Watatakalu, da Associação Terra Indígena Xingu|Mídia Ninja
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Desde os primeiros casos de contaminação por Covid-19 entre indígenas no Xingu, em maio deste ano, associações dos povos da floresta e seus parceiros se uniram para impedir o avanço da doença. Dois meses depois já são ao menos 15 mortes e 1.152 de casos entre índios e ribeirinhos. Com um território extenso de aproximadamente 26 milhões de hectares, 21 Terras Indígenas e 9 Unidades de Conservação entre o Pará e Mato Grosso, no Corredor Xingu vivem 26 povos indígenas e centenas de comunidades ribeirinhas. Nesse contexto tão diverso e disperso, nossa aposta foi no fortalecimento de alianças para frear a disseminação da doença.
As articulações entre organizações indígenas, associações ribeirinhas, órgãos públicos e organizações da sociedade civil têm atuado no apoio à manutenção do isolamento dos povos, o atendimento básico de saúde, o incentivo a produção dos produtos da floresta e a elaboração de materiais de comunicação de fácil compreensão e divulgação. Leia mais aqui.
Bepkwyjka Metuktire e seu companheiro Raoni Metuktire na aldeia Metuktire, TI Capoto Jarina|Gert-Peter Bruck-Planete Amazone
No Território Indígena do Xingu (TIX), a parceria entre instituições formou o Grupo Interinstitucional de Enfrentamento a Covid-19 no Xingu, do qual o ISA faz parte. Em parceria com o Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena), o grupo organizou e captou recursos complementares aos disponibilizados pela Sesai, para a instalação de 13 Unidades de Atenção Primeira Indígena (UAPIs) para o atendimento da população indígena. Ações de comunicação caminham junto com a implantação das UAPIs para apoiar a compreensão sobre seu alcance no combate ao Covid-19 dentro dos territórios.
Papre Metuktire entrevista Bedjai Txucarramãe sobre receio da chegada da Covid na TI Capoto Jarina|Roiti Metuktire
Na região da Terra do Meio, o mote “ficar no beiradão é o melhor remédio”, contempla uma série de ações de prevenção e atendimento a saúde combinada com o fortalecimento das atividades de produção de alimentos para consumo interno e para doação na cidade. Ali, principal estratégia de combate ao Covid-19 foi apostar no abastecimento da Rede de Cantinas da Terra do Meio, como envio de 500 kits com alimentos, materiais de higiene e ferramentas para que as famílias não precisem se deslocar para a cidade e correr o risco de contaminação.
Cerca de 700 kits de mercadorias foram preparados|Lilo Clareto-ISA
Ao mesmo tempo, a Rede de Cantinas enviou para as Cidades de Altamira e Vitória do Xingu produtos da floresta e da roça, como castanha, farinha de babaçu, mandioca – alimentos produzidos por ribeirinhos e indígenas para complementar as cestas básicas distribuídas para as famílias em situação de extrema vulnerabilidade nestas cidades. A Fabíola Silva, coordenadora adjunta do ISA na Terra do Meio, contou que “Esses produtos vêm da floresta para alimentar as pessoas da cidade. São produzidos por populações tradicionais e têm um alto valor nutritivo. Além de todos esses benefícios, a venda gera renda para as pessoas nas comunidades, no momento em que elas mais precisam de garantias sustentáveis para permanecerem em suas casas”. Leia mais aqui.
Sabemos que a única forma de lutar contra a pandemia é a união. Por isso o Xingu se articulou na luta contra a Covid-19 e conseguiu juntar todo mundo trabalhando lado a lado pela proteção dos povos do Xingu.
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Biviany Rojas
Instituto Socioambiental – ISA
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