O furacão Harvey que atingiu o Texas, Estados Unidos, no último dia 27 de agosto, causou estragos de proporções épicas em grande parte do Estado. Ele surgiu no Caribe como uma tempestade tropical e acabou se transformando num furacão categoria 4, das 5 possíveis, ao atingir a cidade litorânea de Rockport, no sul do Texas. Esta foi a pior catástrofe natural já vista por aqui. De acordo com as estatísticas, mais de cem mil pessoas perderam suas casas devido aos ventos fortes do furacão, mais de 215 km/hr, e das enormes inundações causadas pelas chuvas torrencias. Os tornados que sempre acompanham os furacões, também fizeram estragos incalculáveis, destruindo tudo que encontravam pelo caminho.
Por estar situada ao nível do mar e por ter sido atingida pela parte periférica do furacão, a cidade de Houston, a quarta maior dos Estados Unidos, talvez tenha sofrido as maiores perdas. Dezenas de setores da cidade ficaram praticamente submersos. As pessoas perderam suas casas com tudo que tinham, inclusive carros e outras coisas de valor. Ainda é prematuro para se ter uma ideia completa da destruição e de custos.
Uma das coisas mais impressionantes desse cataclismo foi como o povo texano e pessoas de outras partes dos Estados Unidos responderam às necessidades dos mais afetados. Muitos desses voluntários, bravamente, deixaram suas próprias casas e familiares para dar assistência às pessoas que ficaram presas em suas residências por causa da enorme quantidade de água que, em muitos casos, chegou até quase ao teto das casas. Elas ajudavam como podiam. Algumas ofereciam seus próprios barcos e saiam de porta em porta procurando por pessoas. Alguns residentes, inclusive, tiveram que ser resgatados por helicóptero. O furacão Harvey fez mais de sessenta vítimas fatais. Seis pessoas perteciam a uma só familia.
Diversos pontos da cidade foram transformados em abrigos, inclusive igrejas, lojas de móveis e o Centro de Convenções. O que se viu também foi a grande generosidade das pessoas de todas as partes dos Estados Unidos e, seguramentte, de outros países, que doaram água, toneladas de alimentos, roupa e milhões de dólares. Várias corporações também embarcaram nessa iniciativa, contribuindo com quantias vultosas de dinheiro.
Moro no Texas há mais de quarenta anos e já vivenciei outros desastres ecológicos, como os furacões Alícia e Ike, que tiveram a sua própria dose de destruição. Contudo, em todos esses anos, jamais tinha visto algo tão devastador! As cidades afetadas pelo furacão Harvey levarão anos para se recuperar.
Oitenta porcento dos moradores do Texas não possuem seguro de inundação de casa e terão que recorrer ao governo federal para assistência. A FEMA (Federal Emergency Management Agency), órgão do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, que tem como objetivo principal socorrer vítimas de desastres naturais nos Estados Unidos, terá um papel primordial nesse processo. As cifras estimadas para a reconstrução das cidades afetadas estão calculadas em torno de cento e noventa bilhões de dólares.
Vários brasileiros que moram em Houston também foram afetados pelo furacão Harvey. Assim como os americanos, grupos de voluntários de diversos segmentos da comunidade brasileira, se uniram para dar assistência à famílias atingidas. Fiquei bastante emocionado e orgulhoso de todos esses heróis anônimos pelo seu altruísmo, pela sua empatia e compaixão num momento tão vulnerável e desesperador. Eles foram o exército de anjos que Deus nos mandou.
Contribuição de Valter Aleixo desde Houston, Texas.