ALTHEA GIBSON, DO HARLEM A WIMBLEDON!

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Por Osvaldo Tetaze Maia

Althea Gibson com o famoso troféu Venus Rosewater Dish que ganhou no seu primeiro título em 1956 em Wimbledon.

Quando escrevo, algumas de minhas crônicas me tornam emotivo ao ponto de correr lágrimas enquanto digito, às vezes por ficar imaginando ou me ‘transportando’ para o local dos fatos, ou algumas vezes por lamentar as ‘barbaridades’ ou atrocidades de algum evento ou época.

Bem, esta é uma dessas crônicas que te fazem querer voltar no tempo, levar as informações atuais e poder mudar a história, como no filme ‘Back to the Future”, mas temos que nos conformar e esperar que tais circunstâncias nunca mais ocorram.

Estamos no mês do “US OPEN”, o Torneio de Tênis Aberto dos Estados Unidos, um dos chamados quatro “Grand Slam”, o último do ano, após o da Austrália em Janeiro, Roland Garros, na França em Maio, Wimbledon em Londres, em Junho.

Este ano, o ‘Aberto dos Estados Unidos’ estará distribuindo US$ 58 milhões de dólares em prêmios, ou seja, em apenas 15 dias de torneio, podemos dizer que é, proporcionalmente ao curto período do torneio, o evento esportivo que mais distribui premiações em dinheiro no mundo.

Uma comparação pode ser feita através do site https://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/os-dez-maiores-premios-esportivos-do-mundo/.

Complexo de Tennis do US OPEN em New York

Estádio “Arthur Ashe”, o maior do mundo, em homenagem ao primeiro tenista norte-americano negro que foi escalado para disputar a Copa Davis por seu país.

Arthur Ashe em jogo contra Jimmy Connors

O primeiro Torneio “US OPEN” de Tênis ocorreu em Agosto de 1881, quatro após o lançamento do ‘Aberto de Londres, nas quadras de Wimbledon’ em 1877, e neste ano de seu 138º aniversário, a “USTA-United States Tennis Association” – Associação de Tênis dos Estados Unidos, irá render uma das mais merecidas (e devidas) homenagens a uma esportista, a Primeira Tenista negra da história do esporte, a Norte americana Althea Gibson.

Na segunda-feira, 26 de agosto, nas comemorações do “Women’s Equality Day” – Dia da Igualdade Feminina – a “USTA” inaugurou uma estátua em bronze em tamanho natural de Althea Gibson, a primeira mulher negra campeã que quebrou a barreira da cor no tênis. A estátu recebeu um lugar de honra nos arredores do Estádio Arthur Ashe, no Centro Nacional de Tênis Billie Jean King, da USTA, que honrará para sempre o legado de uma mulher que transcendeu um esporte e se tornou um verdadeiro ícone americano, e agora mundial.

Estátua de Bronze de Althea Gibson no complexo do US OPEN em New York

Althea Gibson nasceu em Silver City, na Carolina do Sul em 25 de agosto de 1927, e já na infância ela desenvolveu sua paixão pelo esporte. Seu grande talento era o tênis de mesa e com 13 anos já era imbatível nas mesas, e aos 15 anos já vivendo em New York com a família começou a praticar tênis.

Na década de 1940, Althea se mudou com sua família para o Harlem, um bairro de Nova York, para fugir da segregação racial na Carolina do Sul, ainda muito mais marcante naquela época. Sua família teve muitas dificuldades e lutou para sobreviver, vivendo com assistência pública por um tempo, e Althea teve que se esforçar ao máximo na escola, já que adorava praticar esportes, especialmente tênis de mesa, e ela logo se tornou conhecida como campeã local de tênis de mesa.

Entretanto, Althea continuou jogando, e vencendo, até que suas habilidades não puderam mais ser negadas, e ela abriu uma nova trilha no tênis, conquistando alguns dos maiores títulos do esporte nos anos 50 e também quebrou barreiras raciais no golfe profissional, todavia, nos anos 1940 e 1950 nos Estados Unidos, não existiam torneios de tênis que permitissem a participação de negros, somente entre os próprios afro-descendentes.

Quadra de Tênis nas ruas de Harlem, década de 1940/50

Suas habilidades acabaram sendo notadas pelo famoso músico da época, Buddy Walker, que a convidou para jogar tênis nas quadras públicas do Harlem, e depois de ganhar vários torneios organizados pelo departamento de recreação local, Althea foi levada ao Harlem River Tennis Court em 1941.

Incrivelmente, apenas um ano depois de pegar uma raquete pela primeira vez, ela ganhou um torneio local patrocinado pela American Tennis Association, uma organização afro-americana criada para promover e patrocinar torneios para jogadores negros.

Althea ganhou mais dois títulos da ATA em 1944 e 1945, e então, depois de perder um título em 1946, ganhou 10 campeonatos consecutivos de 1947 a 1956, e tal sucesso no tênis nos torneios da ATA, preparou o caminho para ela freqüentar a Florida A & M University em uma bolsa de estudos esportivos.

Althea Gibson com 19 anos

Althea se formou na Universidade em 1953, mas foi uma luta para ela sobreviver, pois chegou a pensar em deixar o esporte para se juntar ao exército dos EUA. Boa parte de sua frustração tinha a ver com o fato de que grande parte do mundo do tênis estava fechado para ela. O esporte dominado por brancos e gerenciado por brancos foi segregado nos Estados Unidos, assim como o mundo ao seu redor.

Não existiam na época torneios em que os tenistas negros pudessem jogar com tenistas brancos, e o segregacionismo que imperou até a segunda metade do século XX, é uma das grandes ‘cicatrizes’ do povo norte-americano que, talvez, jamais possam desaparecer.

Para treinar, Althea tinha que esperar as quadras públicas fechar à noite para então poder praticar com alguns amigos o seu esporte preferido.

A virada veio em 1950, quando Alice Marble, ex-tenista número 1 do mundo, escreveu uma matéria na revista American Lawn Tennis, criticando seu esporte por negar um jogador do calibre de Althea para competir nos melhores torneios do mundo. O artigo de Marble chamou a atenção, e em 1950 permitiram que ela

disputasse seu primeiro US OPEN, e em 1952, apenas um ano depois de se tornar a primeira jogadora negra a competir em Wimbledon, Gibson era uma das 10 melhores jogadoras dos Estados Unidos, e chegou a número 7 em 1953.

Alice Marble ao criticar a Associação Norte-Americana de tênis declarou: “Se Althea Gibson representa um desafio aos tenistas atuais, então é justo que esses tenistas tenham a oportunidade de enfrentá-la nas quadras”!

Simples assim, e com a comoção que gerou as declarações da Tenista Nº 1 do Mundo, foi permitido em 1950, que Althea então começasse a participar de torneios junto com ‘tenistas brancos’, porém, com algumas ‘pequenas’ restrições, segundo a Associação de Tênis!

Althea não podia utilizar as dependências do complexo tenístico onde estivesse participando com brancos, nem usar os refeitórios e vestiários, e teria que entrar pela porta dos fundos dos estádios, ir diretamente para as quadras, jogar sua partida, e sair imediatamente do complexo novamente, pela porta dos fundos!

Alguém consegue imaginar uma situação dessas sem revoltar-se?

Althea entrando pela primeira vez para disputar o US OPEN ao lado da ex-jogadora de tênis e Nº 1 do mundo, Alice Marble

Nem essas bestialidades da época conseguiram ofuscar o brilho dessa Atleta, e em meio a uma série de vitórias, Althea Gibson fez história como a primeira tenista negra a competir ambos os campeonatos nacionais dos EUA (1950) e Wimbledon (1951), e venceu em simples e duplas femininas em Wimbledon, em 1957, e venceu o US OPEN em 1958, sendo ainda a primeira atleta negra a ganhar Roland Garros, em 1956, e ainda foi eleita atleta feminina do ano pela Associated Press em 1958.

Em Roland Garros, 1956

Recebendo o troféu da Rainha Elizabeth, em Wimbledon, 1957

Campeã de Duplas em wimbledon

Em 1955, Gibson e seu jogo foram patrocinados pela United States Lawn Tennis Association, que a enviou ao redor do mundo em uma turnê do Departamento de Estado que a viram competir em lugares como Índia, Paquistão e Birmânia. Medindo 1,81 m de altura, e possuindo excelente poder e habilidade atlética, Gibson parecia destinada a grandes vitórias.

Por um curto período, a talentosa e atlética Althea Gibson voltou-se para o golfe, tornando a fazer história, pois novamente foi a primeira mulher negra a competir no circuito profissional, mas, não conseguindo vencer o rumo que tinha nas quadras, acabou voltando ao tênis. Em 1968, com o advento da era Open de tênis, Gibson tentou repetir o seu sucesso passado, mas já estava com 41 anos e muito lenta para as tenistas jovens da época.

Após sua aposentadoria, em 1971, Althea Gibson foi introduzida no Hall da Fama do Tênis Internacional, e permaneceu conectada aos esportes, atuando por dez anos como Comissária dos Esportes em New Jersey, e taambém foi membro do conselho do governador em condicionamento físico.

Althea Gibson em Wimbledon

Capa da “Time” na década de 1960

Mas assim como sua infância havia sido dura, os últimos anos de Gibson foram dominados por dificuldades. Ela quase faliu, mas a ex-tenista Billie Jean King e Chris Evert entraram em ação para ajudá-la. Sua saúde também entrou em declínio, e ela sofreu um derrame e desenvolveu sérios problemas cardíacos. Em 28 de setembro de 2003, Althea Gibson morreu de insuficiência respiratória em East Orange, Nova Jersey.

O tênis é, naturalmente, um esporte individual, mas talvez ninguém nunca tenha estado tão sozinho em uma quadra de tênis como Althea Gibson. Ela era uma pioneira de grande talento e maior coragem. Ela foi a primeira de sua carreira a competir em um nível tão alto, e ser a primeira – em qualquer coisa – nunca é uma tarefa fácil. Ela sonhou e se atreveu com igual convicção, e por causa disso, ela se tornou um ícone do esporte mundial.

Hoje em dia poderíamos dizer simplesmente, que todos os jogadores afro-americanos que se seguiram devem a Althea Gibson uma dívida de gratidão, todavia, a perspectiva é bem mais ampla, pois muito antes de afro-americanos e mulheres florescerem em campos tão diversos como medicina e direito e ciência e política, letras e artes, havia essa jovem, abençoada com notável talento e ainda com a mais notável coragem, e que ousou dizer: “Eu sempre quis ser alguém”!

Em apenas oito (8) anos de carreira com Tenista, Althea Gibson ganhou 58 títulos, sendo 11 Grand Slam.

Na era moderna do Tênis, nas duas últimas décadas, duas irmãs negras se destacaram como duas das melhores tenistas de todos os tempos, Venus e Serena Williams, com Serena ganhando 96 títulos, até agora, sendo 23 Grand Slam, totalizando 92 títulos em sua carreira, incluindo uma Medalha de Ouro Olímpica em Londres, 2012.

A irmã mais velha, Venus Williams também já foi número 1 do mundo e detém 7 títulos de simples em Grand Slam, mais 14 de duplas com sua irmã Serena, e as duas nunca perderam uma final de duplas jogando juntas, além de 22 títulos de simples da WTA.

Serena Williams

Venus Williams

Da nova geração de tenistas negras norte-americanas destacamos Coco Gauff, que com apenas 15 anos completados em março deste ano, já integra a lista das tenistas 100 melhores tenistas do mundo, e foi a Nº 1 Júnior em 2018.

Coco Gauff, a nova promessa do Tênis mundial

Da Rua 143 no Harlem até a Quadra Central de Wimbledon é tão longe quanto a vontade de alguém viajar

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Por Osvaldo Tetaze Maia

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BIOGRAFIA ****** Sérgio Lima, ex-jogador profissional de futebol, natural de Campos dos Goytacazes, começou sua carreira no Americano onde jogou em todas as categorias e foi campeão Estadual no ano de 1969. Em 1970, transferiu-se para o juvenil do América do Rio, tornando-se artilheiro da Taça Guanabara de 1973 e vice-artilheiro brasileiro Carioca de 1973. Em 1974, sua história foi ilustrada luxuosamente com o Internacional de Porto Alegre, Hexa Campeão Gaúcho invicto. Em 1975, formou um excelente time do Guarani de Campinas, com grandes jogadores, Ziza, Amaral,Renato, Miranda, Davi, Alexandre Bueno, Edinaldo, Erb Rocha, Sergio Gomes, Hamilton, Rocha. que foi base do Campeão em 1978. Em 1976, transferiu-se para o futebol mexicano onde ficou por 8 anos: Club Jalísco, e Atlas Fútbol Club ambos da cidade de Guadalajara, Morélia da cidade de Morélia, Michoacan e Union de Curtidores da cidade de Leon, Guanajuato. Em 1984, retornou ao Brasil para o Botafogo do Rio. ****** Em 1985 foi contratado pelo Cabofriense, da cidade de Cabo Frio,estado do Rio, onde encerrou sua carreira. Presente em Guadalajara na Copa do Mundo 1986 no México, trabalhou como comentarista esportivo na rádio local chamada "Canal 58" de Guadalajara. Após a copa do Mundo de 1986, começou sua trajetória de 30 anos, nos Estados Unidos da América,, onde foi convidado pela Universidade de Houston Texas, através do seu responsável o excelentíssimo Professor Franco para participar como instrutor do “Cugar Soccer Summer Camp” durante duas semanas. Na sequência, depois de várias participações, em diferentes Soccer Camps no Texas, fundou, oficializou e legalizou a Brazilian Soccer Academy com o apoio espetacular do grande amigo Skip Belt. Com experiência de muitos anos dentro do campo, passou conhecimento e os fundamentos básicos do futebol do Brasil para um número incontável de jovens americanos. ****** Convidado pelo consulado Mexicano, idealizou e apresentou o projeto Houston Soccer After School Program para City of Houston Park and Recreation em 1994, para benefício de crianças e jovens entre 6 a 17 anos. Isso ocorreu na área metropolitana da cidade, onde concentrava a grande maioria de crianças e jovens negros e mexicanos, na época estavam com extremo e grande problema social que os envolvia com drogas e as abomináveis gangues. Desafio aceito, e o programa foi desenhado, aproveitando a infraestrutura dos Parks da cidade. O passo a passo foi dividido em três fases básicas: 1 - Criou-se liga em cada Park, onde havia jogos entre eles. 2 – Todos os meses havia Torneios entre todos os Parks. 3 - Criou-se seleções para jogarem contra jovens das outros áreas, e diferentes estados, sempre cuidando com os mínimos detalhes dos dispositivos e ensinamentos básicos do respeitado futebol do Brasil, para atrair e motivar a todos. O requisito principal era estar e manter boas notas e presença na escola, para desfrutar dos benefícios, recebendo gratuitamente todos os materiais de primeira linha doados por um conhecido patrocinador. Finalmente, aos 17 anos tinham a oportunidade de receber uma bolsa de estudos para ingressar em uma universidade americana. Foi apresentado e aprovado e Sérgio se transformou em funcionário público da cidade de Houston por 17 anos, até a sua aposentadoria. Muitíssimos jovens foram beneficiados pelo programa mudando radicalmente suas vidas, as drogas e gangues desapareceram. Sérgio fez o curso de treinador da Federação Americana de Futebol, recebendo a "Licença National B' e assumiu como Coach principal da South Texas Soccer Select Team Open Age From 1994 to 1996, tornando-se o primeiro treinador brasileiro e negro "Afrodescendente" a dirigir a Seleção do Sul do Estado do Texas. ****** No ano de 1992, Fundou o Jornal Vida Brasil Texas, tornou-se editor, onde ficou por 28 anos, sendo 24 anos impressos e os últimos 4 anos digital em português. Fundou em 2004, a Revista Brazilian Texas Magazine, é seu Editor . A revista até 2015 foi impressa, em 2016, passou a publicação digital em inglês. ****** 1 - Compositor, teve participação do CD Brasil Forever 1997 da Banda brasileira no criada no Texas em 1993 com finalidade de promover a cultura do Brasil. Banda “Atravessados de Houston” – Texas, com tiragem de 10 mil CDs. Sérgio Lima teve a participação com 10 músicas 8 autorais e mais duas com parcerias. 2 - Compositor da música “I Love Rio”, escrita e inglês em homenagem ao Rio de Janeiro, com a luxuosa interpretação da excelente Elicia Oliveira em ingrês (Está disponível no YouTube). https://www.youtube.com/watch?v=l39hfwOkyYU&t=18s ****** Representou a comunidade brasileira do Texas na I Conferência “Brasileiros no Mundo”, realizada em maio de 2008, com uma extrema característica acadêmica. ****** A II Conferência “Brasileiros no Mundo”, realizada em outubro 2009, se desenvolveu com uma acentuada conotação política, tornando, em certos momentos, o diálogo tenso, desconfortável e, até certo ponto, cansativo, devido à falta de elasticidade de algumas lideranças, acostumadas, creio, a pontuar e determinar o rumo das conversas e decisões, em suas áreas ou comunidades no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, de iniciativa da Fundação Alexandre de Gusmão – FUNAG, órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores – MRE. ****** Sérgio criou o espaço Brasil especial na Biblioteca central da cidade de Houston e conseguiu doações de livros de algumas instituições das comunidades brasileiras de outros estados americanos para compor o espaço. Recebeu o Prêmio Brazilian International Press Ward, por 3 vezes, em reconhecimento pelos trabalhos como editor do Jornal Vida Brasil Texas em português, e revista Brazilian Texas Magazine em inglês – 2011. ****** ORIGINAL ARTICLE “AFRO DECENDENTES NA MÍDIA BRASILEIRA”. You are a winner for the 15th Annual Brazilian International PRESS AWARDS. Your outstanding performance and contribution for the Brazilian Culture was recognized by the Media and Cultural Leaders of the Brazilian Community in the United States. Join us for the 15th celebration of the Brazilian Cultural presence in the U.S. The Award Ceremony will be held at the Cinema Paradiso • Fort Lauderdale May 3rd 2012.

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