Por Dr. Osvaldo Tetaze Maia
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Na minha crônica de 09/01/2019 aqui na Revista (https://vidabrasiltexas.com.br/os-alpinistas-de-sandalias-i/) descrevi a saga dos nossos dois maiores expoentes do Tênis brasileiro, Guga e Larry Passos, e finalizei com a promessa de contar outra façanha do mesmo calibre, de outros ‘Alpinistas de Sandálias’.
A expressão era uma metáfora utilizada por um amigo futebolista, juiz de futebol e por fim técnico de futebol, Wander Moreira, já falecido, e que se referia para simbolizar todos que venciam em suas áreas, mesmo enfrentando as piores adversidades dentro de um universo onde somente os mais talentosos e perseverantes vencem, pois subir qualquer montanha de sandálias é impossível, diriam, e às vezes essa montanha torna-se o ‘Everest’ de cada um.
A saga dessa crônica é de uma família inteira que uniu o prazer e a garra pelo mesmo esporte, o Tênis, e também com a mesma garra e união venceu no campo das artes e alcançaram o ponto mais alto do seu ‘Everest’!
Ivan Kley foi um dos principais tenistas do Brasil, nascido em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul em 29 de junho de 1958, atualmente é treinador e coordenador técnico de alto rendimento da equipe de tênis do Itamirim Clube de Campo, da cidade de Itajaí, em Santa Catarina, cidade vizinha do mais badalado balneário turístico do sul do país, a cidade de Balneário Camboriú, onde reside há mais de vinte anos com sua família.
Sua trajetória profissional no Tênis é uma das mais brilhantes do Brasil, tendo iniciado com apenas oito anos de idade o seu aprendizado, e iniciado sua carreira profissional aos dezessete anos, a qual durou quinze anos, quando então passou a formar tenistas, e hoje mantém um dos melhores centros de tênis de alto rendimento do Brasil, a Academia ADK na cidade de Itajaí, juntamente com outro grande ex-tenista Argentino e hoje naturalizado brasileiro, Patricio Arnold.
Ivan Kley em suas melhores performances e hoje com seu sócio Patrício Arnold na Academia ADK em Itajaí, SC.
Kley teve três participações na Copa Davis, contra a Espanha, o Uruguai e a Venezuela, e em simples foi campeão em diversos torneios no Brasil e no exterior, tendo participado de vários torneios chamados ‘Grand Slam’ em simples e duplas, tais como Roland Garros e Wimbledom. Foi também vice-campeão em Forest Hill, nos Estados Unidos e em duplas, ganhou o ATP de Conde de Godó em Barcelona na Espanha. Seu melhor ranking na Associação de Tenistas Profissionais (ATP) nas simples foi 81º e nas duplas 56º, e tem um feito inédito até hoje, vencer no mesmo dia o brasileiro de simples, dupla masculina e dupla mista.
Ivan comemorando o Título brasileiro
Com uma carreira vitoriosa e com dois filhos, era natural que os garotos seguissem a carreira do Pai, e isso aconteceu com o mais novo, Vitor, que desde cedo enveredou para dentro das canchas de tênis alimentando a expectativa da família de ver mais um tenista vencedor, agora com a sabedoria e experiência do Pai, ex-tenista de sucesso.
Ivan Kley e seus Troféus
Foi então que Vitor começou a destacar-se no circuito de tênis infantil e juvenil. Nascido em Porto Alegre, RS, em 18 de Agosto de 1994, e criado em Novo Hamburgo e posteriormente radicado em Balneário Camboriú, Vitor pode conciliar o seu gosto pelo tênis, pelo surf e pela música.
Vitor com o Papai Ivan Kley em 2019 relembrando os tempos do ‘saibro
Vitor dando uma ‘canja’ com os amigos no Clube Itamirim de Itajaí, SC, em 2019
Desde a infância os Kley incentivavam os filhos para o esporte, e a Mãe Janice, Professora e Artista plástica, incentivava os garotos para a música, pois Vitor em Novo Hamburgo e já demonstrava as qualidades de cantor, freqüentava aulas de violão com seu Professor Cléber, violonista que desde o começo notou que o então tenista tinha o dom musical, pois Vitor sempre dizia que gostaria de aprender a tocar instrumentos, mas queria compor e cantar suas próprias canções.
Ivan e Janice Kley com os filhos Vitor e Rodrigo
Até aqui tudo normal, dentro dos sonhos de um adolescente, mas daí até atingir o alto de ‘sua montanha’, é uma coisa que pouquíssimos conseguem fazê-lo, imaginem no Tênis. Na música então, atingir o estrelato nacional e internacional como cantor é uma tentativa de ‘subida’ às montanhas de grande altitude.
Agora, atingir o estrelato nacional e internacional como cantor e compositor de suas próprias canções, partindo totalmente do desconhecido, sem cantar sequer uma música já consagrada e brilhar com suas composições, isso sim é atingir o cume do Everest de sandálias!!
Vitor no Planeta Atlântida
Show em Portugal em 2019
Voltando ao início de sua carreira, Vitor mesclava o tempo na escola, tênis, surf e cantando em reuniões familiares, no Clube onde seu Pai tem a Academia de Tênis, e posteriormente em bares e restaurantes da orla de Balneário Camboriú e Itajaí, onde existem centenas de ambientes que oferecem aos músicos a oportunidade de se apresentarem.
Vitor tocando em um churrasco com a família
Vitor Kley é ídolo das crianças e adolescentes, além de ter conquistado o público adulto onde quer que se apresente
Resgatamos uma carta sua quando tinha 12 anos e que seu Pai conserva até hoje, cujo texto bem que daria para criar mais uma de suas canções.
A adolescência foi passando e Vitor e seu irmão Bruno, sempre apoiados pela Mamãe Janice, foram tentando encontrar um espaço para as canções que vinham fluindo da mente de Vitor, como se fosse uma torneira jorrando água aos borbotões em um jardim florido.
Um certo dia, com pouco mais de dezesseis anos, Ivan notando que o interesse de Vitor pelo Tênis estava diminuindo, e que Bruno sempre estava com ele buscando locais para se apresentar à noite para cantar, os chamou na sala de casa e começou a questioná-los:
– Vitor, me diga uma coisa, o que você pretende fazer da sua vida? Vais largar o Tênis, vais fazer alguma faculdade ou o quê?
Diz Ivan que Vitor levantou-se, o abraçou e falou: – Pai, vou ser cantor e compositor!
Ivan se afasta, olha para os dois filhos e pergunta ao Bruno: – E tu Bruno, vais ser o quê?
Bruno imediatamente responde: – Eu vou ser o Empresário do Vitor!
Essa pequena ‘fábula’, podemos chamar assim, ocorrida há cerca de dez anos na residência dos Kley, contada hoje é uma grande e feliz anedota proporcionada pelo destino.
Bruno, Janice, Ivan e Vitor Kley
Vitor e uma das ‘performances’ em suas apresentações, que já virou sua marca registrada nos palcos.
De onde surgiu tamanha determinação desses rapazes? Simples a resposta, pois surgiu da forte estrutura familiar, da vontade de querer atingir seus objetivos, enfim, poderíamos citar uma infinidade de argumentos e adjetivos, pois até a chegada ao ponto mais alto dessa “montanha musical” lhes foi exigido uma carga enorme de sacrifícios, e muito mais ainda será exigido daquele que lá chegou, para permanecer no topo.
Vitor Kley compôs sua primeira canção ainda criança, com apenas dez anos de idade. A música em questão, “É Bem Melhor”, foi escrita por ele em homenagem a sua avó falecida.
Em 2009 Vitor lançou seu álbum de estreia, Eclipse Solar. Seu segundo álbum, Luz a Brilhar, foi lançado em 2012 e teve a produção do cantor Armandinho, seu ‘Padrinho Musical’. Em 2015, assinou com a gravadora Midas Music, do consagrado Produtor Musical Rick Bonadio, lançando seu primeiro disco através da Midas, chamado Vitor Kley em 2016. Ganhou notoriedade nacional após o lançamento da canção “O Sol”, que lhe rendeu uma certificação de disco de diamante duplo no Brasil e disco de platina em Portugal, se tornando uma das canções mais ouvidas do país.
Adrenalizou, seu terceiro álbum de estúdio, foi lançado em 2018 e recebeu certificação de disco de platina no Brasil, pelas 80 mil cópias vendidas. Em 2019, lançou o álbum Microfonado, e em 2020 lança seu segundo EP (Extended Play, nova forma de conjunto de músicas de um autor que contém mais de uma música e menos do que um álbum), Ao Vivo em Portugal, com participação do cantor e compositor Gabriel Demoliner. (Fonte:Wikipedia).
Vitor em apresentação em Portugal em 2019
Nada mal para um menino que um dia surfava nas águas mansas da praia de Balneário Camboriú e hoje é sucesso nacional e internacional, agora tendo adotado Portugal como sua segunda Pátria, devido ao enorme sucesso que também faz pelas bandas de além mar.
Só esperamos que não se aventure pelas ondas de Nazaré!
E pelo jeito a ‘onda’ portuguesa veio para ficar na vida de Vitor, pois encontrou além do sucesso, o amor da linda Modelo Portuguesa e Apresentadora, Carol
Loureiro, sucesso em Portugal e que arrebatou também os corações da família Kley aqui no Brasil.
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Vitor com Carol Loureiro em Balneário Camboriú
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Hoje a família Kley desfruta do sucesso do caçula Vitor comemorando a indicação para concorrer ao ‘Grammy’ Latino, como a melhor canção brasileira de 2020, “A tal canção pra Lua’, em parceria com um dos ícones da música nacional, Samuel Rosa, sucesso absoluto em 2020.
A origem dessa pérola da música brasileira é contada pelo próprio Vitor em uma postagem sua em Setembro de 2019 em seu Instagram, onde conta de onde saiu a inspiração para escrever essa canção, e que toca profundamente a todos os que conviveram com os personagens dessa outra fábula.
Vitor “é” muito amigo de um outro garoto tenista do mesmo Clube em Itajaí, e que muito cedo nos deixou e foi para outro plano, e conta Vitor que o ‘Guguinha’, como era conhecido, quando a canção ‘O Sol’ começou a despontar em todo o Brasil, um dia chegou pra ele e disse com o seu forte sotaque catarinense:
– Pois é, Vitinho, às vezes a gente mira na Lua e acaba acertando as estrelas!
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Cópia da postagem no Instagram de Vitor Kley em Setembro de 2019 sobre a origem de ‘A tal canção pra Lua’
‘Guguinha’
Guguinha é hoje uma ‘estrela’ e Vitor eternizou essa amizade nos proporcionando essa maravilha de letra e música, e que hoje é apontada como favorita para ganhar o ‘Oscar’ da música!
Como diz seu Pai Ivan: – É um ‘Grand Slam’ atrás do outro, mas sempre com os pés no chão!
Vitor e sua Banda com a Mãe Janice e o Pai Ivan Kley
Ivan e Vitor com Fátima Bernardes
Vitor com seu Produtor Musical Rick Bonadio
Vitor Kley está no ‘topo da Montanha’ mais alta que poderia imaginar quando criança, e, além de tudo, ‘mirou na Lua e acertou as estrelas’!!
Vitor, Janice, Ivan e Bruno Kley
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Por Dr.Osvaldo Tetaze Maia