Personality of the Year – Waldete Tristão, Doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

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Fragmentos da história de uma vida

Waldete Tristão 

Doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) e graduada em Letras e Pedagogia. Ex-bolsista do Programa de Bolsas para Iniciação Científica/ Conselho Nacional de Pesquisas – PIBIC/CNPq na graduação em pedagogia e ex-bolsista do Programa Internacional de Bolsas de Pós-Graduação da Fundação Ford – International Fellowships Program, no mestrado. Suas principais atividades profissionais relacionam-se à docência na educação infantil e em cursos de formação contínua e continuada para professores e gestores da educação básica (direção e coordenação pedagógica)                                                         e, com enfoque nas relações raciais.                                                                                                            *                                                                             Nascida na cidade de São Paulo sou a primeira filha, de um casal formado por um migrante nordestino da cidade de Salvador, na Bahia e de uma também migrante da cidade de Varginha, no sul de Minas Gerais. Ambos foram crianças e jovens em seus Estados de origem entre as décadas de 1930 e 1940.

Minha mãe conta que, devido a inúmeras dificuldades e fatalidades na sua infância, passou menos de um ano na escola, enquanto meu pai diz ter estudado apenas até a 4a série com professor particular que mantinha classes em sua própria casa, pois, como ele mesmo diz, “naquele tempo, escola pública não era para todo mundo: era para filho de político, de rico…”.

Quando nasci, meu pai já estava aposentado por invalidez, em razão de um acidente sofrido no forno da padaria onde trabalhava, fato que comprometeu significativamente sua visão. Com isto, o jovem casal estabelecera então um pacto: meu pai se encarregaria, como pudesse, do acompanhamento escolar — meu e da minha única irmã —, atividade pela qual ele se responsabilizou até quase o término da nossa 6a série na década de 1970. Além dessa atividade, ele ficou responsável por algumas tarefas domésticas.

Com a escola, ele era extremamente cuidadoso, chegando a nos proteger de forma excessiva. Quando iniciei o então curso primário, um de seus primeiros atos foi avisar a diretora da escola de minha “canhotice”, como ele dizia, deixando claro seu desejo de que eu fosse respeitada por utilizar a mão esquerda na realização das atividades escritas.

Minha mãe, que já trabalhava fora, assumiu os encargos e responsabilidades do sustento da família, como empregada doméstica.

Essa dinâmica familiar, forçada pela situação do meu pai, acabou por me apresentar um modelo de mulher que trabalhava fora, dividia as tarefas domésticas e a criação das filhas com o companheiro; mais do que isso, tinha independência econômica em relação a ele.

Minhas interrogações apareciam e desapareciam. Percebia algo diferente no meu modelo familiar, inclusive, sempre ouvi minha mãe afirmar que mulher tinha de ser independente, ter o seu próprio dinheiro, trabalhar fora.

O tempo e a maturidade confirmaram que a minha experiência familiar não era melhor nem pior do que a das minhas colegas de infância e adolescência. Simplesmente era diferente. No entanto, em razão das contingências sociais e dos compromissos financeiros, minha mãe seguia no mercado de trabalho, nunca deixando de acalentar o sonho de ver suas filhas “estudadas”, no dizer dela.

Lembro-me de que, em meio às suas inúmeras tarefas, minha mãe ainda encontrava tempo para trançar todos os dias os nossos cabelos e, na hora de dormir, finalizar mais uma de suas “Histórias de Uai”referindo-se às inúmeras histórias orais, vividas ou não por ela e seus oito irmãos. Histórias que nos faziam rir, sonhar, pensar e muitas vezes faziam sentir um “tiquinho” de medo.

Histórias que nós nós adorávamos, nas quais, entre elas, minha mãe dizia uma ou outra trovinha:

Vaca amarela sujou a panela Virou,

mexeu e quem falar comeu.

Acabou-se a história. Morreu a vitória.

Passa na canela de um pinto

Passa na canela de um pato

Quem quiser que conte quatro.

No auge dos meus 16 anos, ciente de que certa “moratória social”, ou o tempo social de ser apenas jovem, era privilégio de outros segmentos juvenis, dos quais eu não fazia parte, e sabedora de que, se adiasse minha formação profissional, caminharia na contramão de uma realidade posta, eu, então, influenciada por alguns professores, colegas de escola e familiares deles, optei pela formação no Magistério, na escola possível para mim: a escola pública e estadual.

Esse tipo de escola tornou-se acessível para pessoas com limitadas condições materiais de existência, como eu, pois eram fruto dos movimentos reivindicatórios populares que ganharam força na segunda metade do século XX, transformando-se em fator relevante na elaboração das políticas públicas que, embora de caráter populista, colaboraram para a expansão e democratização do ensino 5.

A minha opção profissional pelo Magistério, então, relacionava-se diretamente com a possibilidade de trabalho imediato que ela oferecia. Meus pais acreditavam que a escola modificaria nossas vidas. Assim, fizeram de tudo, para nos manter estudando, pelo menos, até o final do Curso de Magistério. E assim foi. A primeira atividade profissional minha foi a docência para crianças da educação infantil e ensino fundamental.

Eu já experimentara certa intimidade com a atividade docente, pois na minha “infância brincada” e na minha “infância vivida”, a relação ensino- aprendizagem estivera sempre presente no cotidiano das brincadeiras de escolinha. “Alfabetizei” inúmeras bonecas com brincos de alfinetes coloridos, tentando seguir o exemplo daqueles professores que me pareciam exemplares no seu compromisso de “ensinagem”.

Assim, há mais de 30 anos, desde os tempos em que também atuei tanto na Comunidade Eclesial de Base quanto na Obra Kolping do Brasil, uma associação civil sem fins lucrativos e de natureza filantrópica, com atuação no mundo do trabalho, que visava a promoção do

trabalhador e sua família e a construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna atuando como educadora de crianças na “escolinhado padre”, da minha comunidade, fui me construindo também profissional da infância trazendo, como podia, para o cotidiano, a presença, a existência da criança negra e o respeito a ela, que eu mesma não havia conhecido na minha experiência escolar.

Durante dezoito anos, permaneci na sala de aula como professora, sempre em escolas públicas municipais de Educação Infantil, atuando junto à criança de quatro a seis anos 8. Paralela a essa atividade, escrevia e refletia sobre a minha prática pedagógica, uma exigência profissional transformada num ritual prazeroso, desde quando iniciei minha trajetória profissional na Prefeitura de Embu das Artes, cidade pertencente à Grande São Paulo, onde eu também residia.

Em 1986, concluí o Curso Superior em Letras e obtive o título de bacharel em Tradutor/Intérprete na então Faculdade Ibero-Americana. Desconfiei que minha opção estivesse equivocada, à medida que me via cada vez mais envolvida com a Escola Pública e ávida por uma formação que me permitisse compreender os meandros da Educação, da escola e da prática pedagógica dos professores.

Prestei novo vestibular, desta vez para o curso de Pedagogia, na PUC/SP. De 1988 à conclusão do curso em 1997, fui levada a várias desistências ou trancamento de matrícula, ambos devido aos impedimentos financeiros.

No último retorno, em 1995, encontrei o caminho da pesquisa: fui bolsista do Programa Institucional de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq, quando desenvolvi uma investigação sobre o brincar e a brinquedoteca e a formação do professor de Educação Infantil, o que me possibilitou terminar a segunda graduação.

Logo após concluir a graduação, em especial entre os anos de 1997 a 2000, realizei alguns trabalhos de formação de educadores da Rede Estadual a convite de meus professores, possibilitando, inclusive, outros convites para atividades semelhantes após esse período.

Construindo identidade e pertencimento racial

O ano era 1984. Estávamos num período marcado pelas denúncias sobre as condições de desigualdade impostas à população negra. Era urgente informar à sociedade que o preconceito, no Brasil, era de cor tanto quanto de classe. Era inadiável esclarecer à sociedade que a democracia racial era um mito. Era urgente denunciar o racismo presente na sociedade brasileira que tem “preconceito de ter preconceito”. E lá estava eu, tentando entender e em construção de minha identidade racial.

Sendo fruto de um casamento interracial e naquele tempo talvez pudesse ser considerada ou considerar-me mestiça ou “moreninha”, caso eu estivessse “encantada” pela ideologia do branqueamento, mesmo aparentando traços indisfarçáveis da minha descendência de negros e um sobrenome que sugere ter sido o meu bisavô materno, certamente, um africano escravizado, propriedade de uma família de origem celta, como era comum à época da escravidão, que alguns escravizados e libertos adotassem o sobrenome de origem religiosa ou da família de quem eram ou haviam sido propriedade. Imagino que esta tenha sido a origem do meu sobrenome, Tristão.

Na década de 1980 entrei em contato com as pesquisas acadêmicas que apontavam a cor do fracasso escolar e ela era negra!

A sala de aula, então, tornou-se o local e a razão do meu olhar atencioso para a infância de todos os pequeninos, em especial, das crianças negras. Estive atenta aos livros infantis que escolhia para leitura, aos meus contatos com as crianças e para as tensas relações cotidianas entre as crianças brancas e negras, posicionando-me claramente sempre que julguei ser decisivo intervir.

Entrei em contato com os princípios da luta anti-racista e os executava em minha vida profissional. Desta forma, poderia ser considerada como uma “Negra em Movimento”, sempre levando a discussão das relações raciais para o interior da escola, chamando atenção dos colegas para a temática.

O Mestrado

Do ano de 2001 e até 2003, prestei serviços técnicos educacionais junto a uma das Coordenadorias de Educação – região Pirituba/Jaraguá/Perus – da Secretaria de Educação do Município de São Paulo.

Na ocasião, participei como representante do processo de transição dos denominados CEIs – Centros de Educação da Rede Direta, Indireta e Conveniada da Secretaria Municipal de Assistência Social para a Secretaria Municipal de Educação. Penso que é aqui que nasce o desejo de realizar uma investigação científica.

Nesse período, realizava uma atividade que envolvia acompanhamento de todas as creches daquela região, o que tornou possível um maior envolvimento e refinamento do meu olhar. Cada dia mais, surpreendia-me encontrar significativo número de mulheres negras atuando naquele tipo de instituição, diferentemente do que eu estava acostumada a ver e conviver desde o meu ingresso em Escolas de Educação Infantil, quando de minha atuação, especialmente como professora de Educação Infantil.

A motivação para a pesquisa do mestrado estava intrínsecamente ligada à minha vivência profissional. O acompanhamento do processo de transição das creches me aproximava de uma percepção de que havia um significativo número de mulheres negras atuando profissionalmente naquelas instituições, junto às crianças, fato que me provocava inúmeras indagações.

E assim foi o mestrado, uma investigação que identificou contradições presentes na oportunidade de trabalho oferecida às mulheres negras e o fato de essas profissionais terem “escapado” do lugar que lhes seria destinado em nossa sociedade. Em outras palavras, deixaram de ocupar cargos e empregos menos favorecidos nos quais lhes são permitidos “apenas” trabalhos domésticos, braçais ou sexuais.

O doutorado

Diante do exposto, não é possível negar que a motivação para seguir nas investigações acadêmicas encontra ressonância na minha história de formação no magistério, nos anos de 1980, quando eu dava os primeiros passos na docência da educação infantil para, depois de duas décadas, atuando como professora em escolas públicas de educação infantil do município de São Paulo, aceitar o desafio de compor a equipe gestora dessa natureza de instituição educacional assumindo, assim, a função de coordenadora pedagógica, através de concurso público de provas e títulos.

Durante os anos de 2006 e 2013, atuei tanto em Centro de Educação Infantil (CEI) quanto em Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) da rede municipal paulistana, tanto quanto diretora quanto como coordenadora pedagógica. Esta experiência me proporcionou um contato direto com a direção das unidades educacionais e, com isso, me permitiu constituir algumas inquietações sobre a atuação da gestão diante da emergência ou presença da temática das relações raciais no interior das unidades, enquanto demanda ou não de um coletivo de profissionais.

Embora o curso de Pedagogia, realizado nos anos de 1990, oferecesse a possibilidade concreta para alcançar outros postos de trabalho na carreira da educação pública paulistana onde eu atuava, nem ele e nem o curso de magistério estiveram voltados para formação de professores ou gestores para trabalhar no cotidiano das escolas com a questão da diversidade, em nenhuma perspectiva e, muito menos, para apresentar as contribuições dos povos africanos e afro-brasileiros e discutir as relações étnico-raciais.

No ano de 2005, conheci o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), uma organização não governamental comprometida com direitos humanos, gênero e raça, desde então, atuo como consultora em alguns projetos e membro da Equipe de Educação e Políticas Públicas/Grupo de Trabalho de Educação Infantil da referida instituição.

Essa experiência contribuiu para que eu estivesse muito próxima das mais recentes discussõesque articulam diversidade étnico-racial, infância e a educação infantil, articulações essas que, até então, não eram enfrentadas nem pelo movimento negro, nem pelos movimentos sociais preocupados com a infância e com as crianças e, ainda, eram poucas as pesquisas acadêmicas que realizavam esse enfoque.

Minhas inquietações resultaram no delineamento do meu projeto de doutorado que definiu como objeto de estudo a compreensão do processo de inserção da diversidade étnico-racial, na proposta curricular de uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) da cidade de São Paulo, sob a lente das formações em contexto e das práticas desenvolvidas e o modo como a temática em questão se constituiu em uma cultura naquela instituição.

O (re)encontro com a ancestralidade

A primeira vez que eu fui num terreiro de candomblé foi no Ilê Obá Axé Ketu Omi Nlá, do babalorixá Rodney Willian. Naquela época eu acreditava que a minha aproximação era apenas por “curiosidade acadêmica”! Como formadora de professores sempre tratei da Mitologia dos Orixás como um conhecimento potente e que, por direito, deveria ser conhecido pelas criança, mas, eu mesma só os conhecia dos livros… Durante dez anos frequentei a casa do pai Rodney como amiga e cliente. Entretanto, quando um filho nos faz um pedido, julgando-o possível e razoável, por que não atendê-lo? E foi assim comigo: “mãe, vamos ‘fazer o santo’ junto?” Sábio que é, Pai Rodney nos disse: “vamos manter aqui dentro a hierarquia lá de fora. Primeiro a mãe e depois o filho!” E assim foi: eu fui iniciada como filha de Oxoguiã, Ekedji de Oxóssi, em setembro e meu filho Róbson foi iniciado como filho de Ogum e Ogan, em dezembro de 2014. Cheguei a acreditar um dia que eu tinha escolhido a religião dos meus ancestrais, mas hoje eu sei que foi meu pai Oxoguiã que escolheu a casa de Oxóssi e que o pai Ogum nos mostrou esse caminho. Hoje eu tenho certeza de que os Orixás sabiam que um dia eu precisaria do colo deles e estão, a qualquer tempo, de braços abertos para me acolher. Hoje eu tenho certeza de que é a Fé que me sustenta e dá Coragem para que eu siga a minha jornada reinventando o amor de mãe e filho, na Esperança do reencontro, por que os iniciados em seu mistério nunca morrem… E ainda tem mais!!!

Depois de um longo período de encantamento assistindo apresentações e ensaios do Ilu Oba de Min, cuja tradução livre é “mãos femininas que tocam para Xangô” entendi que eu estava diante de uma bateria formada apenas por mulheres, que me ofereceria a oportunidade de vivenciar mais alguns dos valores civilizatórios africanos, dos quais minha ancestralidade inspirava: a corporeidade, a musicalide e também axé.

Aprendi a tocar xequerê e continuo aprendendo a tocar djembé, desde que me encorajei a viver e conviver com este grupo.

Fundado em 2005, o bloco feminino Ilú Obá de Min nasceu em São Paulo em 2005 e, desde então, se apresenta como um dos principais expoentes da cultura negra e da divulgação das religiões de matriz africana, na capital paulista. Para além de mais um encontro também com o axé, desde o ano de 2006 o bloco feminino Ilú Obá de Min é uma intensa experiência de empoderamento das mulheres.

Ao promover expressões e manifestações culturais com foco na preservação do patrimônio imaterial e valorização das mulheres negras da história brasileira como Carolina Maria de Jesus, Elza Soares e Nega Duda, entre outras, o Ilu traz para as áreas urbanas o encanto das antigas tradições. Também no Ilu vivi a experiência de organizar e coordenar mesas formativas como parte de um projeto intitulado Ilu na Mesa, onde mulheres pesquisadoras, educadoras, religiosas, artistas, cantoras, entre outras, compartilham suas histórias de vida e formação.

O Ilu Oba de Min tem como coordenação geral a arte-educadora e musicista Beth Beli, que há 20 anos desenvolve pesquisas sobre arte e cultura africanas e afro-brasileira.

Waldete Tristão.

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BIOGRAFIA ****** Sérgio Lima, ex-jogador profissional de futebol, natural de Campos dos Goytacazes, começou sua carreira no Americano onde jogou em todas as categorias e foi campeão Estadual no ano de 1969. Em 1970, transferiu-se para o juvenil do América do Rio, tornando-se artilheiro da Taça Guanabara de 1973 e vice-artilheiro brasileiro Carioca de 1973. Em 1974, sua história foi ilustrada luxuosamente com o Internacional de Porto Alegre, Hexa Campeão Gaúcho invicto. Em 1975, formou um excelente time do Guarani de Campinas, com grandes jogadores, Ziza, Amaral,Renato, Miranda, Davi, Alexandre Bueno, Edinaldo, Erb Rocha, Sergio Gomes, Hamilton, Rocha. que foi base do Campeão em 1978. Em 1976, transferiu-se para o futebol mexicano onde ficou por 8 anos: Club Jalísco, e Atlas Fútbol Club ambos da cidade de Guadalajara, Morélia da cidade de Morélia, Michoacan e Union de Curtidores da cidade de Leon, Guanajuato. Em 1984, retornou ao Brasil para o Botafogo do Rio. ****** Em 1985 foi contratado pelo Cabofriense, da cidade de Cabo Frio,estado do Rio, onde encerrou sua carreira. Presente em Guadalajara na Copa do Mundo 1986 no México, trabalhou como comentarista esportivo na rádio local chamada "Canal 58" de Guadalajara. Após a copa do Mundo de 1986, começou sua trajetória de 30 anos, nos Estados Unidos da América,, onde foi convidado pela Universidade de Houston Texas, através do seu responsável o excelentíssimo Professor Franco para participar como instrutor do “Cugar Soccer Summer Camp” durante duas semanas. Na sequência, depois de várias participações, em diferentes Soccer Camps no Texas, fundou, oficializou e legalizou a Brazilian Soccer Academy com o apoio espetacular do grande amigo Skip Belt. Com experiência de muitos anos dentro do campo, passou conhecimento e os fundamentos básicos do futebol do Brasil para um número incontável de jovens americanos. ****** Convidado pelo consulado Mexicano, idealizou e apresentou o projeto Houston Soccer After School Program para City of Houston Park and Recreation em 1994, para benefício de crianças e jovens entre 6 a 17 anos. Isso ocorreu na área metropolitana da cidade, onde concentrava a grande maioria de crianças e jovens negros e mexicanos, na época estavam com extremo e grande problema social que os envolvia com drogas e as abomináveis gangues. Desafio aceito, e o programa foi desenhado, aproveitando a infraestrutura dos Parks da cidade. O passo a passo foi dividido em três fases básicas: 1 - Criou-se liga em cada Park, onde havia jogos entre eles. 2 – Todos os meses havia Torneios entre todos os Parks. 3 - Criou-se seleções para jogarem contra jovens das outros áreas, e diferentes estados, sempre cuidando com os mínimos detalhes dos dispositivos e ensinamentos básicos do respeitado futebol do Brasil, para atrair e motivar a todos. O requisito principal era estar e manter boas notas e presença na escola, para desfrutar dos benefícios, recebendo gratuitamente todos os materiais de primeira linha doados por um conhecido patrocinador. Finalmente, aos 17 anos tinham a oportunidade de receber uma bolsa de estudos para ingressar em uma universidade americana. Foi apresentado e aprovado e Sérgio se transformou em funcionário público da cidade de Houston por 17 anos, até a sua aposentadoria. Muitíssimos jovens foram beneficiados pelo programa mudando radicalmente suas vidas, as drogas e gangues desapareceram. Sérgio fez o curso de treinador da Federação Americana de Futebol, recebendo a "Licença National B' e assumiu como Coach principal da South Texas Soccer Select Team Open Age From 1994 to 1996, tornando-se o primeiro treinador brasileiro e negro "Afrodescendente" a dirigir a Seleção do Sul do Estado do Texas. ****** No ano de 1992, Fundou o Jornal Vida Brasil Texas, tornou-se editor, onde ficou por 28 anos, sendo 24 anos impressos e os últimos 4 anos digital em português. Fundou em 2004, a Revista Brazilian Texas Magazine, é seu Editor . A revista até 2015 foi impressa, em 2016, passou a publicação digital em inglês. ****** 1 - Compositor, teve participação do CD Brasil Forever 1997 da Banda brasileira no criada no Texas em 1993 com finalidade de promover a cultura do Brasil. Banda “Atravessados de Houston” – Texas, com tiragem de 10 mil CDs. Sérgio Lima teve a participação com 10 músicas 8 autorais e mais duas com parcerias. 2 - Compositor da música “I Love Rio”, escrita e inglês em homenagem ao Rio de Janeiro, com a luxuosa interpretação da excelente Elicia Oliveira em ingrês (Está disponível no YouTube). https://www.youtube.com/watch?v=l39hfwOkyYU&t=18s ****** Representou a comunidade brasileira do Texas na I Conferência “Brasileiros no Mundo”, realizada em maio de 2008, com uma extrema característica acadêmica. ****** A II Conferência “Brasileiros no Mundo”, realizada em outubro 2009, se desenvolveu com uma acentuada conotação política, tornando, em certos momentos, o diálogo tenso, desconfortável e, até certo ponto, cansativo, devido à falta de elasticidade de algumas lideranças, acostumadas, creio, a pontuar e determinar o rumo das conversas e decisões, em suas áreas ou comunidades no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, de iniciativa da Fundação Alexandre de Gusmão – FUNAG, órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores – MRE. ****** Sérgio criou o espaço Brasil especial na Biblioteca central da cidade de Houston e conseguiu doações de livros de algumas instituições das comunidades brasileiras de outros estados americanos para compor o espaço. Recebeu o Prêmio Brazilian International Press Ward, por 3 vezes, em reconhecimento pelos trabalhos como editor do Jornal Vida Brasil Texas em português, e revista Brazilian Texas Magazine em inglês – 2011. ****** ORIGINAL ARTICLE “AFRO DECENDENTES NA MÍDIA BRASILEIRA”. You are a winner for the 15th Annual Brazilian International PRESS AWARDS. Your outstanding performance and contribution for the Brazilian Culture was recognized by the Media and Cultural Leaders of the Brazilian Community in the United States. Join us for the 15th celebration of the Brazilian Cultural presence in the U.S. The Award Ceremony will be held at the Cinema Paradiso • Fort Lauderdale May 3rd 2012.

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