Fonte foto – María Remedios del Valle Rosas (Argentina), conocida como la madre de la patria. Militar, capitana del Ejército del Norte de Manuel Belgrano – https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADa_Remedios_del_Valle – Manuel Belgrano.
*
Buenos aires, 17 de febrero de 2014 – El Museo Malvinas e Islas del Atlántico Sur celebró los carnavales al ritmo de las comparsas. Las comparsas La Rosa Negra y Escalandombe dieron inicio a una jornada en la cual se propuso redescubrir y celebrar la cultura afro.
Se descubrió la imagen de María Remedios del Valle, argentina afrodescendiente que participó como auxiliar en la batalla de Ayohúma en el ejército de Manuel Belgrano durante las Invasiones Inglesas, y luego fue capitana del Ejército del Norte durante la guerra de la Independencia argentina. Como homenaje, formará parte del espacio dedicado a Las Mujeres de la Patria del Museo Malvinas e Islas del Atlántico Sur. Para finalizar, un show musical de Sommorena y acompañado por artistas de distintas disciplinas tuvo lugar en el Parque de la Soberanía.
Fonte foto – Imagem de María Remedios del Valle
Fonte Imagem: Reprodução / casadelaindependencia.cultura.gob.ar… – Veja mais em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2024/06/03/quem-e-mulher-negra-estampada-em-nota-argentina.htm? cmpid=copiaecola
HISTÓRIA
Conhecida como “mãe da pátria” e nascida em Buenos Aires em meados do século 18, María Remedios del Valle foi uma mulher negra, de origem humilde e comprometida com os ideais de liberdade da Argentina.
Fonte foto – https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADa_Remedios_del_Valle – Manuel Belgrano.
María Remedios del Valle (Buenos Aires, entre 1766–68 — Buenos Aires, entre 28 de outubro e 8 de novembro de 1847) foi uma soldado afro-argentina que participou da Guerra da Independência da Argentina. Foi uma das chamadas “filhas de Ayohúma”, aquelas que assistiram o derrotado exército de Manuel Belgrano na Batalha de Ayohúma.
Fonte foto – https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADa_Remedios_del_Valle – Manuel Belgrano.
Prestou primeiros socorros nas Invasões Britânicas e depois da Revolução de Maio acompanhou como auxiliar e combatente no Exército do Norte durante toda a guerra da independência o que lhe valeu os títulos de “capitã” e “mãe da pátria” (Madre de la Patria) e no final dos seus dias, o posto de sargento-mor do Exército.
Texto del grabado: “Reconquista de Buenos Aires por el capitán de navío D. Santiago Liniers, haciendo prisionera a la guarnición inglesa con su comandante Beresford. Vuelve la escuadra británica en 1807 a atacar con empeño la misma plaza, y es rechazada por el valor de nuestros marinos y soldados.”
BIOGRAFIA
Del Valle nasceu em Buenos Aires e foi listada pelo exército como “parda”, um termo aplicado a descendentes de escravos africanos. Durante a segunda invasão inglesa ao Rio da Prata. María Remedios del Valle auxiliou o Terço de Andaluzes, uma das milícias que defenderam com êxito a cidade. De acordo com o seu comandante, “Durante a campanha do quartel, ela guardou as mochilas para aliviar sua marcha até os Currais de Miserere María Remedios del Valle estampa nota de 10 mil pesos argentinos.
Foto: Augusto Starita / Ministerio de Cultura de la Nación – Fonte foto – https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADa_Remedios_del_Valle – Manuel Belgrano.
O Banco Central da República Argentina colocou em circulação, no último mês, Julho 2024 as notas de 10 mil pesos (equivalente a R$ 58). As novas cédulas carregam ilustrações de duas figuras históricas para o país: Manuel Belgrano, um dos protagonistas do processo que levou à independência, e María Remedios del Valle, uma das únicas mulheres que participou das batalhas pela independência
Fonte Imagem: The Central Bank of Argentina/via Xinhua
Dada a revolução de 25 de maio de 1810 e organizada a primeira expedição de primeiros socorros ao Alto Peru, hoje Bolívia, conformando o que mais tarde se denominaria Exército do Norte, em 6 de julho de 1810, María Remedios del Valle se juntou à marça da 6ª Companhia de artilharia volante do Regimento de Artilharia da Pátria comandada pelo capitão Bernardo Joaquín de Anzoátegui, acompanhando seu marido e dois filhos (um adotado), que não sobreviveram à campanha. Inicialmente, del Valle estava entre as rabonas, assim chamadas as seguidoras de acampamento, que eram recrutadas entre os pobres das áreas urbanas e os camponeses da zona rural para seguir as tropas e fornecer serviços de cozinha e enfermagem, carregar armas e munições e reunir informações que pudessem ajudar os militares.
Fonte foto – https://www.brasildefato.com.br/2021/07/06/afro-argentina-maria-remedios-del-valle-sera-1-mulher-homenageada-na-camara-do-pais
O exército chegou em dezembro de 1810 em Potosí. A participação de del Valle nas batalhas de Guaqui (20 de junho de 1811) e a retirada subsequente do exército a Jujuy, o êxodo de Jujuy (23 de agosto de 1812), as vitórias em Tucumán (24 de setembro de 1812) e Salta (20 de fevereiro de 1813) e as derrotas em Vilcapugio (1 de outubro de 1813) e Ayohúma (14 de novembro de 1813) foram todas registradas. Antes da Batalha de Tucumán, ela pediu permissão ao General Manuel Belgrano para cuidar das tropas que haviam caído na linha de frente.
Fonte foto – https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADa_Remedios_del_Valle – Manuel Belgrano – Plaza Mayor (actual Plaza Independencia) de la Ciudad de San Minguel de Tucumán hacia 1812 durante el gobierno del General Manuel Belgrano (Pintura al óleo actual) Vista de Yerba Buena. Al fondo, San Miguel de Tucumán.
Belgrano negou permissão, alegando que as mulheres não eram adequadas para a linha de frente. Ignorando sua ordem, del Valle prosseguiu com seu plano e mais tarde foi agraciada por Belgrano com o posto de capitã do exército. Durante a Batalha de Ayohúma, del Valle foi ferida com um tiro e levada como prisoneira pelas forças espanholas. Durante o seu tempo no cativeiro, ajudou vários prisoneiros a fugir e foi sentenciada ao açoitamento público por nove dias consecutivos. Conseguiu escapar e retornar ao exército para prestar socorros aos feridos no campo de batalha, permanecendo até o final do conflito.
Fonte foto – Belgrano durante su estadía en Londres – https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADa_Remedios_del_Valle – Manuel Belgrano.
Depois da guerra e já idosa, del Valle retornou à cidade de Buenos Aires, onde se viu obrigada a mendigar. O escritor, historiador e jurisconsulto Carlos Ibarguren (1877–1956), quem a resgatou do esquecimento, relata que vivia em um rancho na região das propriedades rurais nos arredores da cidade e frequentava os átrios das igrejas de São Francisco, Santo Domingo e Santo Inácio, assim como a Praça da Vitória (hoje Praça de Maio), oferecendo pastéis e bolos fritos, ou mendigando, o que, junto com as sobras que recebia dos conventos, lhe permitia sobreviver.
Fonte Foto – Praça da Vitória (hoje Praça de Maio) – https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADa_Remedios_del_Valle – Manuel Belgrano.
Ela se chamava “Capitã” e costumava mostrar as cicatrizes em seus braços e relatar que as havia recebido na Guerra da Independência, apenas fazendo com que aqueles que a ouviam pensassem que ela era louca ou senil. Não satisfeita com seu destino, em 23 de outubro de 1826, iniciou um processo solicitando que recebesse 6.000 pesos “para acabar com sua vida cansada” em compensação por seus serviços ao país e pela perda de seu marido e filhos. (O salário máximo no país era o do governador, de 7.992 pesos por ano.)
Em 24 de março de 1827, o ministro da defesa, Francisco Fernández de la Cruz, rejeitou o pedido, recomendando dirigir-lo à legislatura provincial, já que não estava “nas faculdades do governo conceder qualquer graça que fosse função do Tesouro”.
Fonte foto – Francisco Fernández de la Cruz https://es.wikipedia.org/wiki/Francisco_Fern%C3%A1ndez_de_la_Cruz#/media/Archivo:Fern%C3%A1ndez_de_la_Cruz.JPG
Em agosto de 1827, enquanto del Valle ― de 60 anos ― mendigava na praça da Recova, o General Juan José Viamonte ― então deputado na Junta de Representantes da Província de Buenos Aires em representação dos pagamentos de impostos de Ensenada, Quilmes e Magdalena ― a reconheceu. Após perguntar seu nome, ele exclamou: “Você é a Capitã, aquela que nos acompanhou até o Alto Peru, é uma heroína!”.
Fonte foto – General Juan José Viamonte https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADa_Remedios_del_Valle – Manuel Belgrano.
Del Valle lhe contou então quantas vezes bateu à porta de sua casa procurando ajuda, mas sua equipe sempre lhe espantou pensando ser uma pedinte. Viamonte solicitou ao legislativo que lhe proporcionasse uma pensão. Com o apoio de outros generais, como Anzoátegui, que era então capitão; General Eustoquio Díaz Vélez, que testemunhou que ela serviu como guerrilheira, bem como prestadora de socorros aos feridos; e o Coronel Hipólito Videla, que confirmou que del Valle havia sido ferida e aprisionada em Ayohúma.
Fonte foto – General Eustoquio Díaz Vélez – https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADa_Remedios_del_Valle – Manuel Belgrano.
Um exame no corpo de del Valle confirmou que ela tinha seis cicatrizes, evidenciando que ela havia sido ferida por balas e espadas. Tomás de Anchorena, membro do legislativo, também apresentou um processo em sua defesa e lhe foi concedido um salário para o posto de capitã da infantaria. Em 28 de julho de 1828 o arquivo foi passado para o Escritório Geral de Contabilidade e em 21 de novembro de 1829, Del Valle foi promovida a sargento-mor da cavalaria. Em 29 de janeiro de 1830, foi incluída no Estado-Maior do Corpo de Inválidos com o salário integral de sua classe.
Fonte foto – Tomás de Anchorena – https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADa_Remedios_del_Valle – Manuel Belgrano.
Entre janeiro e abril de 1832 e entre 16 de abril de 1833 e 16 de abril de 1835 apareceu em listas com duplo salário. Posteriormente em 16 de abril de 1835 foi destinada por decreto de Juan Manuel de Rosas (que em 7 de março de 1835 havia assumido seu segundo mandato como governador de Buenos Aires) ao estado-maior ativo com seu posto de sargento-mor, aumentando sua pensão de 30 pesos em 600%.
Fonte foto – Juan Manuel de Rosas – https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADa_Remedios_del_Valle – Manuel Belgrano.
Continuou recebendo uma pensão até falecer em 1847, sendo registrada na lista de pensões desde 1836 como María Remedios Rosas (talvez por gratidão ao governador que lhe tirou da miséria). Na lista de 28 de outubro de 1847 aparece seu último recibo, de uma pensão de 216 pesos.
MORTE E LEGADO
Uma nota datada de 8 de novembro de 1847 nos arquivos de pensões dos arquivos militares indica que Rosas havia morrido. Ela apareceu pela primeira vez em um livro de história na Argentina no início dos anos 1930, quando Carlos Ibarguren publicou sua história e em 1944, por iniciativa de Octavio Sergio Pico ― presidente do Conselho Nacional de Educação durante o governo de Agustín Pedro Justo ―, uma rua na cidade Buenos Aires leva o seu nome. Também uma escola de Buenos Aires leva o nome Capitana María Remedios del Valle em sua homenagem.
Fonte foto – Diario La Capital –rsdneoStop15a2edat0 u9u0h09bu3i2doloc2mu3iur0gl256 621u eu0 –
La Escuela 90 cambió de nombre en honor a la Madre de la Patria: Ya tiene su nombre en Rosario. Se llama María Remedios Del Valle.
No dia 26 de maio de 2010, em uma sessão da Câmara de Deputados em homenagem ao Bicentenário da Argentina, as deputadas Cecilia Merchán e Victoria Donda apresentaram um projeto de lei para construir um monumento em sua homenagem. E desde 2013, o dia 8 de novembro é como o Dia Nacional dos Afro-Argentinos e da Cultura Africana.
Fonte foto – https://infonews.com/afroportenos-donde-esta-el-monumento-a-maria-remedios-madre-de-la-patria.html
La obra del escultor Alexis Minckiewicz podrá ser vista luego del intenso trabajo junto a Gisela Kraisman y Louis Yupanki, activista trans afrodescendiente que fue modelo inspiradora del monumento.
“No tengo palabras. Primero que todo, agradecer a Alexis por haberme contactado y por hacerme parte de este proyecto”, dijo Louis Yupanqui.
Sobre la plaza de Constitución donde esta emplazado el monumento dijo: “Es un honor genuinamente que una de las representaciones que tenga la ciudad de Remedios sea una mujer trans. Eso es un montón, que esté en esta plaza es un progreso. Es una de las tantas cosas que se necesitan para reparar históricamente todo lo que la comunidad afro necesita”.
En la plazoleta Alfonso Castelao ubicada en Bernardo de Irigoyen y Estados Unidos, de la Ciudad de Buenos Aires.
Fonte das foto e do texto acima
NOTAS
Segundo Cynthia Ottaviano, em agosto de 1827, quando foi descoberta por Juan José Viamonte, María Remedios del Valle tinha 60 anos. Em 28 de outubro de 1847 cobrou seu último recibo de pensão, e onze dias depois (8 de novembro de 1847) se deu notícia do seu falecimiento, sem indicar quando havia sucedido.
REFERÊNCIAS
Ottaviano, Cynthia (2011): «María Remedios del Valle, la Madre de la Patria» Arquivado em 20 de setembro de 2011, no Wayback Machine., artigo de 30 de agosto de 2011 no site 200 Argentinos. Baseado em dados do Arquivo Histórico da Província de Buenos Aires “Doutor Ricardo Levene”, dependente do Instituto Cultural da Província de Buenos Aires.
Para ter uma ideia da pouca generosidade [dos deputados] para com uma heroína revolucionária, vale ressaltar que uma lavadeira ganhava 20 pesos ao mês, enquanto o governador cobrava 666 pesos. Uma libra de óleo custava cerca de 1,45 pesos, uma libra de carne 2 pesos e uma libra de erva-mate 0,70 pesos. Deram a María Remedios 1 peso por dia.
***
Fonte do Texto – https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADa_Remedios_del_Valle