Por Osvaldo Tetaze Maia.
No mês da 21ª Copa do Mundo de Futebol, ou Fútbol, ou mesmo Football, trago uma compilação de fatos históricos que refletem exatamente o significado desse esporte, sem com isso querer ditar um paradigma único sobre o sentido desse jogo, pois como digo, não creio que haja um só conceito para sintetizar esse sentimento, mas cada um pode valorar, a seu jeito, a sua paixão pelo esporte mais praticado em todo o mundo.
– Hi, I want talk to the Commander of your side!
– Oi, eu quero falar com o Comandante aí do seu lado, gritou o Capitão Stockwell de sua trincheira no campo de batalha da primeira guerra mundial!
– Amanhã é Natal, se vocês não lutarem, nós também não lutaremos, continuo a gritar o Capitão Stockwell da Real Fuzilaria Galesa para o inimigo no outro lado do campo de batalha!
– Permissão para atirar neles Senhor, perguntou o Primeiro Sargento das tropas inglesas ao ver um alemão saindo de sua trincheira do outro lado do campo?
– Não atire, gritou o Capitão Stockwell para seu Sargento!
– Não atire, gritou novamente o Capitão agora para o inimigo alemão, nós não queremos lutar hoje e levaremos algumas cervejas para comemorar, finalizou!
A primeira Guerra Mundial havia iniciado em 28 de Julho de 1914 e ninguém esperava que durasse mais de três meses, e foi disputada entre a chamada Tríplice Entente formada pelo Reino Unido, França e Império Russo contra a Tríplice Aliança formada pela Alemanha, os Impérios Centrais da Europa e o Império Austro-Húngaro. Terminou em 11 de Novembro de 1918 como uma das piores e mais destruidoras guerras da idade moderna, título que perdeu para a Segunda Guerra Mundial na década de 40.
Já corria o mês de dezembro de 1914, e em pleno inverno Europeu a guerra que já durava mais de quatro meses mostrava-se cada vez mais voraz e aterrorizante, mas ainda havia uma esperança de que terminaria logo, pois o mundo todo estava começando a preocupar-se com os contornos daquela guerra no continente europeu.
Quase duas décadas antes, em 1897 na fulgurante Paris, um jovem advogado no início de sua carreira, com apenas 24 anos, paralelamente à sua profissão criou um dos primeiros clubes esportivos da França, o Red Star, que além de proporcionar várias atividades esportivas, admitia sócios sem distinção de classe social, pois seu criador entendia que o esporte era a única maneira de unir os povos e raças. Seu nome era Jules Rimet !
Monsieur Rimet, era oriundo de uma família de classe média da época, e seu Pai tinha um pequeno mercadinho na cidade onde nasceu e com isso conseguiu pagar seus estudos em Paris, onde se formou advogado. Ele havia determinado que o esporte principal do seu Clube Red Star seria o futebol, o qual já estava bem difundido na Europa e em boa parte do Mundo através de escolas públicas e das colônias inglesas, e já havia sido criada na Inglaterra a Football League.
A reputação do futebol na elitizada sociedade francesa da época era muito baixa, e era considerado um esporte de bandidos, de profissionais do esporte que ganhavam para jogar, fato execrado pelos esportistas da época que mantinham o espírito Olímpico de amadorismo, e também o esporte dos ingleses, o que por si só bastaria para ser banido da França!
Jules Rimet foi um amante do futebol, e podemos considerá-lo o mais apaixonado fã que esse esporte já teve, e explico: imaginem no final do século 19 na França, um francês querer impor um esporte criado e praticado pelos ingleses; além do mais, Monsieur Rimet jamais havia dado um chute em uma bola de futebol, e nunca deu em toda a sua vida, pois nunca conseguiu jogar futebol, e os únicos esportes que praticava eram a Esgrima e as corridas.
Essa é a magia do futebol!
Rimet fez mais do que implantar o futebol em seu país, tamanha a sua devoção por esse esporte, pois em 1904 criou a primeira organização para regulamentar o futebol no mundo, a Federação Internacional de Football Association, a FIFA, e tudo isso em Paris!
No começo, a FIFA tinha uma vaga pretensão de se tornar uma entidade mundial, e permitiu que o futebol se mantivesse amador para participar dos jogos Olímpicos, e aí podemos dizer que foi criada a cobra para comer o dono!
Jules Rimet comandou o futebol nos jogos Olímpicos a partir de 1904, e com o início da Primeira Guerra Mundial em 1914, todos os homens com saúde normal foram convocados, e Jules Rimet então lutou como Oficial francês e chegou a ganhar a Medalha da França Croix de Guerre, honraria destinada aqueles que bravamente combateram por seu país.
No campo de Batalha, a França e seus aliados não imaginavam uma duração tão longa da guerra, e Rimet já fazia planos para os próximos jogos Olímpicos de 1916 que seriam na Alemanha, enquanto ainda servia ao exército francês durante a guerra.
De volta aquela manhã de 25 de dezembro de 1914, em pé e fora de sua trincheira, continuava o Capitão inglês:
– Sou o Comandante aqui e quero conversar com o Comandante de vocês, gritou mais forte ainda o Capitão Stockwell, numa tentativa de mostrar controle da situação.
– Eu sou o Comandante aqui, gritou do outro lado do campo o Capitão do exército alemão, e começou a dirigir-se em direção a Stockwell e os dois encontraram-se no meio do campo de batalha, a cerca de 50 metros cada um de suas trincheiras, e tendo cada um seus pelotões na retaguarda.
Ao se encontrarem frente a frente no meio do campo, o Capitão Inglês bate continência para o alemão, que lhe rebate o gesto, e então Stockwell diz:
– Eu não estou autorizado a confraternizar assim, e aviso que meus homens poderiam abrir fogo a qualquer momento, no que o alemão respondeu:
– Minha condição é a mesma que a sua Capitão, mas será que não poderíamos dar uma trégua hoje, dia de Natal? Nós não queremos atirar hoje, vocês querem, perguntou o Capitão alemão?
Após um breve entendimento os dois concordaram em não lutar até o próximo dia pela manhã, e quando Stockwell estava retornando para sua trincheira, o Capitão alemão gritou:
– É melhor você trazer cerveja, nós temos bastante aqui.
Ato contínuo, os dois Comandantes retornaram às suas trincheiras e deram a ordem aos seus soldados: podem ir até o campo divertirem-se um pouco e confraternizar com nossos inimigos!
E aí a magia aconteceu!
Uma bola de futebol trazida pelos franceses comandados por Monsieur Rimet foi jogada para o alto, no meio do campo de batalha, o que era chamado de ‘No man’s land’ –Terra de ninguém – e um grande jogo de futebol teve início, não com onze contra onze, mas 50 ou 60 soldados de cada lado correndo atrás daquela bola, tentando fazer gols em traves demarcadas por espingardas com baionetas cravadas no solo.
Esse espetáculo bélico, como podemos chamar hoje, pode ser considerado o maior exemplo do que o futebol é capaz de fazer para unir povos, e essa não é uma fábula, por mais que tenha totais contornos de um conto de fadas, mas há historiadores que dizem que esse fato, depois que foi conhecido pelo Alto Comando de cada lado, mudou os rumos da Guerra, com cada lado querendo apagar o efeito que aquele simples jogo de futebol foi capaz de perpetrar.
Quem em sã consciência poderia levar uma bola de futebol para um campo de batalha no meio de uma guerra, perguntavam atônitos os Generais do Alto Comando dos aliados, segundo contam os historiadores!
Como não conseguiremos encontrar um único conceito para definir a paixão pelo futebol, podemos dizer também que a confraternização leva ao futebol ou que o futebol leva inevitavelmente à confraternização.
E esse era o dogma, o mantra de Jules Rimet, que entendia que somente um esporte como o futebol poderia unir os povos.
Sobre aquela partida de futebol em ‘No man’s land’, a história registra o relato de um soldado:
– A bola quando caiu na frente dos alemães, eles imediatamente largaram suas armas e começaram a chutar em direção aos nossos homens, pareciam crianças jogando com sua bola recém presenteada, e aquilo se repetiu durante todo o dia, com homens de cada lado confraternizando, trocando bebidas, alguns mal se entendiam, mas ao final todos se abraçavam, e continuava o soldado:
– Um soldado do meu batalhão, por uma enorme coincidência, encontrou o seu barbeiro alemão, que antes da guerra vivia em Londres, e o alemão fez sua barba e cortou seu cabelo em plena terra de ninguém.
O local desse evento é pouco conhecido, em parte por que os soldados não queriam que soubessem que tomaram parte dessa confraternização, por medo de represálias de seu Alto Comando, mas a história conta que foi perto da fronteira da França com a Bélgica.
Stockwell levou ainda pudim de ameixas para o encontro, uma sobremesa indispensável em qualquer casa inglesa, e pelo resto do dia não se escutou nem mais um tiro.
Na manhã seguinte ao jogo de futebol, às 08:30, o Capitão Stockwell disparou três tiros para o ar e hasteou uma bandeira escrita “Feliz Natal”. Do outro lado do campo o Capitão alemão apareceu no parapeito da sua trincheira e também disparou três tiros e gritou: A guerra recomeçou novamente!
Começou então a sinfonia dos tiros de fuzis e canhões; homens começaram a tombar. O futebol tinha sido deixado de lado!
Em 1º de janeiro de 1915 um Major inglês que não se identificou, escreveu para o jornal inglês ‘The Times’ que um Regimento inglês jogou uma partida de futebol contra os alemães no dia de Natal em um campo determinado como ‘No man’s land’ e perdeu de 3×2.
A notícia soou como se fosse uma bomba jogada em cima do Big Ben! A imprensa inglesa da época começou a comentar sobre as mais diversas teorias, mas ninguém questionou como foi possível realizar uma partida futebol em pleno campo de guerra, somente analisaram o resultado do jogo e questionaram como pode um time inglês perder para um time alemão?
Óbvio que não houve resultado algum, pois foi uma grande pelada de futebol em meio a uma guerra, mas o simbolismo do resultado para os ingleses, parece que significava mais que perder a guerra! Contam que um dos tablóides sensacionalistas dos ingleses estampou na capa de seu jornal:
“Inglaterra perde para Alemanha por 3×2 em uma partida amistosa de futebol nos campos de batalha da França, e por sorte não houve pênaltis”, em uma clara alusão de que os pênaltis poderiam ser o pelotão de fuzilamento, pois havia uma charge de um soldado num paredão de fuzilamento na capa do jornal.
A história conta que o alto comando dos dois lados ficou enfurecido com a notícia do jogo de futebol e da ‘trégua’, e uma ordem foi enviada a todos os pelotões nos ‘fronts’ de guerra: “aquele que for pego confraternizando ou jogando futebol com o inimigo poderá ter que enfrentar o pelotão de fuzilamento”!
O “Christmas Truce” (A ‘Trégua de Natal’) é significante porque aconteceu uma só vez, e é considerada pelos historiadores como um último e desesperado ato humanitário antes daquela guerra mostrar ao mundo as atrocidades de um conflito mundial. Esse episódio foi esquecido por mais de cinqüenta anos, até que na década de 60 foi rememorado nos Teatros da Inglaterra com o Espetáculo “Oh, What a Lovely War”, um sucesso de bilheteria e virou filme inclusive na França com o título “Joieux Noel”.
A expressão mais clara e emocionante desse episódio foi eternizada por Paul McCartney em sua canção ‘Pipes of Peace’ no vídeo clip de 1983 –, uma obra prima que celebra a Trégua de Natal de 1914.
Na França e na Bélgica hoje existem memoriais nos locais onde os eventos ocorreram e anualmente são levadas flores e bolas de futebol em homenagem ao “Christmas Truce” de 25 de dezembro de 1914.
Memorial em homenagem ao jogo de futebol em ‘No man’s land’ (Terra de ninguém) em 25/12/1914, e o “Khaki Chumi Memorial Cross” em St. Yvon, Bélgica, que foi erigido para recordação da Trégua de Natal na Primeira Guerra Mundial.Paradoxalmente, a guerra havia mostrado que o futebol já seria um jogo mundial. Soldados Ingleses e Alemães haviam jogado futebol na Terra de Ninguém no dia de Natal de 1914, pois mesmo com o ambiente hostil da guerra, um lampejo de humanidade ainda brilhava!
E assim podemos dizer que muito antes da famosa excursão do Santos à África na década de 60, onde duas guerras foram sistematicamente suspensas por um dia inteiro para que o Santos de Pelé pudesse fazer dois jogos amistosos, na Nigéria e no Congo, o futebol já havia suspenso também uma das maiores guerras mundiais da idade moderna.
É bem verdade que os episódios do Santos de Pelé, diferentemente do ‘Dia da Trégua’, foram previamente agendados com os Chefes de Estado dos dois países que estavam em guerra civil interna, e a ordem de suspensão dos conflitos durante o período em que a equipe ficaria em cada país, foi rigorosamente obedecida por todos, inclusive pelos rebeldes que lutavam contra os governos da época.
Em um dos jogos, no Congo, a idolatria a Pelé era tanta, que até o Presidente do país na época foi ao estádio para assistir ao jogo, por mais que seus Generais o desaconselhassem pelo risco de uma revolta dos rebeldes que estavam contra o seu governo e que também estariam por lá, e naquele jogo Pelé sofreu tanta falta e o juiz não apitava nada, que em determinado momento após mais uma falta sem marcação pelo juiz, Pelé sentou-se no gramado e o resto do time também se sentou.
Criado o tumulto, após cinco minutos de paralisação, o juiz é chamado na lateral e alguém dá uma ordem de que se ele não apitasse as faltas contra o Pelé, seria fuzilado após o jogo. Era uma ordem direta do Presidente do país. O Santos ganhou a partida e Pelé e a equipe do Santos não sofreram nenhuma falta mais!
De uma forma ou de outra, a magia do futebol também estava presente, então como encontrar um único significado para tamanha paixão, ou um só conceito para definir esse esporte?
Monsieur Rimet, após a repercussão que gerou aquele jogo de futebol no natal de 1914, saiu da guerra mais convencido ainda de que esse seria o esporte que uniria os povos e nações, e ali podemos dizer que foi plantada a semente do que é hoje o maior evento esportivo do planeta, a Copa do Mundo de Futebol.
Com o fim da guerra em 1918, Jules Rimet retornou às suas atividades e em 1919 foi eleito presidente da Federação Francesa de Futebol, mas o seu objetivo principal era fazer a primeira Copa do Mundo de Futebol.
Rimet sabia que as rivalidades entre os países conflitantes ainda estavam muito acesas, e que seria difícil unir as várias potências envolvidas no conflito para um torneio mundial de futebol, mas mesmo assim, Rimet tentou utilizar o futebol esporte como meio de diplomacia entre os países que estavam anteriormente em guerra.
Em 1º de março de 1921, Rimet foi eleito presidente da FIFA com o objetivo principal de realizar uma Copa do Mundo. Os Jogos Olímpicos de Paris, realizados em 1924, reforçaram a sua defesa do caráter diplomático do esporte e um meio de difusão dos princípios de paz e confraternização e durante a competição, o futebol apresentado pela equipe do Uruguai encantou os espectadores e mostrou também que já havia paixão pelo futebol na América do Sul.
Foi aí que Rimet percebeu que poderia ser nesse país o local para a realização da Primeira Copa do Mundo, e nunca poderia estar mais certo, pois o longínquo Uruguai tornou-se Campeão Olímpico de Futebol em 1924 na França e em 1928 na Holanda, e foi o primeiro Campeão de uma Copa do Mundo de Futebol, em 1930 em seu próprio país. Depois ainda voltou a ser Campeão do Mundo em 1950, no que é chamado até hoje a ‘tragédia do Maracanã’.
A realização da primeira Copa do Mundo não poderá ser jamais igualada em termos de dificuldades e entraves políticos, burocráticos e logísticos, como podemos imaginar em uma época onde transporte e comunicação quase não existiam, e viagens além mar, somente de navio.
Assim, em 1925, Monsieur Rimet encontrou-se com o embaixador uruguaio em Genebra, na Suíça. O uruguaio gostou da idéia apresentada pelo francês de que o país sul-americano poderia sediar a primeira Copa do Mundo, todavia, precisaria antes convencer os demais membros da FIFA a realizar o evento e escolher o Uruguai como sede.
Para o convencimento dos dirigentes, havia o desafio de realizar um projeto muito bem estruturado, principalmente no aspecto financeiro, que não causasse prejuízos à FIFA. Rimet organizou a formação de uma comissão, composta com o intuito de elaborar o projeto para a realização do evento.
Apresentado em 26 de maio de 1928, ele estipulava que, para a realização da Copa do Mundo, seria dada uma garantia financeira pelo país organizador, que consistia no pagamento das despesas de viagem e estadia dos participantes da competição.
Entre os países que disputaram a eleição para ser o país-sede, estavam Hungria, Itália, Holanda, Espanha, Suécia e Uruguai (o escolhido). Pesou a favor do Uruguai principalmente o fato de ter sido bicampeão olímpico em 1924 e 1928 e por estar comemorando, em 1930, o centenário de sua independência.
Para a competição, o Estado uruguaio inclusive construiu um imenso estádio de futebol para receber as partidas mais importantes da competição. Com 108 mil lugares, o estádio Centenário foi o palco da grande final entre os rivais Argentina e Uruguai e o país sede venceu por 4 a 2 a rival Argentina.
No mês da 21ª Copa do Mundo de Futebol, a anfitriã Rússia está totalmente preparada para receber o maior evento esportivo da terra, portanto, nada mais apropriado do que relembrar a seu significado no cotidiano das pessoas.
A bem da verdade, em um mundo altamente tecnológico e com a maciça comunicação através das mídias sociais, sobre futebol não faltarão notícias, comentários, transmissões, enfim, mesmo aqueles que não forem assistir ao vivo, desde suas casas ou de qualquer lugar do mundo poderão sentir-se como se estivessem nos estádios russos.
E porque o futebol tornou-se o esporte mais adorado no mundo? Talvez isso nunca tenha um conceito unânime, tamanho o número de respostas que poderão ser aplicadas à essa questão, certo é que, independente das razões de cada resposta, o futebol consegue mexer com o sentimento humano como nenhum outro esporte é capaz.
Mas o futebol não é paixão de cem por cento dos humanos, o que é certo também, mas aqui não se trata de discutir sobre isso, mas sim de exaltar o esporte como um todo, fazendo uma reflexão de que foi criado na Inglaterra no século 19, e há décadas é o mais praticado no planeta, e muito disso devido á um homem que nem sequer sabia dar um chute em uma bola, mas que era um dos seus maiores admiradores e incentivadores, e previu o seu fascínio tornando possível essa gigantesca confraternização mundial que é hoje uma Copa do Mundo.
A cada quatro anos pode-se dizer que o mundo ‘para’ para ver o futebol, ou pelo menos grande parte da população mundial, mas como e porque essa paixão por esse esporte é tão marcante assim? De novo, não há um conceito único, uma resposta única!
Existem no mundo hoje cerca de 300 milhões de jogadores de futebol registrados na FIFA, e a comercialização do esporte atingiu níveis globais jamais antes visto, gerando receitas e quantidade de fãs inimagináveis há 60 ou 70 anos, demonstrando o que Monsieur Rimet sempre acreditou, que o futebol seria e é hoje o esporte que mais aproxima os povos.
Na Inglaterra do século 19 é onde tudo começou a ser regulamentado nesse esporte, por mais que sabemos que na antiguidade também praticavam alguma coisa parecida com o futebol, mas nada comparado com o que é hoje, e já em 1848, a Universidade de Cambridge já havia elaborado as regras do jogo, e enfatizava a destreza e habilidade acima da força, proibindo agarrar a bola com as mãos e as entradas duras no adversário, diferentemente do conceito do ‘Rugby’ que era o esporte mais popular na época.
Mas foi em 1863, após vários anos de tentativas de modificarem as regras do ‘Rugby’ , houve uma distensão entre os dirigentes da época e foi fundada a ‘The English Football Association’ , a primeira Associação Inglesa de Futebol, criando o jogo que conhecemos hoje e que sofreu pouquíssimas modificações, comparado com o tempo em que está sendo praticado regularmente.
Apenas oito anos depois a ‘EFA’ já contava com 50 clubes países membros, e a primeira competição mundial, a ‘FA CUP’ aconteceu no mesmo ano. Antes de se ouvir sobre o futebol na Europa, já aconteciam partidas internacionais na Grã-Bretanha, e a primeira delas foi em 1872, entre Inglaterra e Escócia.
No Brasil foi criada a Confederação Brasileira de Futebol em 1919 quando o esporte já era adorado por aqui, trazido por Charles Miller, um paulistano nascido no Brás e filho de ingleses que foi estudar aos nove anos na Inglaterra, e que ao retornar ao Brasil em 1894 trouxe na bagagem a primeira bola de futebol e um conjunto de regras. Hoje podemos considerá-lo como o ‘Pai’ do Futebol no Brasil.
O Brasil é o único país que disputou todas as Copas do Mundo até agora, sendo vencedor em cinco ocasiões, e o futebol é como se costuma dizer, a segunda religião do brasileiro, onde a única posição que é aceita é o topo do pódio, por mais que tenhamos que conviver com a evolução do futebol nos quatro cantos do mundo, o que vem tornando cada vez mais competitivo esse esporte, no Brasil ninguém lembra do ‘vice-campeão’, muito menos se for a sua própria seleção de futebol.
Nessa Copa da Rússia, uma vez mais nossa seleção vai como favorita, independente dos resultados das últimas copas, mas sempre seremos os principais rivais de qualquer seleção mundial.
Quanto aos anfitriões Russos, muito também se espera, principalmente seu povo, vez que irão apresentar uma das maiores estruturas de estádios de todos os tempos, e a Rússia será uma festa só, assim como tem sido em todos os mundiais, desde que Monsieuer Rimet idealizou esse evento.
Um passeio pela Internet pelos 12 Estádios Russos que sediarão jogos da Copa, também poderá satisfazer à nossa curiosidade.
Uma ‘visita’ aos mundiais desde 1930 pode ser feita hoje pela Internet através de seus cartazes promocionais.
Desde 1966 na Inglaterra, a FIFA instituiu os Mascotes de cada Mundial, e esses personagens tornam-se o símbolo de cada Copa do Mundo ajudando a difundir ainda mais o espírito esportivo do evento.
Dentre as inúmeras fontes sobre o episódio da ‘Trégua de Natal’ na Internet, destacamos algumas:
Vídeo do ‘clip music’ de Paul McCartney – ‘Pipe of piece’, uma obra prima que celebra a Trégua de Natal de 1914.
https://www.independent.co.uk/news/people/profiles/jules-rimet-the-man-who-kicked-off-the-world-cup-481145.html
https://www.theguardian.com/world/2014/dec/16/truce-trenches-football-tales-shot-in-dark
https://www.linkedin.com/pulse/merry-christmas-world-war-i-truce-december-1914-cruz
No final desse link acima tem uma Carta que um soldado inglês enviou a sua irmã contando o episódio de 25/12/1914. – The story of the Christmas Truce of World War I, told here in the form of a letter from a brother to his sister: Christmas Day, 1914
https://en.wikipedia.org/wiki/Oh!_What_a_Lovely_War
http://bikpek.com/futebol-selecao-uruguai-celeste-olimpica/