Dr. Badecão e Paulo Puruca
História dos Bastidores. Lembro, que certa vez, o Badecão e o Paulo César Puruca, duas maravilhosas feras! do nosso América FC do Rio de Janeiro. Sábios, inteligentes e articulados. Eles estavam acima da média da boleirada. Não temiam os dirigentes, pois tinham educação, conhecimentos e infinitos argumentos para nos defender.
Eles foram reivindicar os salários e bichos atrasados a algum tempo ao Sr. Presidente Giulite Coutinho. Lá pelas tantas o Sr. Presidente perdeu a linha, com os corretos, fortes e destemido argumentos dos nossos futuros e brilhantes advogado e administrador de empresas. O presidente achou atrevida a atitude, dos nossos nobres representantes, e chutou o balde. Mas! Antes a situação foi contornada com o pagamento de parcelas dos salários, vales dos bichos em atraso etc. Não estou seguro, acho que estávamos no final da temporada do ano 1972, todos estávamos duríssimos, sem dinheiro para passar o Natal.
Leitura fotográfica – Resenha antes dos treinos, sentávamos nos brinquedos instalados na quadra do nosso saudoso campo do Andaraí. O Badeco de pé gentilmente tentando explicar o inexplicável para o Mareco, que sempre respondia agressivamente, todos os argumentos do nosso nobre Dr. (De brincadeira, claro) o Paulo Puruca, se vê sentado no meio atento para intervir no debate, o Edu “Eduardo Antunes Coimbra” ria e no sapatinho esperava uma brecha, para aprontar das suas também. O Jerê, olhando o ambiente, pois seguramente, estava esperando o Renato, estou seguro que tinha ido ao vestiário preparar algo para aprontar, contra o goleiro Jonas, nosso querido ” Cara de cobra” ou contra outro, ele esperavam tranquilos explodir a bomba. Mauro Pedrazzi e Gilmar, não aparece pois deveriam já estarem no campo fazendo um bobinho, com Dito, Paulo Cesar Capenga, Aldeci “O cherifão”, Terezo, País, Tião, Djair e Bira. Eu ria e empurrava o balanço do Zé Carlos, ao lado aparece as sandálias brancas o pé do meu grande amigo sambista Flavio Miranda, o Sarão, na roda com o Jerê, diz algo ao Banana que ria a distância, Antonio Carlos “Cabeça” de costas, Tarciso de frente, Cuíca de cabeça baixa, Nonato lá atrás, Serjão, com as costas tão largas que parece um muro e Paulinho Garcia com as pernas esticadas, assistiam. Éramos felizes, e sim sabíamos. Saudades, muitas saudades.
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Moral da história! Em seguida em represália por intervir em nome do grupo e enfrentar o presidente Giulite, no início de 1973, Paulo Puruca, foi negociado com o Vasco ou Botafogo e o Badeco, para a Associação Portuguesa de Desportos de São Paulo. Mas eles salvaram o nosso Natal.
Obrigado, Badecão. Obrigado, Paulo Puruca. Esta foi a verdadeira história, na época eu gritei mil vezes obrigado, e continuo agradecendo hoje quase 48 anos depois, por vocês terem defendido honrosamente a nossa causa.
Por Sergio Lima.