Fonte foto – https://tardesdepacaembu.wordpress.com/tag/universidade-guadalarajara.
Nílson Severino Dias nasceu em 25 de Janeiro de 1952, no Rio de Janeiro. Excelente, espetacular jogador de futebol, um amigo super especial, ser humano fora de série, autêntico, generoso, sempre atento e preparado para ajudar. Gente do bem, artilheiro nato, elegante, habilidoso, rápido, finalizador mortal, com o pé direito ou esquerdo. Para finalizar com o linguajar do futebol do passado, Nilson Dias era “Sujeito Homem”, dos que não aceitava e não levava desaforos para casa.
Por Sergio Lima
Fonte foto – https://www.google.com/search?q=Nilson+Dias+no+Mexico+&tbm=isch&ved=2ahUKEwiw2IG0iP30AhXYQ7gEHechCKIQ2-cCegQIABAA&oq=Nilson+Dias+no+Mexico+&gs_lcp=CgNpbWcQA1C5CFiCQWC4RGgAcAB4AYAB2gGIAb0akgEGMC4xNi41mAEAoAEBqgELZ3dzLXdpei1pbWfAAQE&sclient=img&ei=XRHGYfC1PNiH4dUP58OgkAo&bih=568&biw=1366&rlz=1C1GCEA_enBR756BR756#imgrc=s8yIR1ZkQTMt3M&imgdii=eTThtLfUOZIXxM.
Torcedor rubro-negro, Nílson Dias tentou ingressar nas categorias de base do Flamengo em 1967, mas não teve êxito. No ano seguinte ingressou nos juvenis do Botafogo. No time principal, o centroavante estreou em abril de 1970. Em março de 1971 Nílson Dias foi convocado para a Seleção Brasileira que disputaria o Torneio da Juventude (atual Campeonato Sul-Americano de Juniores), no Paraguai. O Brasil foi eliminado na 1ª fase, com duas vitórias e duas derrotas. Em abril, disputou o Torneio de Cannes, onde o Brasil foi campeão tendo Abel Braga como capitão da equipe. Em novembro foi novamente convocado para disputar o Torneio Pré-Olímpico, na Colômbia. O Brasil foi campeão e Nílson Dias marcou três gols. Em 1972 chegou a disputar dois amistosos pela seleção olímpica em junho.
Fonte foto – https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/nilson-dias-1487 – Brasil Campeão Pré-Olímpico em 1971. Em pé: Raul Carlesso (preparador físico), Rubens Galaxe, Aloisio, Fred, Nielsen, Wagner, Celso e Carlos Alberto Parreira (preparador físico). Agachados: Nocaute Jack (massagista), Roberto Carlos, Marquinhos, Zico, Nilson Dias, Galdino e Chico.
Em 13/06 um empate em 0x0 com o Atlético, no Mineirão, e em 17/06 uma vitória por 4×1 sobre o Hamburgo (ALE) no Beira-Rio, em jogo que o colorado Falcão marcou dois gols. Mas Nílson Dias não foi convocado para os Jogos Olímpicos, sendo emprestado, no mesmo mês de junho, para o Deportivo Cali. Lá conquistou o Torneio Finalización, equivalente ao 2º turno. Mas no Triangular Final o Deportivo Cali ficou com o vice-campeonato. Em fevereiro de 1973 Nílson Dias retornou ao Botafogo, assumindo a titularidade e sendo o responsável pela maioria dos gols do clube. Em 13/11/1975 Nílson Dias rompeu os ligamentos do tornozelo direito e fraturou a fíbula, em uma dividida com Zé Maria, do Corinthians. Ele retornaria aos gramados em 06/06/1976, em um amistoso com o Grêmio, no Olímpico. A partida terminou 1×1 e Nílson Dias fez o gol do Botafogo.No início de 1977 Nílson Dias foi convocado para a Seleção Brasileira, disputando cinco amistosos (Bulgária, Seleção Paulista, Combinado Flamengo/Fluminense, Millionários e Combinado Vasco/Botafogo). Marcou seu único gol na vitória por 6×1 sobre o Combinado Vasco/Botafogo.
Fonte foto – https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/nilson-dias-1487 – Botafogo em 1977. Em pé: Ubirajara Alcântara, Renê, Osmar Guarnelli, Carbone, Rodrigues Neto e Perivaldo. Agachados: Toucinho (massagista), Gil, Paulo Cézar Lima, Dé, Nílson Dias e Mário Sérgio.
Entre setembro de 1977 e julho de 1978 participou da sequência de 52 partidas invictas do Botafogo, recorde nacional. Nílson Dias tornou-se um dos maiores artilheiros do alvinegro carioca, com 127 gols marcados. Em setembro de 1978, sofrendo grave crise financeira, o Botafogo negociou Nílson Dias com o Universidad Guadalajara, do México. Em sua primeira temporada em terras mexicanas marcou 17 gols, sendo o 8º artilheiro do campeonato. Nas duas temporadas seguintes, porém, lesões e poucas sequências de jogos o levaram a marcar apenas três gols.
Fonte foto – https://tardesdepacaembu.wordpress.com/tag/universidade-guadalarajara/.
Em março de 1981 o Internacional enfrentava problemas no comando do ataque. Bira, um dos heróis do título brasileiro de 1979 enfrentou lesões e más atuações em 1980 e já não contava com a confiança da torcida. E Internacional e Universidad Guadalajara acertaram as trocas por empréstimo de seus centroavantes, por quatro meses. Bira saiu magoado, dizendo que preferia jogar no Rio ou em São Paulo, na volta.
Nílson Dias chegou esperançoso, falando em voltar à Seleção Brasileira. A estreia de Nílson Dias no Colorado ocorreu em 08/03/1981. O Internacional enfrentava o Goiás, no Beira-Rio. Nílson Dias entrou no time substituindo Cléo e marcou o único gol do jogo, aos 34’. Em 15/03, outra vez saindo do banco de reservas, substituiu Jones e marcou dois gols contra o Sport. Mas os pernambucanos reagiram e empataram a partida em 2×2.
Em 21/03 ele seria titular pela primeira vez, no Serra Dourada, em partida que terminou 0x0, contra o Goiás. Na histórica goleada de 6×0 sobre o Palmeiras, em 28/03, Nílson Dias marcou o 5º gol colorado, após assistência de Batista. Em 05/04, na partida contra o Sport, Nílson Dias foi expulso, ficando de fora da 1ª partida das oitavas-de-final, contra o Atlético MG, no Mineirão. Mas voltou para o jogo no Beira-Rio, onde fez o gol salvador do empate em 1×1, que classificou o Colorado. Nas quartas-de-final o Internacional foi batido nos dois jogos pelo São Paulo, sem marcar gols. Nílson Dias disputou 9 partidas no campeonato brasileiro, marcando 5 gols. Nílson Dias disputou os 4 amistosos realizados entre o campeonato brasileiro e o campeonato gaúcho, marcando um gol contra o Mixto. No Gauchão, o primeiro gol colorado foi de Nílson Dias, na vitória de 2×1 sobre o São Gabriel, em 07/06. Mas começava também um momento de angústia para a torcida e jogador. Seu empréstimo se encerrava em 30/06. Apesar do centroavante cair nas graças da torcida e do técnico Cláudio Duarte, o presidente José Asmuz não se mostrava disposto a pagar os 23 milhões de cruzeiros pedidos pelos mexicanos para negociá-lo em definitivo. Apesar de uma enquete realizada pela rádio Gaúcha indicar que 65% dos torcedores ouvidos queriam a contratação do atacante o negócio não se concretizou. Em 28/06, dois dias antes do fim do contrato, Nílson Dias entrou em campo pela última vez com o manto colorado. O Internacional enfrentava o Brasil de Pelotas, no Beira-Rio, e penava em um empate em 1×1, quando Nílson Dias, aos 40′ do 2º tempo, como presente de despedida, fez o gol da vitória.
Fonte foto – https://tardesdepacaembu.wordpress.com/tag/universidade-guadalarajara/
Seus números pelo Internacional:
19 partidas – 8 vitórias – 7 empates – 4 derrotas – 8 gols marcados.
O contrato com o Internacional encerrou-se, mas Nílson Dias não voltou ao México, sendo negociado com o Santos.
Fonte foto – https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/nilson-dias-1487.
Sua carreira, a seguir, foi esta: Santos (1981/1982), Santa Cruz (1982), São Cristóvão (1983), Santos (1983), Acadêmica Coimbra POR (1983/1985), Olaria (1985), Al Riffa BAR (1985/1987), Central RJ (1988) e Sobradinho (1989). No seu último clube, chegou em maio de 1989, para um contrato de 4 meses. Em sua estreia marcou dois gols na vitória sobre o Taguatinga, por 3×1. Nílson Dias jogou mais três partidas e pediu a rescisão do contrato, alegando problemas particulares e falta de campo de treinamento.
Ídolo inesquecível do Botafogo.
Botafogo na década de 1970 no gramado do Maracanã. Acima estão Perivaldo, Zé Carlos, Luizinho, Rodrigues Neto, Renê e Osmar; agachados temos Gil, Mendonça, Nílson Dias, Bráulio e Paulo César Caju.
Fontes foto – https://www.google.com/search?q=Nilson+Dias+no+Mexico+&tbm=isch&ved=2ahUKEwiw2IG0iP30AhXYQ7gEHechCKIQ2-cCegQIABAA&oq=Nilson+Dias+no+Mexico+&gs_lcp=CgNpbWcQA1C5CFiCQWC4RGgAcAB4AYAB2gGIAb0akgEGMC4xNi41mAEAoAEBqgELZ3dzLXdpei1pbWfAAQE&sclient=img&ei=XRHGYfC1PNiH4dUP58OgkAo&bih=568&biw=1366&rlz=1C1GCEA_enBR756BR756#imgrc=LC1bu-GrhuwR0M.
Entrevista
VB – Nilson Dias qual a sua atividade hoje, depois que parou de jogar futebol?
ND – Contínuo trabalhando com futebol, sou funcionário do Iate Clube Jardim Guanabara na Ilha do Governador, passo para às crianças o que aprendi durante os anos em que fui atleta profissional de futebol,sou sócio do clube á 33 anos e trabalho no mesma a 25 anos, graças á Deus sou muito querido pelas crianças e seus pais.
No último dia 14 de dezembro fiz 48 anos de casado com minha querida e amada esposa Elisabete Braga Dias.
Nilson Dia com sua esposa Elisabete Braga Dias.
Tenho duas filhas, uma de 46 anos Renata e á outra de 44 anos Roberta, moro no bairro nobre da ilha Jardim Guanabara e graças á Deus sou muito querido por meus amigos.
Nilson Dias no meio, com suas filhas Roberta de branco e Renata de amarelo.
Tenho tenho 3 netos Igor Dias Ferreira, 21 anos filho da Roberta. Miguel Dias Marzullo, 13 anos, e Lucas Dias Marzullo, 10 anos, filhos da Renata.
VB – Cite os 3 melhores jogadores de futebol do mundo na sua época.
ND – Pelé, Rivelino e Zico.
VB – Cite os 5 melhores jogadores brasileiros, na atualidade em todo o mundo.
ND – Neymar, Thiago Silva, Marquinhos do PSG, Ruk e Vinícius Júnior.
VB – Quais foram os 3 melhores zagueiros, que o marcaram e foram os mais difíceis, em toda a sua carreira?
ND – Renê do Vasco, Edinho do Fluminense e Mauro Galvão.
VB – Cite os 3 melhores jogadores de futebol do mundo hoje.
ND – Messi, Cristiano Ronaldo e Levandoswik.
VB – Você pode fazer um pequeno comentário, sobre qual a sua visão, ao comparar o futebol brasileiro atual e o europeu ?
ND – Ainda temos excelentes jogadores, mas taticamente perdemos para os europeus.
VB – Durante quantos anos você jogou futebol?
ND – Joguei durante 18 anos.
VB – Quem foi o seu melhor treinador?
ND– Jorge Mario Lobo Zagalo.
VB – Fale sobre o Club Social Renascença no Rio de Janeiro.
ND – Rena foi o primeiro clube do Rio de Janeiro fundado por cidadãos negros, onde sempre rolou boas rodas de samba, inclusive o famoso Samba do Trabalhador.
Sergio Lima e Nilson Dias no Club Social Renascença.
VB – Fale sobre sua relação com o samba, o Cacique de Ramos e principalmente com os irmãos, Bira e o saudoso Ubirany ,e o grupo Fundo de Quintal.
Fonte foto – https://www.google.com/searchq=cacique+de+ramos+anos+70&rlz=1C1GCEA_enBR756BR756&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=GnYM1I14u84hFM%252CnfwR2mthsohUzM%252C_%253BbSSs6Ogzj8SnOM%252CX47txgjFOeOCbM%252C_%253BZAvtWnD8SsmyZM%252CnfwR2mthsohUzM%252C_%253BUUcq2tfAOP2VoM%252CX47txgjFOeOCbM%252C_%253BxAOS6k6S_1nmIM%252CkxjawKOunip1XM%252C_%253BHANCHWlEzpL4yM%252Cp7kKLuCbUnoedM%252C_&vet=1&usg=AI4_-kRsGrDd8iebLOAGWJpf_j1BFyCTcA&sa=X&ved=2ahUKEwiMm_uVvv30AhX6ppUCHdQ9A_4Q9QF6BAgEEAE&biw=1366&bih=568&dpr=1#imgrc=HANCHWlEzpL4yM.
ND – Sobre o Cacique de Ramos fui levado para conhecer o lugar através do Renê que foi jogar no Botafogo, lá conheci o Bira presidente, meu saudoso amigo Ubirany, Jorge Aragão, Almir Guineto, Sombrinha, Neuci,Tio Hélio, só um pouco mais tarde chegou o Arlindo Cruz. No início da semana, tinha á segunda sem Lei, pois era á folga dos jogadores de futebol que normalmente jogávamos aos sábados e domingos e a segunda era sagrada para nós lá.
Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre. Fundo de Quintal.
Todas às quartas tinha á nossa pelada que ficou conhecida como quarta nobre, churrasco bancado por nós jogadores profissionais e essa rapaziada que falei antes, eles tocavam pagodes para animar às nossas reuniões. A maior festa feita no Cacique de Ramos, foi á minha despedida quando fui contratado para jogar no México.
Nilson Dias e seu neto Lucas Dias Marzullo.
Os primeiros jogadores a frequentar o Cacique de Ramos foram os saudosos amigos Alcir Portela eterno ex capitão do Vasco finais dos anos 60 e 70 e Paulo Lumumba, ex Bonsucesso. A partir daí surgiram vários cantores de sucesso, esqueci de mencionar o querido e saudoso amigo Edson Cegonha, ex jogador do Fluminense e do São Paulo dos finais dos anos 1960 e 70. Também tinha á ala dos boleiros que desfilava na Avenida Rio Branco no Cacique de Ramos também apareceu o Zeca Pagodinho de chinelo de borracha com o cavaquinho dentro de uma sacola das Sendas, já era um versador de primeira, e o João Nogueira aparecia às vezes.
Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nilson Dias, The Personality of the Yaer.
Finalizamos com chave de ouro, esta homenagem ao nosso craque Nilson Dias, enfatizando a campanha maravilhosa e a merecida celebração do Botafogo, Campeão brasileiro da série B de 2021. Damos ênfase e sinalamos também a participação luxuosa do nosso querido amigo ilustre, diferenciado, e extraordinário claque de futebol, Paulo Cesar Lima (Cajú), que esteve presente no evento. O meu desejo foi mostrar para todos a brilhante carreira deste cidadão chamado, Nilson Severino Dias, excepcional, genial e inesquecível ex jogador de futebol, (Atleta profissional de futebol). Espero ter alcançado o meu objetivo.
Vejam o vídeo.
(A) Festa do Botafogo no Cristo – Foto (B) O Diretor Presidente do Grupo Corcovado, Presidente do Glorioso Botafogo homenagem prestada pelo título da série B.
Nilson Dias, FERA!
***
Por Sergio Lima.