Por Segio Lima.
Caros leitores, tenho a satisfação de apresentar para todos o ilustre cidadão José Ribeiro Cunha, o “Cunha”, assim reconhecido por todos nós no ambiente futebolístico da base do América, do Rio de Janeiro. Cunha jogava de zagueiro central e também de quarto zagueiro. Em qualquer dessas duas posições, seu desempenho era fabuloso. Era uma das feras da base iluminada do nosso América, desde o infantojuvenil, onde foi campeão carioca, em 1969.
América do Rio, campeão carioca, infantojuvenil em 1969.
Na fila de cima – Da esquerda para direita – Cunha é o dézimo .
(?) Titio Evaristo, Sr Washington (?,?,?) João Luiz, Fidelis, Alvanir, Naúba, Cunha, Gilberto, Roberto, Sr. Osnir, (?,?) Sr. Natalino – Abaixo – (?) Reis, Edeson (Roupeiro), Mauro, Paulinho Garcia, Gilmar, Tarcísio, Terezo, Ademir, Nilsinho (Goleiro), Bira, Sr. Wilson (Massagista) Julião (Goleiro) – Estadio do São Cristovão.
Cunha era um zagueirão raiz, bom porte físico, sabia jogar o jogo. Era um marcador implacável, duro na queda, mas leal. Tinha intimidade com a bola, sabia sair jogando com categoria, conseguindo facilitar o trabalho de seus companheiros que jogavam no meio de campo. Vez ou outra servia os atacantes com passes longos e certeiros, deixando-os em condições para finalizar. Cunha, como a grande maioria de atletas criados na magistral base do América, não teve, como muitos jogadores daquele clube, uma oportunidade para brilhar no time principal do América.
João Luiz, Brito, Cunha, Alvani, Nilson, Carlos Alberto Naúba – Abaixo – Paulinho Garcia, Gilmar, Tarcísio, Ademir e Ubirajara “Bira”.
Por esta razão, ao deixar o América, Cunha foi contratado pelo “Central Sport Club”, time de Barra do Piraí, RJ, pelo qual se sagrou Campeão Estadual do Rio de Janeiro, em 1971. Jogou a partida final do campeonato contra o Americano, time de Campos, RJ, em Campos dos Goytacazes. O Central ganhou a partida por 2 x 0, tirando, assim, a oportunidade do Americano em se tornar heptacampeão. Os dois gols foram marcados por Gilmar (ex-América), que, por ironia do destino, tinha sido cria do time infantil do Americano, junto com Sérgio Lima. Aliás, este último foi levado para a base do América pelo grande Gilmar.
Central Sport Club, de Barra do Piraí, RJ – campeão estadual em 1971.
Na linha de cima da esquerda, para direita, Cunha é o quarto, e o Ademir, é o quinto atleta – Na linha de baixo, da esquerda para direita, Gilmar é o segundo atleta.
Em 1974, Cunha aceitou proposta para ir jogar por dois anos em Angola, África, no clube chamado “Benfica de Angola”. Naquela ocasião, teve a oportunidade de jogar com outro amigo que passou pelo América, o Ademir, excelente meio campista.
Ao voltar ao Brasil, em 1976, resolveu prestar concurso público para o INSS e, felizmente, foi aprovado. Daí, então, decidiu encerrar sua carreira como atleta profissional de futebol, e se dedicar ao funcionalismo público. Nosso ex-zagueirão trabalhou durante 22 anos como funcionário público, até que, por motivo de saúde, resolveu se aposentar.
Ao se aposentar, recebeu convite para ser treinador do Central Sport Club, onde fez uma razoável temporada. Gostaria de registrar, também, que José Ribeiro Cunha, conhecido também como “Biléo”, confidenciou que, como treinador de futebol, teve a honra de ser técnico do grande craque do Botafogo dos anos 70, Nilson Dias, e também do jogador Renê, zagueiraço do Vasco, dos mesmos anos 70, já no final da suas carreiras.
Hoje Cunha vive feliz e tranquilamente com a sua família em Barra do Piraí, cidade do estado do Rio de Janeiro.
Cunha, sua esposa Glaucia, filha Taísa e filho Romulo.
Gostaria de aproveitar esta oportunidade para expressar ao meu amigo Cunha, o meu imenso prazer de ter feito parte da sua carreira futebolística, no início de tudo, e hoje poder lembrar daqueles momentos incríveis, passados bons 50 anos. Não poderia deixar de enaltecer que Cunha sempre foi um “gentleman”, dentro e fora de campo, um ser humano genial, diferenciado, simples, educado e extremamente gentil.
América do Rio juvenil 1970.
Terezo, Amilcar, Bene, Policarpo, Cunha e Jorge – Abaixo Dezinho, Gilmar, Sergio Lima, Mauro e Mendonza.
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Por Segio Lima.
Apoio Claudio Teixeira.