Fonte foto acervo da Patricia Roque – Orquestra Sinfônica de Limeira
I Concerto da série Relicário “Música Concertante”, o resultado foi espetacular, o local estava super lotado. Este especial evento foi realizado na Igreja Boa Morte, na cidade de Limeira, SP, no dia 17 de abril 2019.
Fonte foto acervo do Celso Pinto e Anderson Abreu
A presença do genial músico o clarinetista Marcelo Meira, vindo exclusivamente da Califórnia onde reside atualmente, depois de morar por vários anos no Texas, estava empolgado, pois voltava após 10 anos para participar de um concerto na sua cidade natal, isso trouxe muita alegria e satisfação para o público e os extraordinários músicos locais tornando a noite inesquecível. Músicos: Marcelo Meira ( Clarineta) Lucas Renan – (Fagote), Evandro Neves, (Trompa) e Camerata da Osli.
Fonte foto acervo Lucas Renan – Lucas Renan, Rodrigo Muller (Clarineta), Evandro Neves, (Trompa) Marcelo Meira (Clarineta)
Entrevista
VB – Qual o sentimento hoje ao regressar após exatamente 10 anos a sua cidade natal para participar desse concerto?
MM – É sempre uma alegria rever velhos amigos e apreciar o excelente trabalho do Maestro Rodrigo Muller, frente a Orquestra Sinfônica de Limeira. Para mim continua sendo motivo de admiração o progresso da área cultural na minha cidade natal desde que a deixei, em 1988.
VB – Com toda sua experiência você ainda sente aquele tradicional frio na barriga antes de entrar no palco para suas participações?
MM – Sinto mais um sentimento de êxtase do que apreensão, pois me dá muito prazer e honra me apresentar como músico para o público que deixa o conforto da sua casa para nos assistir. Como toda apresentação ao vivo, há espaço para situações inesperadas, surpresas e outras casualidades, mas com a experiência de várias décadas, aprendi que o inesperado é parte da experiência e frequentemente adiciona positivamente a experiência da apresentação ao vivo.
Fonte foto acervo do Leandro Ferraz – Rodrigo Muller e Marcelo Meira.
VB – Fale sobre Marcelo Meira em 2009 entre Limeira e Houston Texas e Marcelo Meira em 2019 entre Limeira e São Francisco na Califórnia.
MM – Primeiramente, a viagem é mais longa e cansativa! Mas além disso hoje em dia vivemos tão perto, via redes sociais e a internet, que a mudança de ambiente já não nos choca tanto. Naturalmente, ainda tenho toda minha família em Limeira, então é sempre um prazer rever a todos nas raras ocasiões que venho para cá.
VB – Quais os projetos musicais para esse ano nos Estados Unidos?
MM – Tenho uma série de recitais em San Diego e arredores com a grande pianista Dra. Vania Pimentel.
VB- Cite 3 grandes personagens da música que fizeram a diferença na sua vida como músico.
MM – Houveram muito mais que três é claro, mas é natural que os professores da minha infância foram determinantes. Meu tio, o Luthier e artista plastico Stival Forti, apesar de não ter sido meu professor, me mostrou a ver o mundo sob uma lente artística e isso fez toda a diferença para mim.
Marcelo e Stival Forti
VB- O Chorinho é preferência musical de Marcelo Meira?
MM – Sou fã da música brasileira em geral e tocar choros é uma alegria e desafio, visto que minha formação clássica não me preparou para esse tipo de expressão musical. Há uma grande comunidade de músicos profissionais na Califórnia especializados em choros e outros estilos brasileiros, me empenho em desenvolver para poder fazer parte das rodas de choro em Oakland e Berkeley.
VB – Quem são os seus compositores preferidos?
MM – “Melhor” e “favorito” são termos difíceis de definir nesse contexto. Mozart e Brahms, um austríaco e um alemão, escreveram as melhores músicas para o clarinete, portante tenho uma parcialidade em apreciar a obra desses compositores. Dentro dos compositores brasileiros, Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Antonio Carlos Jobim tem o destaque da genialidade da música brasileira.
VB – Você voltaria a morar no Brasil?
MM – Moro no exterior por mais da metade da minha vida e acho que a readaptação seria muito trabalhosa. Me sinto muito a vontade vivendo na Califórnia e não tenho planos ou visões de saída.
VB – Marcelo Meira, já conseguiu o equilíbrio exato e a adaptação na Califórnia depois de muitos anos vivendo no Texas?
MM – Equilíbrio é sempre um trabalho em progresso, mas estou muito satisfeito com a mudança. O norte da Califórnia onde moro (San Francisco, Oakland e Berkeley) é um centro mundial de arte, cultura e intelectualidade. Me sinto afortunado em viver aqui e me arrependo de não ter vindo mais cedo.
Por Sergio