Foto Biá Hamann
Quando ao redor do mundo as pessoas se referem ao carnaval brasileiro quase sempre essa referência tem caráter depreciativo. Coisa de país subdesenvolvido, loucura de um povo preguiçoso e sei lá mais o quê. Mas que povo preguiçoso é esse, que com uma população relativamente pequena em relação a muitos outros, conseguiu produzir alguns anos atrás a sétima maior economia do planeta. Infelizmente muitos brasileiros ditos elitistas abraçam essa visão.
Foto Valfredo Santos
Creio que já é hora de parar para analisar. Nenhum outro país do planeta terra tem condições para realizar tal festa. Porque para realizá-la não basta a vontade dos governos ou governantes.
Foto Sergio L. Craveiro Lima
É preciso, antes de mais nada, que os participantes da festa se sintam felizes e prontos para celebrar a alegria de viver. Essa alegria, essa felicidade somente o povo brasileiro possui, e por isso causa tanta inveja, e ao mesmo tempo admiração aos demais.
Foto Sergio L. Craveiro Lima
Basta olhar para os blocos de rua, os trios elétricos, o frevo o maracatu etc, enfim expressões expontanêas de alegria e felicidade tão verdadeiras que fazem com que os participantes se esqueçam das agruras do diaa- dia. Tão contagiantes que nivelam as diferenças de religião, raça, origens, cor da pele, classes sociais, idade, irmanando todos em um só desejo de celebrar a vida, e se espalha por todos os cantos dessa nação de dimenções continentais.
Foto Sergio L. Craveiro Lima
Enquanto em alguns países o povo e os gorvernos preferem celebrar as vitórias conquistadas em guerras sangrentas o povo brasileiro prefere celebrar cantando, feitos, fatos e personagens e povos que fizeram a sua história e marcaram a sua origem.
Foto Sergio L. Craveiro Lima
Para os que dizem que o carnaval com os seus feriados prejudica o desenvolvimento da nação a resposta é simples. Olhem os números e vejam como são astronômicos. Se excluirmos as manifestções populares e nos concentrarmos somente no carnaval das duas maiores cidades do Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo, veremos que é algo bastante significativo.
Foto Sergio L. Craveiro Lima – Sergio Lima e Sergio Luis Craveiro Lima – Camarote Especial.
Entre essas duas cidades, sem considerar as escolas do segundo grupo, são 27 escolas de samba com uma média de 4. 000 participantes por escola, num total de 108,000 participantes diretos.
Foto Sergio L. Craveiro Lima – Sergio Luis e Aline Lima – Camarote Especial
Em 1944 quando os aliados invadiram a Normandie e puseram em suas praias quase um milhão de homens, o mundo se admirou com a capacidade de planejamento ali demonstrada. No Brasil o povo se perguntava. Teriam os brasileiros capacidade para organizar uma operação dessa envergadura ? Para muitos a resposta seria “não “ , mas na realidade , guardada as devidas proporções, todos os anos os brasileiros colocam na avenida , numa parada única, com data ,dia e hora para começar e duracão limitada ao minuto, o número acima de foliões numa operação coordenada onde nada pode falhar.
Foto Valfredo Santos
Para que isso aconteça, tudo começa com um ano de antecedencia. São milhares de profissionais envolvidos- coreógrafos, dançarinos cantores, compositores, músicoa, artistas pláticos, historiadores, costureiros, alfaiates, mecânicos, eletricistas, engenheiros enfim um número imenso de profissões cada um com uma tarefa definida e que tem que ser coordenada para um único desfecho. A desfile final.
Foto Sergio L. Craveiro Lima – Tadeu Lima e Sergio Luis.
Nesses quatro dias, quando para muitos a nação para, na realidade há uma movimentação econômica extraordinária. Turismo, hotelaria, comércio, transporte, alimentação, enfim uma movimentação econômica que supera em muito o movimento dos dias comuns. Sem dúvida o desfile das Escolas de Samba do Rio de São Paulo , constitue o maior show de música, bom gosto, luxo e alegria, do mundo.
Foto Sergio L. Craveiro Lima
Com tudo isso cabe aqui a pergunta: O carnaval deve ser considerado como a loucura de um povo ou deve ser motivo de orgulho para uma nação? A resposta fica no ar , mas para aqueles que insistem em negar a grandiosade da festa, o jeito repetir o cronista já falecido Ibraim Sued que terminava suas crônicas diárias no jornal O Globo , escrevendo “ os
cães ladram, mas a carruagem passa’.
Por Mario Araújo