Tudo começou, no futebol de salão.
Eu joguei no America FC, e no Colégio Estadual Orsina da Fonseca.
Tinha 11 anos, e na época o jornal dos Sports organizava os torneios de futebol de salão para clubes, e colégios nas categorias 11 á 13 e 13 á 15.
Participei e joguei nas duas, categorias, pela Souza Cruz e colégios, pelo Orsina da Fonseca, fui Campeão nas duas séries sendo que, no colégio o treinador era o seu conterrâneo o Campista, Eduardo Viana , o famoso “Caixa D’água”.
Um belo dia fui convidado pelo treinador que era o senhor Ramon, para ir fazer um teste no Fluminense, onde joguei com o Nielsen goleiro e Mario Sergio jogava na categoria de cima.
Então fui encaminhado para treinar no mesmo campo onde Telê Santana, pois ele era o treinador do infanto Juvenil.
Ao ser apresentado, ele não deixou eu nem trocar de roupa , disse que eu era muito pequeno.
Fquei decepcionado e tive que ir embora.
Na semana seguinte fui fazer um teste no infanto do América, e felizmente ao término fui levado pelo seu Washington, que era o treinador, a sala do diretor que não havia assistido ao treino , para assinar o contrato.
Esse diretor era o Sr. Rabelo, ele pediu calma ao treinador, pois não acreditou, pelo meu tamanho e físico o deixou desconfiado.
Treinei na semana seguinte também e ele não teve como não dar o contrato para eu assinar.
Fomos campeões do returno e fizemos a melhor de três contra o Flamengo, nos tornando Campeão Carioca no infanto juvenil em 1969.
No ano seguinte passei para o juvenil em 1970 onde nos encontramos.
Você Sergio Lima, lembra dos jogos do Brasil no Tri-Campeonato no México? Eu, você e o Gilmar, assistimos na minha casa na praça da Bandeira? neste ano formamos um excelente time.
Ganhamos do Fluminense no Andaraí e empatamos nas Laranjeiras que foi o Campeão.
Gilmar, Expedito, Bira ,Sergio Lima, timaço.
Em 1971, eu e o Gilmar fomos emprestado ao Central de Barra do Piraí e conseguimos ser Campões, Sul Fluminense, onde enfrentamos, Goytacaz, Americano, e Barbará.
Em 72 foi onde o Sr. Otto Gloria montou o time de 1972 , time este, que tirou o São Paulo das finais do campeonato, jogo chamado de jogo “Da Mala Branca”.
O Palmeiras enviou uma boa quantia para incentivar, premiar a na nossa equipe para vitória e por conseguinte ele o Palmeiras poderia ganhar o seu primeiro Brasileiro.
O Maracanã ficou pequeno, ganhamos de 1 a zero gol meu, o entusiasmo tomou conta do nosso grupo, pois era semanas anteriores do Natal e Ano Novo.
Tínhamos salários atrasados etc.
Em 1973 jogamos um importante torneio na Africa, jogando em Moçambique, Lourenço Marques e em Angola, em Luanda.
Com um gol de Sergio Lima ganhamos o Troféu TAP, ao derrotar o Tri-Campeão português, o Benfica com toda sua empáfia.
Depois voamos para Lisboa onde em um jogo amistoso empatamos com seu rival o Sporting de Lisboa.
Em 1974 fiz parte do time do America Campeão da Taça Guanabara.
Em 1975 fomos, Vice da mesma Taça Guanabara.
Em 76 fui emprestado para fazer parte do primeiro time de futebol profissional do Volta Redonda , e essa história, eu não poderia deixar de contar.
Dentro da Companhia Siderúrgica Nacional, considerada uma das maiores siderúrgica do mundo, começou a surgir alguns focos de greves e a ditadura no comando, do presidente Médici, podendo-se considerar uma manobra “Um Circo”mandou colocar um time de futebol no Campeonato Carioca, para distrair a população que era na sua totalidade funcionários da Companhia Siderúrgica Nacional.
Todos os jogos começavam as 17 horas, menos os jogos lá, em Volta Redonda, que começava as 16:30, jogo acabava meia hora antes e era uma loucura, centenas de pessoas montados em suas bicicletas em disparada para ir para casa assistir, os jogos do Vasco, Flamengo etc.
Só que montamos um timaço, metemos 3 no Vasco ( Valdir, Ademir, Fernandão ) 2 no Flamengo ( Fred , Aluísio,) 3 no America ( Mauro , J. Cuíca e P. Cezar,) e outros bons jogadores, e o treinador era Paulinho de Almeida.
O primeiro jogo fiz história metemos 3 no Botafogo, eu fui feliz e fiz os 3 gols do meu time.
Interessante como a vida dá voltas! o treinador era o Tele Santana e foi demitido, após o jogo, me vinguei dele! Ele é muito pequeno, tinha dito Tele, no início da minha carreira quando fui fazer um teste no Fluminense, e ele não me deixou, se quer, trocar de roupas.
Em 1977 era para ser emprestado, para o Figueirense, mas, preferi o Bangu.
Com 3 meses no Bangu, e depois de um jogo no Maracanã entre America 0 x 2 Bangu, o presidente do America o Sr. Carvalhal, com quem eu havia brigado, levou o Presidente do Galícia da Venezuela para ver o jogo e escolher um jogador para contratar, eu ainda pertencia ao America e fiz um belíssimo jogo ele gostou.
No dia seguinte o Presidente Carvalhal, ligou pedindo para eu ir ao seu escritório no centro do Rio de Janeiro para discutir uma possível transferência para Venezuela, já que o presidente Venezuelano havia gostado da minha atuação. O Sr. Carvalhal, me fez uma proposta, ofereceu uma quantia irrisória para me transferir, eu não aceitei, e ele ficou extremamente irritado, deu um soco na mesa, querendo com isso me pressionar mostrando estar descontente com a minha decisão.
Dei as costas e fui embora, no dia seguinte, ele me ligou e aceitou a minha proposta, então eu fui me juntar aos mundialistas o brasileiro Brito e o peruano Perico Leon, um campeonato Suis Generis, onde podiam jogar 9 estrangeiros e 2 Venezuelanos.
O time do Jairzinho furacão, que estava por lá também, era muito bom.
Eu recebi uma proposta para sair do país, aceitei e voltei ao Bangu, após um problema no púbis, encerrei a minha carreira no Rio Branco do Espirito Santos.
Tomei a decisão de volta a estudar e fui terminar faculdade de Educação Física, e fiz o curso de Treinador de Futebol na Escola de Educação Física do Exército.
Em 1982 pedi ao presidente do América para trabalhar na base club, nos Juniores, de treinador, nesta época também chegava um ex jogador com quem eu tinha jogado anteriormente e também iniciava a sua carreira, e éramos amigos.
Fiquei como auxiliar dele, mas após 2 meses, ele me pediu para assumir a “Categoria de Baixo”, o Juvenil, e prometeu que ao término, eu retornaria para os juniores, onde eu, ou seja, nós, estávamos, eu voltaria para continuar a trabalhar o que tínhamos iniciado.
Ao término do compromisso, cobrei o que havia sido combinado, e o antigo amigo, e ex jogador, me respondeu que já havia colocado outro em meu lugar.
Eu pedi para sair, pois fiquei revoltado com a insensibilidade dele, e logo ele, que dizia ser amigo.
Fiquei decepcionado, mas, deixei para lá, e fui viver a minha vida em outra profissão onde sou feliz.