Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre
Por Ariel Seleme
Nas férias de fim do ano de 2009, já no Estado de Connecticut, paramos em Sandy Hook. A cidade é minúscula, pouco mais de duzentas casas arranjadas na parte baixa de um pequeno vale. O centro do lugarejo é cortado por riacho, que corre em cima de pedras claras.
Fonte foto – Wikipedia, the free encyclopedia – Sandy Hook post office and dam, from a postcard sent in 1914
20 crianças foram fuziladas por um doente mental portando armas automáticas e modernas. Na frente das casas enlutadas, pequenos animais de pelúcia, flores e cartazes. Os bichinhos de pano, sujos de chuva e lama e as flores murchas ampliavam o ambiente mórbido da cidade. As casas fechadas, com cortinas corridas nas janelas, indicavam a dor e o sofrimento profundo das famílias nas vésperas do Natal. “Nessas horas é até difícil acreditar em Deus” – comentou um transeunte.
Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre – Policiais chegam à escola após o tiroteio
A besta humana, Adam Lanza, tinha 20 anos e era reconhecidamente doente mental. Diferente de outros doentes mentais, Adam tinha acesso a armamento de grosso calibre e praticava tiro com a mãe, que, também, foi assassinada pelo filho. Ao percorrer o lugarejo escutei o som do silêncio, do luto. Pessoas falando em voz baixa, de cabeças baixas. O riacho correndo nas pedras produzia som de lamento, como o choro sufocado pelo espanto e terror. Os bichinhos de pelúcia, espalhados pelas ruas e borrados com a chuva, pareciam chorar.
Na porta da escola, palco do massacre, mais flores e cartazes. Vendo retratos das vítimas li um cartaz em inglês que, traduzido, dizia algo assim: “A morte é o fim do futuro. Quantos futuros lindos terminaram, quantas vidas plenas acabaram. A semente não germinou, mas consigo ver os belos frutos que viriam… gun control now!
Fonte Video – https://www.google.com/search?q=Sandy+Hook+(Connecticut)&rlz=1C1GCEA_enBR756BR756&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=SbMMdHXLFYckiM%253A%252CmtwvUsNv5UKSoM%252C%252Fm%252F02pky65&vet=1&usg=AI4_-kQDtyampy8kmCmv4D5YR_2hrqnKQA&sa=X&ved=2ahUKEwj9-NWV3_jjAhVFGbkGHYCeA-EQ_B0wE3oECAoQAw#imgrc=8_yVpuhShZoKkM:&vet=1 –
Hoje foi em El Paso. Segundo o senador democrata, Bernie Sanders, da tragédia de Sandy Hook até El Paso foram 248 tiroteios promovidos com metralhadores, que na maioria dos países do mundo são de uso exclusivo de forças armadas.
Fonte foto – TheAlphaWolf/Wikipedia – Fuzil AR-15 semi-automático
O tiroteio de El Paso traz algo bem mais preocupante: o ódio racial contra latinos. Terrorismo doméstico. Outro fato triste, no tiroteio de El Paso, foi que muito dos feridos correram para casa e não para um hospital.
Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre – Panorama de El Paso, sede do condado
Medo de deportação. Os EUA é uma sociedade desenvolvida e moderna. Hoje, preparam para mandar o homem à Marte. Tem tecnologia para desenvolver leis e métodos de controle de armas. Talvez no mundo só Israel tenha tanta arma por habitante como os EUA. Lá não tem tiroteios em escolas ou em supermercados, lá tem controle.
Fonte foto – Wikipédia, a enciclopédia livre – Jerusalém – Israel
Por Ariel Seleme
Vice Consul
Embaixada do Brasil em Onduras