Maguinha, Campeão Brasileiro com o Guarani em 1978 – Classe, elegância e maestria.

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Por Sergio Lima

O Manguinha, ex-atleta profissional de futebol, jogava no meio do campo (como se dizia antigamente), posição hoje em dia conhecida como volante. Era um espetáculo à parte vê-lo atuar, elegante e esguio. Jogava fácil, fazia o jogo fluir com extrema maestria, exatamente como fazem o mestre sala e a porta bandeira, na passarela de um desfile de escola de samba. Eu, que jogava no Guarani, vi tudo isso desde o início, em 1975, quando ele treinava contra os profissionais.

João Roberto, Miranda, Nelson, Birigui, Manga, Marcos Paulo, Renato, Gale, Caica, Dorival, Marquin, Amauri, Paulo Turco, Florisvaldo, Tonhão, Osnir, Flavinho Trevisan, Marcinho Trombada.

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Naquela época, eu tinha a intuição que aquele jovem daria muita alegria à galera bugrina e ao futebol brasileiro. E assim foi. O Maguinha se tornou realidade: escreveu, registrou, selou seu nome como um dos membros mor da gloriosa e majestosa campanha. Tornou-se um dos heróis da história do Guarani, de Campinas, como campeão brasileiro de 1978. Teve participação em vários jogos, tornando sua presença fundamental para alcançar o objetivo maior, que era o título de campeão. Um detalhe, super importante: no jogo final contra o Palmeiras, no Brinco de Ouro, não contou-se com a presença do craque Zeno, pois estava suspenso por ter recebido o cartão amarelo no jogo anterior da decisão, em São Paulo. E isso o tirou do jogo final, em Campinas.

Em pe: Édson, Miranda, Gomes, Mauro, Neneca e Zé Carlos. Agachados: Capitão, Renato, Careca, Manguinha e Bozó, no jogo mais importante do Guarani Futebol Clube, a segunda partida da final do Campeonato Brasileiro de 1978. Data da partida: 13/08/1978 Foto: Carlos Batista.  Fonte foto – https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/manguinha-1397

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Nada disso abalou o treinador, pois ele tinha plena confiança no Manguinha. E o colocou para jogar. Nosso craque deu um show de bola, perfeito na marcação, luxuoso e sutil na distribuição do jogo. Sua atuação foi extraordinária, a ponto de não deixar ninguém sentir a ausência do Zenon, titular da posição. O vídeo completo da final está disponível abaixo.

Veja o vídeo

Fonte do vídeo – YouTube

Fonte fonte – https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/joao-carlos-travain-1714

A lembrança do título brasileiro de 1978 jamais sairá da memória do torcedor bugrino. Aqui, integrantes do grupo que deram a um clube do interior o primeiro título nacional posam juntos. Em pé, da esquerda para a direita, vemos Dito Bráz, Hélio Maffia, José Carlos Ferreira (roupeiro), Joca (administrador), Edson, Neneca, Birigui, João Roberto, Gomes, João Carlos, Flávio, Odair, Caíca, José Carlos, Góes, Carlos Alberto Silva, presidente Ricardo Chuffi, diretor Anselmo Zini, vice-presidente Michel Abib, fisioterapeuta Gilberto da Silva Machado e enfermeiro Samuel Ferreira; agachados vemos Erzio Damico (roupeiro), o treinador de goleiros Sidnei Polli, Renato, Capitão, Bozó, Zenon, Miranda, Mauro, Careca, Miltão, Vicente, Marinho, Paulo Borges, Gersinho e Carioca, preparador físico..

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Na sequência de sua carreira, após deixar o Guarani, foi contratado pelo Inter de Limeira, onde foi novamente campeão. Desta vez o título e a glória foram conquistados dentro do seu estado de São Paulo, sagrando-se garbosamente campeão paulista de futebol, de 1986. Repetia os mesmos parâmetros de atuações, só que agora tinha outros coadjuvantes, ou melhor dizendo, tinha outros exímios companheiros, igualmente como as estrelas do Guarani (alguns, inclusive, reconhecidos internacionalmente), e assumia o meio campo ao lado de craques nacionalmente reconhecidos, do Inter de Limeira. Como sempre, o craque Manguinha tomou conta do meio de campo, e fez de seus companheiros atacantes os executores das suas criações magistrais, as quais, como era de costume, com classe, elegância e maestria.

Inter de Limeira Campeão Paulista de futebol em 1986.

Silas, Pecos, Juarez, Manguinha, Bolívia e João Luís – Tato, Gilberto Costa, Kita, João Batista, Gilson Gênio.

Atualmente, nos encontros do nosso grupo de ex-atletas do bugre, as resenhas são homéricas e voltamos ao passado. As lembranças e as risadas se fazem presentes, pois o Maguinha é super divertido, inteligente e bom de convívio. Tem jogo de cintura e sabe se posicionar em qualquer tipo de situação.

Tenho imenso prazer de apresentar para todos vocês, através da entrevista, a seguir, mais detalhes da história super especial deste cracão, ex-atleta profissional de futebol do Brasil, o  Edison Acedo, “Manguinha”.

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ENTREVISTA

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VB –  Manguinha quando teve início a sua carreira de atleta profissional de futebol?

M – Em 1976 no Guarani.

VB – Quem foi o seu primeiro treinador na base?

M –  Adailton Ladeira

VB – Quem foi seu primeiro treinador nos profissionais?

M – Diede Lameira

VB – Quais foram os times de futebol em que você jogou em toda a sua carreira?

M – Joguei no Guarani de 1974 (base) a 1976 daí a 79 no profissional. De 79 a 82 no Marília A.C. de 82 a 85 no Nautico em 86 a 89 na Internacional de Limeira.De 89 a 90 na Toyota no Japão voltei em 90 para Internacional

VB – Qual foi o primeiro jogo da sua carreira como profissional?

M – Guarani x Operário de Campo Grande

6 Qual foi o último jogo como profissional da sua carreira?

M – Encerrei a carreira em 1991 no Paulista de Jundiai. Jogo Paulista de Jundiai contra  Francana.

8 Quem foi o melhor treinador da sua carreira?

M – Sr. José Macia Pepe.

9 Forme duas seleções da história do Guarani?

M –  Primeira seleções: Campeão de 1978 Neneca, Mauro, Gomes, Edson, Miranda, Zé Carlos, Zenon, Renato, Capitão, Careca, e Bozó.

M – Segunda seleções: Sidney, Odair, Amaral, Estevão, Nelson Quintilhano, Caica, Flamarion, Davi, Ziza, Sérgio Lima, Brecha.

VB – Qual a sua ocupação atual?

M – Professor de Futebol na minha Escola Ceta. Comecei a escola em 1999, e fica em Bragança Paulista São Paulo, na Avenida Luiz Nóbrega de Oliveira, número 515, Bairro Portal das Estâncias. Meu sócio das quadras era o Pintado, que jogou no São Paulo. O Pintado é meu sobrinho, éramos sócios dos terrenos e quadras, vendemos em julho de 2019, mas eu continuo com a escola.

VB – Qual a sua opinião a respeito do futebol brasileiro atual?

M – Estamos copiando o Futebol Europeu na parte técnica onde deveríamos estar copiando somente na parte de disciplina na formação de Atletas, como o Guarani fazia com a agente.

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Por Sérgio Lima.

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BIOGRAFIA ****** Sérgio Lima, ex-jogador profissional de futebol, natural de Campos dos Goytacazes, começou sua carreira no Americano onde jogou em todas as categorias e foi campeão Estadual no ano de 1969. Em 1970, transferiu-se para o juvenil do América do Rio, tornando-se artilheiro da Taça Guanabara de 1973 e Vice-artilheiro do Carioca de 1973. Em 1974, sua história foi ilustrada luxuosamente com o Internacional de Porto Alegre, Hexa Campeão Gaúcho invicto. Manga, Claudio, Figueiroa, Pontes e Vacarias, Paulo Roberto Falcão, Escurinho e Paulo Cesar Carpegiani, Valdomiro, Sérgio Lima e Lula. Hexa-campeão invicto. Em 1975, no Guarani de Campinas, formou um excelente time, com grandes jogadores, Ziza, Amaral, Renato, Miranda, Davi, Sergio Gomes, Estevão, Joãozinho, Voney, Bezerra, Alexandre Bueno, Edinaldo, Erb Rocha, Sergio Gomes, Hamilton, Rocha, Osnir, Dionísio. Este plantel que foi base do Campeão em 1978. Em 1976, transferiu-se para o futebol mexicano onde ficou por 8 anos: chegou no Club Jalísco, após o Clube Atlas Fútbol Clube ambos da cidade de Guadalajara, Morélia da cidade de Morélia, Michoacan e Union de Curtidores da cidade de Leon, Guanajuato. Em 1984, retornou ao Brasil para o Botafogo do Rio. ****** Em 1985 foi contratado pelo Cabofriense, da cidade de Cabo Frio, estado do Rio, onde encerrou sua carreira. Presente em Guadalajara na Copa do Mundo 1986 no México, trabalhou como comentarista esportivo na Rádio local chamada "Canal 58" de Guadalajara. Após a Copa do Mundo de 1986, começou sua trajetória de 30 anos, nos Estados Unidos da América, onde foi convidado pela Universidade de Houston Texas, através do seu responsável o excelentíssimo Professor Franco, para participar como instrutor do “Cugar Soccer Summer Camp” durante duas semanas. Após, finalizar o compromisso dos Soccer Camps com a Universidade, foi convidado por vários amigos mexicanos dirigentes de clubes amadores locais, e resolveu ficar em Houston, Texas, e começar uma nova vida e carreira, Nos Estados Unidos. Na sequência, depois de várias participações, em diferentes Soccer Camps no Texas, fundou, oficializou e legalizou a Brazilian Soccer Academy, com o apoio espetacular de um grande amigo americano Skip Belt. Com experiência de muitos anos dentro do campo, passou conhecimento e os fundamentos básicos do futebol do Brasil para um número incontável de jovens americanos. ****** Convidado pelo consulado Mexicano, idealizou e apresentou o projeto Houston Soccer After School Program para City of Houston Park and Recreation em 1994, para benefício de crianças e jovens entre 6 a 17 anos. Isso ocorreu na área metropolitana da cidade, onde concentrava a grande maioria de crianças e jovens negros e mexicanos, na época estavam com extremo e grande problema social que os envolvia com drogas e as abomináveis gangues. Desafio aceito, e o programa foi desenhado, aproveitando a infraestrutura dos Parks da cidade. O passo a passo foi dividido em três fases básicas: 1 - Criou-se liga em cada Park, onde havia jogos entre eles. 2 – Todos os meses havia Torneios entre todos os Parks. 3 - Criou-se seleções para jogarem contra jovens das outros áreas, e diferentes estados, sempre cuidando com os mínimos detalhes dos dispositivos e ensinamentos básicos do respeitado futebol do Brasil, para atrair e motivar a todos. O requisito principal era estar e manter boas notas e presença na escola, para desfrutar dos benefícios, recebendo gratuitamente todos os materiais de primeira linha doados por um conhecido patrocinador. Finalmente, aos 17 anos tinham a oportunidade de receber uma bolsa de estudos para ingressar em uma universidade americana. Foi apresentado e aprovado e Sérgio se transformou em funcionário público da cidade de Houston por 17 anos, até a sua aposentadoria. Muitíssimos jovens foram beneficiados pelo programa mudando radicalmente suas vidas, as drogas e gangues desapareceram. Sérgio fez o curso de treinador da Federação Americana de Futebol, recebendo a "Licença National B' e assumiu como Coach principal da South Texas Soccer Select Team Open Age From 1994 to 1996, tornando-se o primeiro treinador brasileiro e negro "Afrodescendente" a dirigir a Seleção do Sul do Estado do Texas. ****** No ano de 1992, Fundou o Jornal Vida Brasil Texas, tornou-se editor, onde ficou por 28 anos, sendo 24 anos impressos e os últimos 4 anos digital em português. Fundou em 2004, a Revista Brazilian Texas Magazine, é seu Editor . A revista até 2015 foi impressa, em 2016, passou a publicação digital em inglês. ****** 1 - Compositor, teve participação do CD Brasil Forever 1997 da Banda brasileira no criada no Texas em 1993 com finalidade de promover a cultura do Brasil. Banda “Atravessados de Houston” – Texas, com tiragem de 10 mil CDs. Sérgio Lima teve a participação com 10 músicas 8 autorais e mais duas com parcerias. 2 - Compositor da música “I Love Rio”, escrita e inglês em homenagem ao Rio de Janeiro, com a luxuosa interpretação da excelente Elicia Oliveira em ingrês (Está disponível no YouTube). https://www.youtube.com/watch?v=l39hfwOkyYU&t=18s ****** Representou a comunidade brasileira do Texas na I Conferência “Brasileiros no Mundo”, realizada em maio de 2008, com uma extrema característica acadêmica. ****** A II Conferência “Brasileiros no Mundo”, realizada em outubro 2009, se desenvolveu com uma acentuada conotação política, tornando, em certos momentos, o diálogo tenso, desconfortável e, até certo ponto, cansativo, devido à falta de elasticidade de algumas lideranças, acostumadas, creio, a pontuar e determinar o rumo das conversas e decisões, em suas áreas ou comunidades no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, de iniciativa da Fundação Alexandre de Gusmão – FUNAG, órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores – MRE. ****** Sérgio criou o espaço Brasil especial na Biblioteca central da cidade de Houston e conseguiu doações de livros de algumas instituições das comunidades brasileiras de outros estados americanos para compor o espaço. Recebeu o Prêmio Brazilian International Press Ward, por 3 vezes, em reconhecimento pelos trabalhos como editor do Jornal Vida Brasil Texas em português, e revista Brazilian Texas Magazine em inglês – 2011. ****** ORIGINAL ARTICLE “AFRO DECENDENTES NA MÍDIA BRASILEIRA”. You are a winner for the 15th Annual Brazilian International PRESS AWARDS. Your outstanding performance and contribution for the Brazilian Culture was recognized by the Media and Cultural Leaders of the Brazilian Community in the United States. Join us for the 15th celebration of the Brazilian Cultural presence in the U.S. The Award Ceremony will be held at the Cinema Paradiso • Fort Lauderdale May 3rd 2012.

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