Por Sergio Lima.
Jerê? É um ser humano genial e diferenciado, jogava muito, fazia o jogo fácil, não complicava, depois da linha do meio campo, flutuava, elegantemente com passadas largas, hábil, inteligencia e íntimo como ninguém da redonda, era mortal, aos arredores da grande área, ou dentro dela. Seu chute era certeiro, e as cabeças sempre terminavam em gol. Jerê, era craque. Jerê, era sutil, surgia de surpresa de várias vertentes dentro da área, e isso se transformava sempre, em um belo gol.
Jeremias, “O Bom” Conte sua belíssima história.
Sou Jorge da Silva Pereira, conhecido no futebol por JEREMIAS. Sou de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, onde nasci, na Ititióca, uma localidade do bairro Cubanco, no dia 22/04/1949. Morei até os 6 anos de idade, na rua São José, sendo que minha família, mudou – se para o bairro Venda da Cruz em São Gonçalo.
Comemoração dos 68 anos. Neto Rodrigo, Filha Andreia, Filho Thyhago, Jerê, Neta Gabriela, Neta Nicole e Filho Sylvinho.
Jogava de volante e era artilheiro do time. Como não poderia jogar campeonato em Niterói, ao completar 15 anos, o treinador do Manufatora, me encaminhou pra realizar um teste no América do Rio. O treinador conhecido por Bandolin, não teve dúvidas em me encaminhar. Fiz somente 02 rápidos treino e 20 minutos em um amistoso e fui logo federado. Era novembro de 1964. Joguei 1965, 1966 no infantil e em 1967, joguei no infantil e juvenil. Em 1968, joguei juvenil e no final do campeonato o treinador do profissional Flávio Costa, solicitou minha ida para o plantel.
Tive sorte de contar com os treinadores : Brandãozinho, Washington Ribeiro e Moacir Aguiar na base, além de encontrar no time principal jogadores que haviam jogado comigo na base, mesmo eles sendo um pouco mais velhos. Meu primeiro jogo no time de cima foi um amistoso contra o Flamengo no Estádio Caio Martins em Niterói. 2 x 2 foi o resultado.. Depois de alguns amistosos, tive a felicidade de jogar meu primeiro jogo oficial, contra o Flamengo no Maracanã pelo Carioca de 1969, e 0 x 0 foi o placar.
Joguei bem e ao lado do Melhor jogador do América de todos os tempos Eduzinho, aí foi fácil. Em 1970 veio Otto Gloria, para trinar o América e foi mais um excelente ano.
Em 1971, já com o grande mestre Zizinho no comando do América, fui convocado pra Seleção Carioca, treinada por Paraguaio, que era treinador do Botafogo.
Ainda em 1971, a pedido de Zagalo, fui vendido ao Fluminense. Fui campeão Carioca em 1973 pelo Fluminense.
Retornei ao América no Brasileirão de 1973, e o América tinha um excelente time.Em muitos jogos no ataque com Edu, Sérgio Lima, Expedido. Como era dono do meu passe, fui convidado, por um amigo do bairro, o senhor LUIZ RIBEIRO, pra jogar em Portugal, através de outro amigo José de Barra Mansa. Isto era maio de 1974, e fui pro Vitória de Guimarães. Aí foi somente felicidades. Encontrei uns diretores espetaculares, entretanto o treinador que qualquer jogador de futebol teria desejo de tê-lo como treinador. Um treinador espetacular. Nome dele? O Grande Capitão,Mister Mario Wilson.
Fui vice artilheiro do Campeonato Português. Em 1975, fui para o Espanyol de Barcelona, onde encontrei outro espetacular treinador, o Uruguaio Emílio Santa Maria.
Joguei no Espanyol até 1978. Posso dizer que fui um excelente jogador nas 3 temporadas. Mas, uma contusão nos rins e no púbis, foi aos poucos me afastando do futebol.
Na temporada 1978/1979, regressei ao Vitória de Guimarães e na temporada 1979/1980, encerrei a carreira jogando pelo grande time do Vitória de Setúbal.
Não deu pre seguir, pois a contusão piorou. Mesmo tendo convites pra seguir e voltar no ano seguinte pra Portugal, não segui.
O meu grande troféu é sem dúvidas, todos os times que tive a felicidade de jogar, além dos grandes amigos desde o infantil, juvenil, profissional e até mesmo no veterano do América e do Vasco. Fiz amizades maravilhosas com companheiro e adversários isto me orgulho muito.
Meus amigos de infância seguem mantendo nossa amizade. Felicidade pura. Joguei contra grandes Monstros Sagrados do Futebol Mundial.
Entrevista
VB – Qual foi jogo, e o gol inesquecível da sua carreira?
JR -Meu gol inesquecível, foi contra o Rayo Valecano, no espanhol, fui aplaudido de pé por todos no Estadi de Sarrià (Português – Estádio de Sarriá), o belíssimo palco espanhol do mundial 1982. O Estadi de Sarrià foi um estádio multiuso, localizado em Barcelona, Espanha.
Estádio de Sarriá
O jogo inesquecível foi o meu primeiro no Maracanã, em 1969 contra o Flamengo.
Estádio do Maracanã
VB – Conte uma história engraçada do seu momento como jogador de futebol.
JR – Histórias engraçadas do futebol, foram várias, porém não posso deixar de falar da viagem do América, em 1971, em Rosário na Argentina, em que tinha um jogador, que armava o terror no hotel. Ele era “ O SOMBRA “ Tenho certeza que ao ler estes meus relatos “O SOMBRA”, vai dar gargalhadas.
VB – Quem foi seu melhor treinador?
JR -Meu melhor treinador, eu seria injusto citar somente um nome, entretanto todos que estão nestas humildes linhas, foram de grande importância na minha vida dentro e fora de campo.
VB – Porque você não quis seguir a carreira de treinador de futebol?
JR – Nunca tive o sonho de ser treinador de times no Brasil, apesar de ter o curso de treinador. É uma carreira ingrata.
VB – O que significa para você o Club Social 5 de Julho em Niterói?
JR – Bem o Clube Cinco de Julho, é minha casa, pois desde 1981, sou sócio e frequentador, fui diretor de esportes, por 22 anos, além de durante 20 anos, tive uma escolinha de futebol, onde fiz um excelente trabalho.
VB – Qual o seu time de coração?
JR – Adoro o América, porém tenho um grande carinho por todos os times que joguei, e sempre que jogam fico torcendo por excelentes resultados.
VB – Escale duas seleções de todos os tempos podendo colocar jogadores estrangeiros
JR – Uma Seleção de Todos os Tempos, no Brasil e no mundo, pra mim, é difícil, pois vi jogar e joguei contra maravilhosos jogadores. Creio que Pelé e Garrincha jogariam em qualquer seleção do mundo.
VB – A muito tempo ouço vários comentários extremamente enaltecedores sobre a seleção brasileira de 1982 citando como uma das melhores do mundo. Qual a sua opinião?
JR – A melhor Seleção de todos os tempos que eu ví foi a de 1970, sendo que a Seleção de 1982, também tinha um excelente time e jogadores do mais alto nível. A Seleção de 1970, jogou contra seleções de alto nível, e se deu o luxo, de ter PAULO CESAR LIMA E EDU, ponta esquerda do Santos, sem serem titulares.
VB – Em termos político, o Brasil está complicado, e estado do Rio de Janeiro esta falido. Você tem algum candidato para presidência do Brasil no próximo ano de 2018? E também se você tem algum candidato futuro, para o estado do Rio de Janeiro?
JR – De política só tenho decepção, pois nesta situação o Brasil não é uma nação a ser levada à sério. Meu voto eu sempre justifico. Só tem bandidos.
VB – Qual foi o seu último jogo, como jogador de futebol?
JR – Meu último jogo foi Vitória de Setúbal x Braga em Portugal.
VB – Jerê você tem alguma escola de Samba preferida?
JR – Adoro todas escolas de samba, porém em especial a minha é “Cubando”, que é do bairro onde nasci. Vila Isabel, devido Martinho e Mocidade Independente de Padre Miguel, são outras que admiro muito. Viradouro também está no meu coração, assim como PORTO DA PEDRA em São Gonçalo.
VB – Cite 3 Craques de todos os tempos.
JR – E impossível citar os 3 melhores jogadores de todos os tempos, tanto no Brasil como no exterior. Eu vi jogadores encantadores.
VB – Fale sobre o sua vida no America F.C. do Rio de Janeiro.
JR – Minha vida no América é uma linda história, pois além de jogar, tenho amigos carinhosos desde os meus 15 anos. Mantenho contato com muitos até esta data. Se possível colocaria aqui todos os nomes, dos amigos do futebol.
Bem, meu grande amigo dentro e fora de Campo, Sérgio Lima, obrigado por ter permitido, eu jogar ao seu lado e ser seu amigo. Passamos momentos maravilhosos, e com muitas histórias. Que bem você está fazendo com seus amigos do futebol, meu amigo Sérgio Lima. Que Deus ilumine e abençoe sua vida, para que possas fazer nossa história, ser acompanhada por amigos que com toda certeza ficarão felizes, em saber algo da nossa vida no futebol. Obrigado.
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Por Sergio Lima
Jeremias! Realmente um ser humano digno de ser reverenciado como jogador de futebol. Pessoa simples e que sempre se esforçou no início de sua carreira no Clube América do RJ. Ainda na mais tenra idade, terminava as aulas no saudoso Ginásio Floriano Peixoto (Barreto/Niterói-RJ) e ia treinar em Campos Sales.
Sempre foi um garoto bom de bola, desde os tempos das peladas com os antigos alunos do Floriano Peixoto, inclusive na inauguração da quadra na praça do Barreto e no antigo campo do SERVE (ao lado do Ginásio), dentre outros.
Um grande abraço de seu antigo colega de turma e de peladas.
Gontran Silveira
(06/12/2019)
Foi o meu treinador na escolinha do 5 de julho, aprendi muito com o mestre Jerê, sempre passando bons ensinamentos, nos defendia e não deixava que ninguém nos maltratasse. Nunca esqueci de uma mensagem que ele passava nos treinamentos, que era a seguinte: “Antes de serem jogadores eu quero que vocês sejam homens de caráter”.
Saudade mestre!!!
Eu, Sedemar jogava com com Jeremias o Bom, no Bairro da Venda da Crus SG, em 1964 nosso tecnico se chamava por ser pequeno ANÂO; dali nos fomus convidados para treinar no America do RJ, la ele deslanchou e depois foi para Fluminense por ultimo Portugal. Eu, hoje moro em Imbituba SC sou primo do LICO, compeao 1982 pelo Flamengo e Amigo do melhor Juiz de Futebol tbm de Imbituba BRAULIO DA SILVA MACHADO, EU QUERIA MUITO ME CORRESPONDER COM O O ENESQUECIVEL JEREMIAS.
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