VIP – Dr. Estevão Silva – Presidente da Associação Nacional da Advocacia Negra – ANAN.

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Por Adinaldo Souza.

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O Jornal Vida Brasil Texas tem o prazer de entrevistar a Associação Nacional da Advocacia Negra – ANAN, na pessoa de seu presidente Dr. Estevão Silva.

Estevão André Silva nascido na cidade de Carapicuíba, São Paulo, advogado há 11 anos, jornalista e músico pianista, graduado em Direito pela UNESP. Lançou o livro: “Vozes Emergentes: Educação e questões Étnicos Raciais” – 2016. É proprietário do escritório “Estevão Silva Advogados Associados”. No ano de 2012, em parceria com o Dr. Osmar T. Gaspar e Dr. Jeferson Cellos fundaram a ONG “Clã da Negritude”, grupo de combate a toda forma de racismo e a discriminação, em 2016 fundou a Associação Nacional da Advocacia Negra – ANAN, sendo o atual presidente-fundador.

É advogado do “Instituto Cultural Filadélfia” , da “Associação Internacional Islâmica para o Ensino do Alcorão e Sunnah no Brasil – Ummah Brasil” e da Associação Beneficente Islâmica Sunita de Botucatu e Região. É membro da Comissão do Advogado no Tribunal do Júri. Consultor e palestrante na área de discriminação e racismo.

A) Ricardo Florentino Brito – Coordenador da ANAN (Região Sul) – B) Débora Ribeiro – Representante da ANAN (São Paulo) – C) Yunus Mustafá – Coordenação da ANAN (Região Sudeste) – D) Bruna Simeão – Coordenação da ANAN (Região Nordeste) – E) Geraldo Santos – Representante da ANAN  (Rio de Janeiro) – F) Luciana Ribeiro da Silva (Vice presidente Nacional da ANAN) – G) Edna Teresinha Ramos – Coordenação da ANAN (Região Norte) – H) Lívia Gonzaga (Psicóloga da ANAN) – I) Derani de Souza (Diretora financeiro)

Entrevista

VB – Quando surgiu a Associação Nacional da Advocacia Negra e qual a razão do seu surgimento?

ANAN – Surgiu através de um grupo de ativistas do movimento negro atuantes em um site intitulado Clã da Negritude, de minha administração. Clã este que tem por objetivo a conscientização da população negra no combate ao racismo e o estímulo à busca de seu empoderamento. Observei que dentro do Clã havia advogados com queixas cotidianas de autos-enfrentamentos racistas nas suas esferas de atuação profissional; daí, para estes advogados, fiz a proposição de criarmos a ANAN como uma entidade de cunho jurídico para sair em defesa da advocacia negra, o que foi prontamente aceito e cá estamos desde 2021.

VB – O próprio nome indica ser uma instituição de amplitude nacional, portanto imagina-se haver uma sede administrativa e suas correlatas regionais. Poderia discorrer sobre o formato da ANAN?

ANAN – Sim, trata-se de uma entidade de abrangência federativa cuja diretoria nacional se concentra na sua sede em São Paulo e que contempla a estrutura administrativa, jurídica e financeira, bem como o seu corpo fiscalizador. Há também 5 (cinco) Coordenadorias Regionais compreendidas no sul, sudeste, centro oeste, nordeste e norte, com os seus respectivos Coordenadores Regionais que supervisionam as ações da ANAN nos seus devidos estados federados. Cada estado tem a sua sede administrativa e o seu presidente estadual. Há uma intenção de no futuro estabelecer a sede em Brasília.

VB – Quais os propósitos da ANAN estabelecidos em seu Estatuto?

ANAN – O propósito é de unir, valorizar e empoderar os seus advogados de modo a assegurar a sua identidade étnico-racial enquanto membros de uma entidade de classe defendendo os princípios resguardados na Constituição Federal, em especial o direito de ser tratado com dignidade humana sobretudo quando em exercício da sua profissão. O racismo existente na sociedade brasileira não excetua os advogados negros de enfrentá-lo, sobretudo em todo o campo que o direito é aplicado e, paradoxalmente, recorrentemente no judiciário.

VB – Qual é o número de advogados(as) associados(as) da ANAN e que estimativa ela tem dos profissionais existentes no Brasil ainda não associados e quais os critérios para associar-se?

ANAN – Atualmente, entre advogados, bacharéis em direito e estudantes de direito, perfaz 12 (doze) mil associados. Devido o fenômeno de um grande número de pessoas alheias a área jurídica que querem associar-se, abrimos a categoria do Apoiador (ANAN-A). São pessoas que integram uma lista especial dentro da entidade por apoiarem e contribuírem com as nossas atividades.

VB – A ANAN tem conhecimento do número de advogados(as) negros(as) inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e, caso desconheça há alguma razão para tal?

ANAN – Temos o conhecimento que algumas seccionais da OAB iniciaram um censo para quantificarem o número de advogados negros em seus estados, entretanto a OAB não franqueou para a ANAN o resultado deste censo. Todavia temos o conhecimento que uma grande parcela de advogados(as) negros(as), embora inscritos na OAB, não se sentem por ela representados, haja vista não terem vivenciados ou se quer sido informados que em algum momento da história da OAB ela tenha enfrentado uma atitude racista, sobretudo no judiciário, contra um único advogado(a) negro. Detalhe: a OAB é por demais sabedora que racismo é crime imprescritível e inafiançável e que o memo é cotidianamente cometido contra os advogados(as) negros(as), porém, o silêncio é sua praxe.

Outro detalhe: a Resolução 05/2020 instituída pela OAB tem por propósito garantir 30% de advogados negros em todas esferas administrativas de seus quadros; daí me pergunte se esta resolução é obedecida que eu te respondo que não. Caso você me pergunte: não é obedecida por quê? eu te repondo: porque a resolução é burlada, simples assim.

VB – Tendo em vista que a OAB possui uma considerável parcela de advogados(as) negro(as) nela inscritos e por se supor ser ela sabedora da existência do racismo estrutural e institucional reinante em nosso país, pergunto: Caso a OAB tivesse em suas pautas o combate pragmático, efetivo e cotidiano contra o racismo nas esferas de ação dos Advogados(as) negros(as), ainda assim haveria a necessidade da existência da ANAN, se sim, por quê?

ANAN – Sim, haveria tal necessidade devido sermos uma entidade de fortalecimento da advocacia negra através de aprimoramentos acadêmicos e profissionais dos nossos associados oferecendo palestras, cursos de especialização, simpósios, inserção dos associados no mercado de trabalho, ensino de línguas, pesquisas cientificas, publicação de artigos, boletins informativos, acompanhamento psicológico, entre outros.

É importante ressaltar que o racismo interage em todos os espaços da sociedade brasileira não se abstendo inclusive nos espaços ditos progressistas, e mais, ele tem constantes mutações para manter-se intacto na sua suposta supremacia, daí, ainda que a OAB faça a sua obrigação de combater o racismo cometido contra os seus advogados(as) negros(as), principalmente no judiciário, a existência da ANAN se faz necessária para somar esforços junto a outras entidades da sociedade civil e instituições brasileiras antirracistas.

VB – Há desde sempre no Brasil um fenômeno que se manifesta contra a população negra e que podemos denominar de “apropriação”. Ele se faz presente na história, nos costumes e na cultura e tem como eficácia invisibilizar o protagonismo negro sem qualquer contrapartida; à exemplo das escolas de samba, das religiões de matriz africana, do futebol, etc…, pergunto: A ANAN vê alguma correlação deste fenômeno também sobre as leis de cotas existentes em nosso país? Se sim, a punição não deveria ser exemplar, por tratar-se de transgressão a lei, abrangendo inclusive os que contribuem com os infratores?

ANAN – Sim, vejo uma correlação direta da apropriação contida na sua pergunta com as leis de cotas para pessoas negras. No passado recente era impensável que um cidadão branco do alto da sua pretensa sabedoria mor chegaria ao extremo de apropria-se de um corpo negro – corpo este dantes visto como “burro” por este mesmo cidadão – para então se ver no “direito” de burlar uma lei destinada ao corpo “burro”.

Tão logo surgiram as cotas, estes ditos cidadãos brancos passaram a usurpar o direito legal das pessoas negras e concorrer pelas cotas como se pessoas negras fossem.

Claro que é crime e como tal quem se arvora em cometê-lo tem que ser punido, bem como os que contribuem para tal cometimento.

VB – Caso a ANAN queira discorrer sobre algo mais que não foi contemplado nas perguntas, sinta-se à vontade para fazê-lo.

ANAN – Nossa entidade é pioneira na organização, articulação e posicionamento da advocacia negra no Brasil, vale dizer que nos EUA, Europa, bem como no continente africano, existem diversas organizações de profissionais negros(as) atuando na área jurídica, contudo, o grande diferencial que sobressalta na ANAN frente a estas organizações internacionais é que nos posicionamos como organização que representa uma classe em todo o território nacional; outro destaque é que não nos limitamos na defesa dos direitos dos nossos associados, mas também na defesa dos direitos da população negra, por educação, saúde, moradia, liberdade e outros direitos fundamentais à dignidade humana.

Fonte de todas as fotos – https://www.facebook.com/groups/365204407435784/user/1824062797921123/?__tn__=-UC*F

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Por Adinaldo Souza.

 

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BIOGRAFIA ****** Sérgio Lima, ex-jogador profissional de futebol, natural de Campos dos Goytacazes, começou sua carreira no Americano onde jogou em todas as categorias e foi campeão Estadual no ano de 1969. Em 1970, transferiu-se para o juvenil do América do Rio, tornando-se artilheiro da Taça Guanabara de 1973 e vice-artilheiro brasileiro Carioca de 1973. Em 1974, sua história foi ilustrada luxuosamente com o Internacional de Porto Alegre, Hexa Campeão Gaúcho invicto. Em 1975, formou um excelente time do Guarani de Campinas, com grandes jogadores, Ziza, Amaral,Renato, Miranda, Davi, Alexandre Bueno, Edinaldo, Erb Rocha, Sergio Gomes, Hamilton, Rocha. que foi base do Campeão em 1978. Em 1976, transferiu-se para o futebol mexicano onde ficou por 8 anos: Club Jalísco, e Atlas Fútbol Club ambos da cidade de Guadalajara, Morélia da cidade de Morélia, Michoacan e Union de Curtidores da cidade de Leon, Guanajuato. Em 1984, retornou ao Brasil para o Botafogo do Rio. ****** Em 1985 foi contratado pelo Cabofriense, da cidade de Cabo Frio,estado do Rio, onde encerrou sua carreira. Presente em Guadalajara na Copa do Mundo 1986 no México, trabalhou como comentarista esportivo na rádio local chamada "Canal 58" de Guadalajara. Após a copa do Mundo de 1986, começou sua trajetória de 30 anos, nos Estados Unidos da América,, onde foi convidado pela Universidade de Houston Texas, através do seu responsável o excelentíssimo Professor Franco para participar como instrutor do “Cugar Soccer Summer Camp” durante duas semanas. Na sequência, depois de várias participações, em diferentes Soccer Camps no Texas, fundou, oficializou e legalizou a Brazilian Soccer Academy com o apoio espetacular do grande amigo Skip Belt. Com experiência de muitos anos dentro do campo, passou conhecimento e os fundamentos básicos do futebol do Brasil para um número incontável de jovens americanos. ****** Convidado pelo consulado Mexicano, idealizou e apresentou o projeto Houston Soccer After School Program para City of Houston Park and Recreation em 1994, para benefício de crianças e jovens entre 6 a 17 anos. Isso ocorreu na área metropolitana da cidade, onde concentrava a grande maioria de crianças e jovens negros e mexicanos, na época estavam com extremo e grande problema social que os envolvia com drogas e as abomináveis gangues. Desafio aceito, e o programa foi desenhado, aproveitando a infraestrutura dos Parks da cidade. O passo a passo foi dividido em três fases básicas: 1 - Criou-se liga em cada Park, onde havia jogos entre eles. 2 – Todos os meses havia Torneios entre todos os Parks. 3 - Criou-se seleções para jogarem contra jovens das outros áreas, e diferentes estados, sempre cuidando com os mínimos detalhes dos dispositivos e ensinamentos básicos do respeitado futebol do Brasil, para atrair e motivar a todos. O requisito principal era estar e manter boas notas e presença na escola, para desfrutar dos benefícios, recebendo gratuitamente todos os materiais de primeira linha doados por um conhecido patrocinador. Finalmente, aos 17 anos tinham a oportunidade de receber uma bolsa de estudos para ingressar em uma universidade americana. Foi apresentado e aprovado e Sérgio se transformou em funcionário público da cidade de Houston por 17 anos, até a sua aposentadoria. Muitíssimos jovens foram beneficiados pelo programa mudando radicalmente suas vidas, as drogas e gangues desapareceram. Sérgio fez o curso de treinador da Federação Americana de Futebol, recebendo a "Licença National B' e assumiu como Coach principal da South Texas Soccer Select Team Open Age From 1994 to 1996, tornando-se o primeiro treinador brasileiro e negro "Afrodescendente" a dirigir a Seleção do Sul do Estado do Texas. ****** No ano de 1992, Fundou o Jornal Vida Brasil Texas, tornou-se editor, onde ficou por 28 anos, sendo 24 anos impressos e os últimos 4 anos digital em português. Fundou em 2004, a Revista Brazilian Texas Magazine, é seu Editor . A revista até 2015 foi impressa, em 2016, passou a publicação digital em inglês. ****** 1 - Compositor, teve participação do CD Brasil Forever 1997 da Banda brasileira no criada no Texas em 1993 com finalidade de promover a cultura do Brasil. Banda “Atravessados de Houston” – Texas, com tiragem de 10 mil CDs. Sérgio Lima teve a participação com 10 músicas 8 autorais e mais duas com parcerias. 2 - Compositor da música “I Love Rio”, escrita e inglês em homenagem ao Rio de Janeiro, com a luxuosa interpretação da excelente Elicia Oliveira em ingrês (Está disponível no YouTube). https://www.youtube.com/watch?v=l39hfwOkyYU&t=18s ****** Representou a comunidade brasileira do Texas na I Conferência “Brasileiros no Mundo”, realizada em maio de 2008, com uma extrema característica acadêmica. ****** A II Conferência “Brasileiros no Mundo”, realizada em outubro 2009, se desenvolveu com uma acentuada conotação política, tornando, em certos momentos, o diálogo tenso, desconfortável e, até certo ponto, cansativo, devido à falta de elasticidade de algumas lideranças, acostumadas, creio, a pontuar e determinar o rumo das conversas e decisões, em suas áreas ou comunidades no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, de iniciativa da Fundação Alexandre de Gusmão – FUNAG, órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores – MRE. ****** Sérgio criou o espaço Brasil especial na Biblioteca central da cidade de Houston e conseguiu doações de livros de algumas instituições das comunidades brasileiras de outros estados americanos para compor o espaço. Recebeu o Prêmio Brazilian International Press Ward, por 3 vezes, em reconhecimento pelos trabalhos como editor do Jornal Vida Brasil Texas em português, e revista Brazilian Texas Magazine em inglês – 2011. ****** ORIGINAL ARTICLE “AFRO DECENDENTES NA MÍDIA BRASILEIRA”. You are a winner for the 15th Annual Brazilian International PRESS AWARDS. Your outstanding performance and contribution for the Brazilian Culture was recognized by the Media and Cultural Leaders of the Brazilian Community in the United States. Join us for the 15th celebration of the Brazilian Cultural presence in the U.S. The Award Ceremony will be held at the Cinema Paradiso • Fort Lauderdale May 3rd 2012.

1 COMENTÁRIO

  1. O fortalecimento da Associação Nacional da Advocacia Negra – ANAN fará a grande diferença pela luta pela efetivação do direito a população mais carente, isso porque com profissionais que entendem as dificuldades de seus clientes, conseguirão traduzir isso de forma mais contundente para o poder público. A união dos profissionais da Advocacia criará o fortalecimento das ações sociais que diminuíram as desigualdades criadas pelo racismo estrutural e institucional.

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