Leonora Claudia Glasper “Comenta” – Estudante é alvo de mensagens racistas de alunos em colégio de luxo no Rio.

0
1013

Fonte foto – A estudante Fatou Ndiaye Imagem: Reprodução/Instagram – https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/05/20/aluna-racismo-escola-rio-de-janeiro.htm

A aluna do colégio Franco-Brasileiro, nome Fatou Ndiaye de 15 anos, filha de senegaleses, foi surpreendida no último domingo ao saber por um amigo que seus colegas de colégio, uma escola de elite do Rio de Janeiro, trocavam mensagens racistas sobre ela por meio de um aplicativo de conversas.

Entre o conteúdo racista, havia mensagens que diziam

“dou dois índios por um africano”, “1 negro vale uma jujuba, 1 negro vale um pedaço de papelão, 1 negro vale um Trident”, entre outras frases de violência e apologia à escravidão e ao tráfico humano que Universa optou por não reproduzir.

Leonora Claudia Glasper

Crônica

Agora eles estão acordando? Já passei por tudo isso e muito pior, por isso estou aqui hoje nos Estados Unidos. Os Mauricinhos e as Patricinhas do Brasil não irão mudar, porque eles não querem mudar e também não são obrigados a mudar. Eles são o verdadeiro vírus, um COVID que já existe há centenas de anos e nada muda, pois nada jamais acontecerá com eles. Eles se sentem seres superiores e a sociedade brasileira os dá a plataforma e a oportunidade de se manifestar de tal forma.

Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre – Supremo Tribunal Federal

Há alguns meses atrás fui convidada para ir ao aniversário de um brasileiro loiro que vive aqui no Texas, mas foi nascido no sul do Brasil. Ele tem o discurso “Leonora, você acha mesmo que o racismo existe no Brasil? Eu por exemplo, não vejo cor”.

https://www.har.com/amando-queiroga/agent

Na casa dele os que atendiam à festa eram mais ou menos 90% brancos brasileiros. Alguns outros de diversos países latinos e somente uns três americanos. Negros, somente eu e meu marido. Eu, uma negra brasileira e meu marido, um negro americano. Por eu já viver aqui nos EUA há mais de trinta anos, estou bem mais adaptada à cultura daqui. Com isso se eu não abro a boca eles não têm a mínima ideia se sou uma negra brasileira ou americana.

Fonte foto – Arquivo pessoal de Leonora Glasper

A maioria das pessoas que atendiam à festa vivem aqui por somente dez anos ou menos. Era a primeira vez que eu os conhecia. Não tenho muitos amigos brasileiros aqui. Observei que quando descobriram que eu era brasileira, me olhavam da cabeça aos pés e me perguntavam como que eu vim parar aqui. O que eu fazia como profissão. O que meu marido fazia como profissão. Enfim, um verdadeiro interrogatório como quem diz “Como é possível ela aqui entre nós?”

Parece mentira, em pleno ano 2020. Mas infelizmente não é mentira não. Agora dizem, que os EUA é um país muito racista. Na verdade o mundo é racista. Deixe eu te dar uma analogia. “A diferença entre o Brasil e o resto do mundo é que o resto do mundo pela maior parte mostra a sua tatuagem quando são entrevistados, então quem os contrata para exercer o trabalho sabe com quem eles estão lidando. Porém o Brasil usa blusas de mangas compridas para esconder a tatuagem na hora da entrevista.

www.google.com/search?q=O+mundo+racista&client=firefox-b-d&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiNo63nneTpAhU6K7kGHc7KB5IQ_AUoAXoECAsQAw&biw=1366&bih=654#imgrc=00M9ufB4aDV3tM

Quando são contratados e chega o verão e o tempo aquece, eles não aguentando mais o calor, esquecem e vão trabalhar de manga curta, e aí todo mundo vê. O problema é que a tatuagem é uma coisa permanente.  Você pode tentar esconder de baixo das roupas limpas, caras e luxuosas que um veste por um certo tempo. Mas um dia, você fica pelado e aparece para o mundo inteiro ver. ”Essa é a diferença entre o racismo que eu experimentei no Brasil e o racismo que experimento aqui nos EUA. Aqui nos EUA o racismo é declarado, no Brasil ele é enrustido.

Fonte foto – https://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2014/01/lei-que-define-crimes-de-racismo-completa-25-anos

Se você me perguntar qual eu prefiro, eu diria nem um, nem outro. Porém, como ser humano eu tenho que viver em algum lugar, não é mesmo? Então eu diria, eu prefiro mil vezes viver aqui. Aqui eu sou Mrs. Glasper, sou uma Orientadora Educacional Senior em um High School com mais de três mil alunos. Sou admirada, apreciada, mas acima de tudo respeitada. No Brasil, quem eu era? A “neguinha” que falava inglês.

Fonte foto – Arquivo pessoal de Leonora Glasper

Nada mudará até que a nossa perspectiva mude. Temos que entender que o Brasil ainda é um país muito atrasado em todos os aspectos, seja ele social, religioso, político ou econômico. Até que os Mauricinhos e as Patricinhas reconheçam que a raça negra é uma raça de uma fibra, inteligência, vitalidade, eloquência, pulso e força inexplicável o nosso Brasil continuará vivendo a triste realidade que vive hoje.

Engenheiros Baiano André e Antonio Rebouças

Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre – Túnel Antônio Rebouças

A diferença entre o Brasil e os Estados Unidos é que apesar de todo o racismo, preconceito e descriminação que ainda existe aqui hoje. Aqui eles reconhecem a raça negra pelo o que ela é, e o que ela tem à oferecer.

Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre – Justiça – Bridges escoltada pelos delegados federais até a Escola Elementar William Frantz

Então eles decidiram que para se tornar a primeira potência mundial os Mauricinhos e as Patricinhas daqui tiveram que trocar o seu egoísmo, racismo, preconceitos e falso senso de supremacia pelo progresso, evolução e prosperidade de seu país.

***

By Mrs. Leonora Claudia Glasper

     A narrativa de Mrs. Glasper, foi feita sobre o episódio abaixo que aconteceu no              Rio de Janeiro, em Maio 2020.

*

Estudante do Franco-Brasileiro

A aluna do colégio Franco-Brasileiro Fatou Ndiaye, 15, filha de senegaleses, foi surpreendida no último domingo ao saber por um amigo que seus colegas de colégio, uma escola de elite do Rio de Janeiro, trocavam mensagens racistas sobre ela por meio de um aplicativo de conversas. “Eu recebi as mensagens por um amigo que fazia parte do grupo e me contou que as mensagens estavam sendo trocadas. Ele me encaminhou os prints [das telas de conversa]”, disse ela a Universa.

Orgulhoso do desempenho escolar da filha, o pai, Mamour Ndiaye, doutor e professor de engenharia elétrica no Cefet-RJ, conta que Fatou estuda há dez anos na mesma instituição e já ganhou vários prêmios internos de poesia.

Veja mais em https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/05/20/aluna-racismo-escola-rio-de-janeiro.htm?cmpid=copiaecola

Artigo anteriorEu Sergio Lima, o dia que o velho Maracanã foi só meu – História inesquecível no maior do mundo.
Próximo artigoCrônica – Marcus Carter – Unapologetically Black and Educated in America.
BIOGRAFIA ****** Sérgio Lima, ex-jogador profissional de futebol, natural de Campos dos Goytacazes, começou sua carreira no Americano onde jogou em todas as categorias e foi campeão Estadual no ano de 1969. Em 1970, transferiu-se para o juvenil do América do Rio, tornando-se artilheiro da Taça Guanabara de 1973 e vice-artilheiro brasileiro Carioca de 1973. Em 1974, sua história foi ilustrada luxuosamente com o Internacional de Porto Alegre, Hexa Campeão Gaúcho invicto. Em 1975, formou um excelente time do Guarani de Campinas, com grandes jogadores, Ziza, Amaral,Renato, Miranda, Davi, Alexandre Bueno, Edinaldo, Erb Rocha, Sergio Gomes, Hamilton, Rocha. que foi base do Campeão em 1978. Em 1976, transferiu-se para o futebol mexicano onde ficou por 8 anos: Club Jalísco, e Atlas Fútbol Club ambos da cidade de Guadalajara, Morélia da cidade de Morélia, Michoacan e Union de Curtidores da cidade de Leon, Guanajuato. Em 1984, retornou ao Brasil para o Botafogo do Rio. ****** Em 1985 foi contratado pelo Cabofriense, da cidade de Cabo Frio,estado do Rio, onde encerrou sua carreira. Presente em Guadalajara na Copa do Mundo 1986 no México, trabalhou como comentarista esportivo na rádio local chamada "Canal 58" de Guadalajara. Após a copa do Mundo de 1986, começou sua trajetória de 30 anos, nos Estados Unidos da América,, onde foi convidado pela Universidade de Houston Texas, através do seu responsável o excelentíssimo Professor Franco para participar como instrutor do “Cugar Soccer Summer Camp” durante duas semanas. Na sequência, depois de várias participações, em diferentes Soccer Camps no Texas, fundou, oficializou e legalizou a Brazilian Soccer Academy com o apoio espetacular do grande amigo Skip Belt. Com experiência de muitos anos dentro do campo, passou conhecimento e os fundamentos básicos do futebol do Brasil para um número incontável de jovens americanos. ****** Convidado pelo consulado Mexicano, idealizou e apresentou o projeto Houston Soccer After School Program para City of Houston Park and Recreation em 1994, para benefício de crianças e jovens entre 6 a 17 anos. Isso ocorreu na área metropolitana da cidade, onde concentrava a grande maioria de crianças e jovens negros e mexicanos, na época estavam com extremo e grande problema social que os envolvia com drogas e as abomináveis gangues. Desafio aceito, e o programa foi desenhado, aproveitando a infraestrutura dos Parks da cidade. O passo a passo foi dividido em três fases básicas: 1 - Criou-se liga em cada Park, onde havia jogos entre eles. 2 – Todos os meses havia Torneios entre todos os Parks. 3 - Criou-se seleções para jogarem contra jovens das outros áreas, e diferentes estados, sempre cuidando com os mínimos detalhes dos dispositivos e ensinamentos básicos do respeitado futebol do Brasil, para atrair e motivar a todos. O requisito principal era estar e manter boas notas e presença na escola, para desfrutar dos benefícios, recebendo gratuitamente todos os materiais de primeira linha doados por um conhecido patrocinador. Finalmente, aos 17 anos tinham a oportunidade de receber uma bolsa de estudos para ingressar em uma universidade americana. Foi apresentado e aprovado e Sérgio se transformou em funcionário público da cidade de Houston por 17 anos, até a sua aposentadoria. Muitíssimos jovens foram beneficiados pelo programa mudando radicalmente suas vidas, as drogas e gangues desapareceram. Sérgio fez o curso de treinador da Federação Americana de Futebol, recebendo a "Licença National B' e assumiu como Coach principal da South Texas Soccer Select Team Open Age From 1994 to 1996, tornando-se o primeiro treinador brasileiro e negro "Afrodescendente" a dirigir a Seleção do Sul do Estado do Texas. ****** No ano de 1992, Fundou o Jornal Vida Brasil Texas, tornou-se editor, onde ficou por 28 anos, sendo 24 anos impressos e os últimos 4 anos digital em português. Fundou em 2004, a Revista Brazilian Texas Magazine, é seu Editor . A revista até 2015 foi impressa, em 2016, passou a publicação digital em inglês. ****** 1 - Compositor, teve participação do CD Brasil Forever 1997 da Banda brasileira no criada no Texas em 1993 com finalidade de promover a cultura do Brasil. Banda “Atravessados de Houston” – Texas, com tiragem de 10 mil CDs. Sérgio Lima teve a participação com 10 músicas 8 autorais e mais duas com parcerias. 2 - Compositor da música “I Love Rio”, escrita e inglês em homenagem ao Rio de Janeiro, com a luxuosa interpretação da excelente Elicia Oliveira em ingrês (Está disponível no YouTube). https://www.youtube.com/watch?v=l39hfwOkyYU&t=18s ****** Representou a comunidade brasileira do Texas na I Conferência “Brasileiros no Mundo”, realizada em maio de 2008, com uma extrema característica acadêmica. ****** A II Conferência “Brasileiros no Mundo”, realizada em outubro 2009, se desenvolveu com uma acentuada conotação política, tornando, em certos momentos, o diálogo tenso, desconfortável e, até certo ponto, cansativo, devido à falta de elasticidade de algumas lideranças, acostumadas, creio, a pontuar e determinar o rumo das conversas e decisões, em suas áreas ou comunidades no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, de iniciativa da Fundação Alexandre de Gusmão – FUNAG, órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores – MRE. ****** Sérgio criou o espaço Brasil especial na Biblioteca central da cidade de Houston e conseguiu doações de livros de algumas instituições das comunidades brasileiras de outros estados americanos para compor o espaço. Recebeu o Prêmio Brazilian International Press Ward, por 3 vezes, em reconhecimento pelos trabalhos como editor do Jornal Vida Brasil Texas em português, e revista Brazilian Texas Magazine em inglês – 2011. ****** ORIGINAL ARTICLE “AFRO DECENDENTES NA MÍDIA BRASILEIRA”. You are a winner for the 15th Annual Brazilian International PRESS AWARDS. Your outstanding performance and contribution for the Brazilian Culture was recognized by the Media and Cultural Leaders of the Brazilian Community in the United States. Join us for the 15th celebration of the Brazilian Cultural presence in the U.S. The Award Ceremony will be held at the Cinema Paradiso • Fort Lauderdale May 3rd 2012.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui