, onde pendurou a chuteira em 1996.
Jorge Lima, está de bem com a vida, continua casado á 37 anos com sua amada Maria Julia Da Silva Lima, curtindo seus filhos, Juliano, Jorginho e Vitor Hugo e suas 3 belíssimas netas, Ana Laura, Luíza e Maria, também 3 netos que completou agora no último mês com a chegada do Lorenzão. Jorge mora atualmente na cidade de Bady Bassitt, interior Paulista, e está fazendo um trabalho de futebol básico, para a jovens local, sobre a coordenação e responsabilidade da Prefeitura da cidade, mas, sem vínculo ou seja não é empregado. Como projeto para o futuro existe um convite para ele assumir possivelmente como auxiliar técnico do Fernandópolis Futebol Club .
Muito Legal a matéria! Quando o Jorge Lima jogou no Mirassol, o Jorginho, filho dele que está nas fotos também vivia jogando bola com a gente nos campinhos da vila!
É de muito orgulho saber,o que foi alcançado por um menino negro, de família muito humilde, oriundo de um pequeno bairro(Parque São Caetano) na cidade de Campos dos goytacazes RJ. Tivemos a infância nesse bairro, que por muitos anos, nem energia elétrica tinha. Mas, tinha a grande expectativa de um dia,fazer parte do time de futebol do Americano futebol clube, pois o bairro era estratégico na localização, pois ficava na frente do estádio Godofredo Cruz!!! Vários
tentaram seguir, porém poucos conseguiram atingir esse objetivo principal na carreira de jogador profissional. Eu caminhei nessa até me formar na Escola técnica Federal de Campos,onde optei em trabalhar na Petrobras. Muito feliz pelo caminho alcançado pelo Sérgio Lima!!!!
Olá meu grande amigo de infância Miguel, fico muito feliz em saber sobre você. Foi extraordinária a nossa infância no Parque São Caetano. Receba um forte abraço.
Olá, boa tarde um amigo querido seu que jogou com você Totonho, pediu para que deixasse o contato dele aqui para que você entrasse em contato. 11987666031