Somos um grupo de professores, que no período de formação acadêmica, desenvolvemos um projeto Pedagógico, que contou de forma lúdica para estudantes do ensino fundamental, a história da Região da Mata Fria.
1 Vanessa Nascimento Rosa, Graduada em Pedagogia pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo – UNIVESP e também graduada em Design de Interiores pela Universidade Cidade de São Paulo. 2 Gilson Freitas, professor de História 3 Eliane Alexandre de Souza Camargo, 42 anos secretária escolar, Professora Graduada pela Universidade Virtual do do Estado de São Paulo. 4 Eziel Salles da Silva, Estudante de Pedagogia 5 Paula Maria Sarvanini Nunes Bueno 45 anos Professora, graduada pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo, cargo de vice diretor. 6 Mariane da Silva Felix Barbosa, 32 anos, auxiliar logística e estudante de Pedagogia, pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo.
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Nosso interesse em pesquisar a região da Mata Fria e toda a história por trás dela, surgiu do relato da moradora da cidade de Mairiporã Regiane das Neves. Ela nos trouxe informações muito precisas sobre o seu pai e sua avó, e toda a vivência deles com a escravidão. Como inspiração a dona Regiane das Neves; moradora do bairro Fernão Dias, juntamente com sua grande família nos mostrou a força da cultura negra em Mairiporã.
Regiane Neves
A família Neves, é uma família que traz a história de superação e alegria aos Mairiporanenses, tentando manter toda importância da cultura afro-brasileira e luta dos povos escravizados para a Cidade. O pai de Regiane das Neves, senhor Benedito Das Neves, construiu sua história em Mairiporã, foi líder da comunidade negra na cidade e fundador do bloco carnavalesco Jd. Fernão Dias.
Para nós, palpar tão de perto que foi a escravidão, e como de fato ela afetou e afeta pretos e pretas em todo Brasil e no mundo, nos deu mais força para voltar nosso projeto pedagógico para retratar a importância dos estudantes e da escola, compartilhar a real história dos povos escravizados no Brasil, para combater na raiz, o racismo estrutural, através da dignidade, respeito e valorização desses povos; além de perpetuar uma história apagada, e não conhecida pelos moradores de Mairiporã; para que junto de obras literárias como a de Iris Fagundes e Pedro Thomas Pereira, e de historiadores como Bethos Massucato Pires, tornem-se fortes para existir e para contar a história verdadeira.
Bethos Massucato Pires, foi o grande responsável pela nossa descoberta, sobre a história da região da Mata Fria, foi através dele que começamos as buscas por informações mais precisas acerca da história de pessoas tão importantes para a região da Mata Fria, que até hoje não possuem o merecido reconhecimento.
No decorrer da pesquisa nosso colega de grupo, professor de História Gilson de Freitas, que de entrevista em entrevista, chegou a colegas bibliotecários que conseguiram um livro muito raro, Mairiporã, Aldeia Pitoresca, livro esse que não conseguimos encontrar em lugar nenhum, esgotamos nossas pesquisas, pois não encontramos nada ne uim mesmo sobre a autora Iris Fagundes, que em seu livro retratou uma história gigante sobre a região da Mata Fria, onde temos o túnel da Mata Fria localizado na rodovia Fernão Dias (BR 381), que liga São Paulo a Minas Gerais.
O Professor de História Gilson de Freitas, no decorrer da pesquisa com suas colegas de grupo.
Fonte foto – Wikipédia, a Enciclopédia livre Tunel da Mata Fria
Nesse livro encontramos o testamento de gerações de coronéis que escravizaram muitas pessoas naquelas matas, a venda das pessoas e seu valor de acordo com a idade e sua servidão como se fossem mercadorias, crianças eram vendidas separadas de seus familiares. Após os escravizados serem repassados de geração em geração na mesma família, estes foram vendidos as “vésperas” da abolição para quitar as dívidas da família e custear todo processo funerário da última herdeira.
Após ter vendido alguns escravizados para este fim, a mesma, sabendo da abolição da escravatura que já estava próxima, e tudo que implicaria social, politica e economicamente para sua família, imediatamente doou as terras improdutivas das matas frias para os escravizados que restaram em “suas” terras, não como um ato de bondade, mas como um ato de livrar-se das respectivas consequências do ato desprezível de escravizar.
Fonte foto – Wikipédia, a Enciclopédia livre Cenário rural no centro de Mairiporã Capelinha.
Consequências essas que até hoje ainda não tivemos a oportunidade de tatear, afinal a escravidão ainda está perpetuada e enraizada na sociedade brasileira. As áreas da Mata Fria tornaram-se um quilombo, um refúgio, onde as pessoas escravizadas, e pessoas não escravizadas, porém marginalizadas e em situação de vulnerabilidade da região, tornaram se frequentadores. O local tornou-se um espaço extremante cultural, onde as pessoas podiam se manifestar com liberdade e respeito, ali professavam sua fé na Igreja dos pretos conhecida como igreja Santa Cruz e N. Sra. Do Rosário, na Serra da Mata Fria.
Fonte foto – Bttps://images.app.goo.gl/NB7mQUFxWuGfp3Cs8 – Igreja dos pretos conhecida como igreja Santa Cruz e N. Sra. Do Rosário, na Serra da Mata Fria.
Infelizmente as terras desses templos religiosos foram vendidas pela então cúria diocesana de Bragança Paulista, a construção de um clube de recreação, retirando mais uma vez daquelas pessoas os direitos e a liberdade.
Fonte foto – Wikipédia, a Enciclopédia livre .
Bento Amaro Luís, foi o líder do quilombo da região da mata fria que lutou junto dos escravizados a quem liderava e juntos, construíram todo quilombo da região. Seus descendentes lutam até hoje pelo reconhecimento dos povos e da história étnico cultural que ali foi construída, destruída e apagada dos registros da cidade de Mairiporã.
Fonte foto -Acervo Bethos Massucato Pires
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Texto da Pedagoga, Vanessa Nascimento Rosa, de 29 anos.
Projeto:
Geografia e História, uma fusão de conhecimento:
A importância da serra da mata fria.
Link de apresentação do projeto em vídeo e relato de Regiane das Neves:
Projeto Integrador IV – Pedagogia – Univesp (youtube.com)
Link da vídeo aula: Vídeo Aula para Projeto Integrador IV (youtube.com)
Projeto Integrador e Pesquisa realizados, pelos Professores Eliane Alexandre de Souza Camargo; Eziel Luan Salles da Silva; Gilson de Freitas Agostinho; Mariane da Silva Felix Barbosa; Paula Maria Sarvanini Nunes Bueno; Vanessa Nascimento Rosa e Vanessa de Oliveira Abreu.