Por Sergio Lima.
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Tenho imenso prazer e orgulho em apresentar para todos, a super interessante, diferenciada e luxuosa história do Nobre amigo e Eminente Dr. Ivan Manoel de Oliveira, (O Badeco). Ex-Atleta Profissional de Futebol, Advogado e Delegado de Polícia Federal Aposentado. Nascido em Joinville – SC, em 15 de março de 1945, filho de Manuel Francisco de Oliveira e Maria de Lourdes Moreira. Badeco como era conhecido carinhosamente pelos campos de futebol da vida, é um ser humano extraordinário, cidadão ímpar, exemplar de primeira linha, orgulho para todos, principalmente aos Afrodescendentes do Brasil.
Fonte Foto – Arquivo pessoal do Dr. Badeco – Da esquerda para direita: Ivania, Ivan, Odete, Ronaldo, Dona Niar e Wilsinho. Badeco, o Dr. Ivan, formava-se em direito.
Dr. Badeco, se impôs sempre, dentro e fora do campo de futebol, e quando era preciso, chegava junto, usando sua estatura e força, mas não era desleal. O Badecão era o autêntico fino da bola, clássico, elegante, facilitava tudo para seus companheiros, fazia o jogo fluir, as vezes com jogadas rápidas, de primeira, para surpreender os adversários ou inteligentemente com 2 toques para cadenciar.
Fonte Foto – http://www.acervodabola.com.br/badeco/
Nosso Dr. por sua postura e liderança, exerceu sempre a função de capitão na maioria das equipes por onde passou, na sua vitoriosa carreira dentro futebol. Marcou sua história luxuosa, sua passagem pelo América do Rio de Janeiro, onde era querido, respeitado, líder, brilhante representante do grupo diante aos dirigentes, e deixou grandes amigos.
Djair, Aldeci, Badeco, Terezo, Alberto, Zé Carlos. Massagista Santana, Antonio Carlos, Edu, Tarciso, Sergio Lima e Sarão
Na Associação Portuguesa de Desportos, foi Campeão Paulista em 1973 e nos confidenciou, que os cinco anos que passou lá, foram os melhores de sua carreira, pois foi considerado um dos melhores jogadores do Brasil na posição de volante, o autêntico número 5, e também foi vice-campeão paulista em 1975. Aposentou-se em 1981, já era formado em advocacia, então na sequência, prestou concurso para a Polícia Federal, passou e se tornou orgulhosamente para nós em Delegado Federal.
Vejam o Vídeo – Fonte YouTube
Hoje trabalha com crianças carentes e advogados recém-formados em uma cooperativa com a Prefeitura de São Paulo.
Fonte Foto – http://ftt-futeboldetodosostempos.blogspot.com/2010/07/o-craque-disse-e-eu-anotei-badeco.html
Assédio moral
Em 1953, quando era aluno do grupo escolar alemão Germano Timm da loira e linda Joinville (SC), onde nasceu, Badeco foi vítima de violento assédio moral de profundo constrangimento.
Fonte Foto – https://www.nsctotal.com.br/noticias/centro-de-danca-inicia-atividades-na-antiga-escola-germano-timm-em-joinville
Sentado em sua carteira e atento à aula, assim como outros 30 alunos, sendo dois negros, ele e o amigo Nori (Norival de Almeida)_ e 28 meninas e meninos branco, a maioria loiros e de olhos azuis_, o menino Ivan, hoje apelidado de Badeco, foi inesperadamente expulso da sala de aula, juntamente com o amigo Nori, outro único negro da classe. O motivo? É que, de costas para a sala de aula, a austera professora de origem alemã escrevia na lousa e, de repente, ouviu-se um barulhento pum.
Fonte Foto – Arquivo pessoal de Dr. Badeco – Badeco, aos cinco anos, desfilando num “Sete de Setembro” em Joinville-SC. E com a camisa do América, equipe de futebol local.
Foi apenas um pum e mesmo sem saber quem tinha sido, já que estava de costas, a professora resolveu me expulsar da sala juntamente com o Nori. Como ela poderia saber quem tinha sido? Eram 30 alunos na sala! Mesmo assim, a senhora disse: Pra fora você e você. E uma menina ainda a indagou. Professora, só foi um pum, por que dois são expulsos da sala? E a professora respondeu: É que eles (Badeco e Nori) fizeram ao mesmo tempo. E o curioso é que os dois únicos meninos negros sentavam-se nos extremos da sala de aula, portanto bem distantes um do outro. Como poderiam ter tamanho entrosamento? Nem Pelé e Coutinho! A história pegou muito mal na escola e na cidade e a professora foi obrigada a se retratar no dia seguinte. Os diretores do grupo escolar também pediram desculpas às famílias. Nunca me esqueci disso, conta Badeco. Claro que houve a intervenção enérgica imediata do meu pai cobrando da direção da escola uma providencia, e só foi atendido porque creio, ele era respeitado na cidade como um excelente e vitorioso jogador de futebol na época em Joinville.
Fonte Foto – http://ftt-futeboldetodosostempos.blogspot.com/2010/07/o-craque-disse-e-eu-anotei-badeco.html.
Homenagens
Dr. Badeco, presta uma homenagem ao seu pai o Sr. Manuel Francisco de Oliveira, que atuou no América de Joinville SC e foi Campeão Catarinense, como jogador, e depois Campeão Catarinense como treinador, do Operário de Joinville.
O Jogador – Sr. Manuel Francisco de Oliveira
O pai do Dr. Badeco, aparece na foto, ele está agachado, é o penúltimo abaixo.
O treinador – Sr. Manuel Francisco de Oliveira – Operário de Joinville.
O pai do Dr. Badeco, foi o treinador, campeão catarinense, dirigindo o Operário de Joinville, ele é o último da fila a sua direita acima.
Registramos na sequência também o irmão do Dr. Badeco, Ivano de Oliveira, que sagrou-se Campeão Catarinense, como jogador do América de Joinville SC .
O irmão do Dr.Badeco , Ivano de Oliveira Campeão Catarinense, o segundo da esquerda na fila de acima.
Dando continuidade a lista dos homenageados pelo nosso ilustre Dr. Ivan Manoel de Oliveira (O Badeco), os escolhidos por ele, foram dois amigos de infância, Jairo excelente goleiro, que jogou no Caxias de Joinville, no Fluminense do Rio, Corinthians de São Paulo e Coritiba, e o Antonio, que jogou no Caxias de Joinville, infelizmente Antonio e o Jairo já nos deixaram , minha homenagem póstuma aos dois.
Agachados Dr. Badeco e Jairo e acima Antonio
Entrevista
VB – Badeco quantos anos você jogou futebol e quando começou?
BD – Comecei a ser jogador de futebol Profissional aos 16 anos no America Futebol Clube da cidade de Joinville. Fui atleta profissional por 17 anos , onde atuei nos clubes do Sport Club Corinthians Paulista- SP , America Futebol Clube –RJ, Associação Portuguesa de Desportos – SP, Comercial Futebol Clube – MS , Esporte Clube Juventude – RS , onde sofri o rompimento do tendão do Aquiles, e com isso fui obrigado a encerrar minha carreira como atleta de futebol. Seria bom mencionar que sai do Clube Sport Clube Corinthians Paulista para o America Futebol Clube em uma troca com o ponta esquerda do America o falecido Eduardo.
Fonte Foto – https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/badeco-207 -Jogadores da Portuguesa em 1973, com as faixas pelo título paulista de 1973. Em pé, da esquerda para a direita: Pescuma, Badeco, Zecão, Calegari, Cardoso, Santos e Manoel Mendes Gregório, Agachados: massagista Moraes, Xaxá, Tatá, Cabinho, Basílio e Wilsinho.
VB – Como você vê e analisa o futebol jogado hoje em dia no Brasil?
BA – Ao analisar o Futebol de hoje infelizmente eu vejo com muita tristeza onde a correria e seu ponto principal, faltando aos atletas qualidade técnica e visão de jogo, se utilizando muito pouco a visão periférica. Talvez não sejam eles os culpados, mas sim a própria exigência do tempo que não permite mais o futebol clássico e elegante, onde vemos hoje poucos jogadores com capacidade do drible.
Fonte Foto – https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fterceirotempo.uol.com.br%2Fque-fim-levou%2Fbadeco 207&psig=AOvVaw2_9GcAC4DHSRDusqroKkYo&ust=1619358772565000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCPDM5bqEl_ACFQAAAAAdAAAAABAI – Toninho Guerreiro disputa a bola com Alex durante confronto entre o São Paulo e o América-RJ no Morumbi.
VB – Como você na sua época, conseguiu conciliar o futebol com os Estudos?
BA – Existia a época a resistência para jogar futebol e estudar, meus pais foram primordiais entre jogar futebol e estudar, quando eu tinha 16 anos um grande clube do futebol brasileiro queriam me contratar, onde estava quase tudo certo, quando meu Pai perguntou por 3 vezes se ele iriam pagar os meus estudos, e eles disseram que não , e com esta recusa ele pegou o contrato e o rasgou, e a argumentação do clube contratante e que eu iria ganhar muito bem e poderia pagar os estudos e o Sr. Manoel não concordou, e eu evidentemente comecei a chorar, e meu pai o Sr. Manoel fez a seguinte pergunta : ESTA PASSANDO FOME, depois eu entendi.
Conciliar o futebol e os estudos, depois do episodio acima mencionado, eu raciocinei que o futebol não seria para sempre, e bom salientar que eu vi a situação de alguns jogadores da época morando geralmente embaixo das arquibancadas dos clubes, e eu não gostaria de passar por aquilo, bem como o final da carreira e horrível. Preciso salientar algumas situações que chamaram a minha atenção.
Fonte Foto – https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/badeco-207
Foram jogar em Joinville alguns jogares famosos como CORONEL que jogou no Vasco da Gama- RJ, homem que marcava GARRINCHA, DARCI FARIA que jogou no Bangu-RJ, e eu não entendia como vieram jogar em Joinville, e eles falavam que o fim de carreira e horrível e eu constatei a verdade. Por outro lado eu sempre dizia aos dirigentes dos clubes que eu era estudante e me empunha nos clubes, embora não gostassem.
VB – Qual a sua opinião a respeito do racismo no Brasil?
BA – O racismo estrutural é difícil de analisar pois efetivamente eu sofri em minha terra natal, pois a época tinha o salão de baile do branco e do preto e não podíamos entrar em alguns salões de dança, e eu somente consegui entrar quando vim jogar no Sport Clube Corinthians Paulista e voltei a cidade de Joinville de carro e com dinheiro no bolso.
Fonte Foto – https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/badeco-207 – Estevam Soares, Badeco e Fiori Giglioti
O racismo e um problema que somente as pessoas que passam por isso, podem dizer como é horrível e as pessoas ficam impotentes. Com tudo devem as pessoas negras lutar para que fatos de conteúdos raciais para que não aconteçam mais.
VB – Qual a dua opinião a respeito da sugestão da troca de nome do estádio Maracanã, de Mario Filho, para Edson Arantes do Nascimento?
Fonte Foto – https://www.facebook.com/photo.php?fbid=144853437329865&set=pb.100054156277109.-2207520000..&type=3 – Dr. Badeco e o Rei Pelé.
BA – No que se refere a troca de nome do Estádio Mario Filho entendo embora Edson Arantes do Nascimento ( Pelé) tenha sido um mostro jogando futebol, não concordo com a mudança do nome, pois na verdade quase ninguém usa o nome Mario Filho e sim Maracanã. E bom dizer que as grandes conquistas do Santos Futebol Clube foram obtidas no Maracanã, como o Bi campeonato Mundial, diga-se que Pelé não jogou contra o Milan, cabendo a Almir Pernambuquinho a honra do espetáculo. O rei do Futebol fez seu milésimo gol no estádio Mario Filho diga de passagem eu estava lá. Pelé já possui um estádio com seu nome em Maceió – AL.
Fonte Foto – Wikipédia, a enciclopédia livre.
VB – Cite 3 grandes jogadores que jogaria em todas as suas seleções de todos os Tempos?
BA – No que se refere a menção de 3 jogadores que jogariam em minha seleção de todos os tempos eu cito : Garrincha, Pelé e Didi .
Didi – porque eu era fã incondicional deste mostro do futebol mundial . Lembro – me que na final da copa do mundo de 1958 depois da Suécia fazer o primeiro gol ele pegou a bola, dentro do gol ia caminhando e falando aos demais jogadores que teriam vindo com ele do Botafogo de Futebol e Regatas e ganhamos de 5X1, então vamos acordar, o Brasil ganhou de 5X2 e fomos campeões do mundo. Eu ouvia na rádio nacional as histórias de Didi e tentava fazer a mesma coisa , como a famosa folha seca, e eu nem sabia como era.
Pelé e Garrincha nem precisa falar pois foram dois gênios do futebol Mundial. O Brasil é conhecido no exterior em razão destes jogadores e de outros campeões do mundo, a quem nós devemos muito.
Stående från vänster: Vicente Feola (coach), Djalma Santos, Zito, Bellini, Nilton Santos, Orlando, Gylmar
Knästående från vänster: Garrincha, Didi, Pelé, Vava, Zagallo
Não poderia deixar de mencionar o orgulho que tive, em participar do jogo de despedida do genial craque português Eusébio em 1973, no Estádio da Luz, em Portugal’. Joguei no mesmo time, dos extraordinários jogadores, renomados e reconhecidos no mundo todo, e que fazem parte da galeria dos eternos e melhores no mundo do futebol de todos os tempos. Da esquerda para direita – O Keiser Franz Beckenbauer, Badeco, Geroge Best, o goleiro Gordon Banks, Bobby Charlton e Paulo César Cajú.
Fonte Foto – https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/badeco-207
VB – Porque nunca se vê um policial Afro-descendentes, quando aparece na TV, as investidas e ações da Polícia Federal?
BA – No tocante a inexistência de negros nas ações da Policia federal, posso dizer que nunca me debrucei sobre este tema , sobre o meu olhar é que um dos fatos e a desigualdade racial e o social, pois ao começar os estudos quase sempre começamos a estudar em escolas públicas, não quero dizer que elas não sejam boas, mas as escolas particulares possuem um algo a mais , poucos são os negros que estudam em escolas particulares ademais sua grande maioria estudam em escolas públicas e ao chegar ao termino os mesmo tem que trabalhar para ajudar seus pais largando os estudos.
Existe o fato que a maioria não deseja ser policial pois à entendimento que quando a pessoa vai para polícia , porque não tem outra coisa à fazer, discordo deste pensamento. Vou contar uma história minha que acontecia quando eu era criança, quando eu e minha mãe ( Maria) passávamos em frente a delegacia minha mãe dizia “ Você vai ser policia”, só que minha mãe não me viu como policial, são as agrura da vida, ia esquecendo o meu avô pai de minha mãe foi Policial.
Fonte Foto – https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/badeco-207 – Milton Neves e Badeco em 26 de maio de 2014, na Federação Paulista de Futebol, apresentando o 43º SITREFESP. Foto: Marcos Júnior/Portal TT – Dr. Badeco e o Genial Milton Neves.
VB – Escale duas seleções de todos os tempos.
BA – Minhas 2 (Duas) seleções de todos os tempos:
Primeira *** Gilmar – Djalma Santos – Mauro – Brito – Zito – Nilton Santos – Garrincha – Didi – Tostão – Pelé – Edu.
Segunda *** Leão – Carlos Alberto – Luis Pereira – Leônidas – Clodoaldo – Roberto Carlos – Jairzinho – Zico – Ronaldo – Rivelino – Paulo Cesar Caju.
Fonte Foto – Wikipédia, a enciclopédia livre – Arena Joinville.
Família
Para finalizar meus filhos são a minha continuação, o Edson e o Marcelo são formados em direito os quais são os mais velhos e o Elvis por enquanto esta pensando o que vai fazer, embora eu e minha esposa Odete temos insistido que estude. Agradeço do fundo do meu coração, a minha querida esposa Odete, por ter me suportado, durante esses 52 anos de casamento.
Na nossa época nos apanhávamos dos nossos pais e não podíamos nem reclamar, hoje os nossos filhos tem uma porção de privilégios.
Não posso deixar de falar que meu pai o Sr Manoel foi um grande jogador em Joinville-SC, sendo por diversas vezes campeão estadual em Santa Catarina jogando pelo América de Joinville com algumas convocações para seleção catarinense de futebol.
Fonte Foto – https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/badeco-207 – Badeco pai, o orgulho do filho que ficou famoso.
Foi prestado uma homenagem pela prefeitura de Joinville onde Sr. Manoel virou nome de rua, o apelido Badeco vem de meu pai. Meus agradecimentos aos meus pais Manuel Francisco de Oliveira e Maria de Lurdes Moreira.
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Por Sergio Lima.
Que história linda do futebolística Badeco, hoje Dr. Ivan Manoel de Oliveira ( Badeco ) Eu tive o prazer de o ver jogar no Maracanã com sua elegância e passadas largas um belo camisa 5 , bons tempo do América RJ
Badeco, além de excelente atleta, foi
uma liderança extraordinária na Portu
guarda de Desportos, um ponto de referência para os demais atletas. Educado, consciente de seu papel
enquanto cidadão negro , é um exemplo de integridade.
Excelente comentário. Obrigado.
Excelente comentario, parabens pela linda historia da familia e da grande experiencia no futebol,Deus abencoe o Dr.Badeco e familia.